Oficialmente, o primeiro caso nos EUA de alguém infetado com Covid-19 foi confirmado a 21 de janeiro de 2020. A pessoa com o novo coronavírus tinha chegado ao país depois de ter estado em Wuhan, na China, onde foram detetados os primeiros casos. Como conta o The New York Times, houve logo quem afirmasse que o vírus já estava nos Estados Unidos. Agora, há um novo estudo publicado no Oxford University Journal of Clinical Infectious Diseases que vem dar mais provas a essa tese.

A partir da análise de sangue com resultados positivos à Covid-19 de nove pessoas de cinco estados diferentes dos EUA — no total foram feitas 24 mil análises –, os investigadores envolvidos afirmam que o novo coronavírus já estaria no Illinois a 24 de dezembro. Ou seja, quase um mês antes do primeiro caso. Porém, de acordo com o mesmo jornal, há peritos que estão a questionar a validade dos resultados.

“Este é um artigo interessante porque levanta a ideia que todos pensam que é verdade, que havia infeções que não eram diagnosticadas”, afirma Scott Hensley, imunologista da Universidade da Pensilvânia. Não obstante, o número pequeno de análises de sangue levam o especialista a referir também: “É difícil saber o que é um sinal real e o que não é”.

Por outro lado, a principal autora do estudo, Keri Althoff, epidemiologista na Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, diz: “Nesses primeiros meses, em alguns desses estados onde não suspeitávamos, havia muitos infetados”. Considerando que estes dados são verdadeiros, os autores adiantam que, no início da pandemia, deviam ter sido feitos mais testes para evitar a propagação do vírus.

A equipa responsável por este estudo também analisou mil amostras de sangue referentes a épocas de gripes e constipações entre 2018 e 2019. Porém, não encontrou nenhuma com resultado positivo para anticorpos contra o novo coronavírus. “Ainda é muito que alguns destes [resultados] sejam falsos positivos”, aponta Josh Denny, presidente-executivo da All of Us, um projeto da National Institutes of Health. Ao mesmo tempo, o especialista também afirma que seria pouco provável as nove análises serem falsos positivos.

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