O vídeo inundou as redes sociais com rapidez e mostra uma mulher a ser agarrada por um polícia, numa rua de Melbourne (Austrália), agarrada pelo pescoço, depois de supostamente ter resistido às ordens que lhe foram dadas quando foi abordada por não estar a usar máscara. “Largue-me! Está a sufocar-me”, gritava a mulher ao polícia enquanto este a tentava imobilizar, primeiro contra uma parede e depois contra o chão. A Polícia de Victoria veio justificar a intervenção com a resistência “agressiva” à prisão.

Durante este episódio, um homem que estava a filmar gritava também com o polícia, avisando que a mulher tinha justificação para não estar a usar máscara, já que teria estado no hospital. Mas no comunicado que emitiu esta terça-feira, a polícia do estado de Victoria argumenta que quando foi abordada pelos agentes, esta segunda feira durante uma patrulha a Wellington Street, a mulher se tornou “fisicamente agressiva” tendo pontapeado uma agente.

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A polícia diz ainda que quando a mulher foi parada por não estar a usar máscara, se recusou a fornecer os seus dados pessoais e não deu qualquer informação sobre uma eventual exceção para o uso de máscara. A mulher acabou por não ser multada por estar sem máscara, já que tinha mesmo esta isenção.

No vídeo é apenas possível verificar a parte em que a mulher já está a ser detida e em que mostra resistência — afastando com um pontapé uma agente que tenta apoiar o colega e pedindo para a largarem por estar “sufocada” e não ter “feito nada de mal” — e a resposta policial. “A mulher continuou a resistir à prisão e teve que ser levada ao chão antes de ser presa. A policial foi transportada para o hospital para observação”, consta ainda no comunicado da Polícia de Victoria.

Aquele estado australiano representa cerca de 75% do total de infeções na Austrália e está desde o início de julho em novo confinamento (que durará até 20 de agosto), depois de ter subido significativamente o número de casos de Covid-19. As autoridades de saúde locais registaram  21 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas no estado.

Imagens que surgem dois meses e meio depois de, nos Estados Unidos, um agente policial ter provocado a morte de uma pessoa (George Floyd) por asfixia, depois de a ter imobilizado contra o chão com o joelho, pressionando o seu pescoço por oito minutos. O polícia em causa está acusado de homicídio em segundo grau e homicídio involuntário em terceiro grau e dois dos agentes que o acompanhavam foram acusados de cumplicidade e homicídio em segundo grau. O caso ainda levantou uma onda significativa de protestos anti-racismo no país (e momentos tensos de confrontos entre polícia e manifestantes), já que a pessoa que morreu era negra.