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José Fiães

José Fiães

Carlos Ademar: "Não aceito que existam nomes apagados da História"

A partir de um caso de homicídio nunca desvendado, nos anos 50, Carlos Ademar constrói o seu novo romance. "É importante que se conheça a história da ditadura portuguesa", diz o inspetor da PJ.

Foi um 1951 que o corpo de Manuel Domingues apareceu num pinhal em Belas. Tinha sido executado com quatro balas na cabeça. O culpado nunca foi apurado. Com um passado como dirigente do PCP, a suspeita permaneceu no ar: teria sido alguém ligado ao partido? Ou ligado à PIDE? O caso muitas vezes falado mas nunca confessado ou desvendado dá agora, 70 anos depois, o mote para o novo livro de Carlos Ademar, inspetor da PJ, historiador e autor de romances como O Bairro e O Chalet das Cotovias, que recupera o processo para, a partir dele, criar uma ficção e contar não só a história da morte deste homem como a da sua vida: esteve envolvido na Revolta da Marinha Grande, na Guerra Civil Espanhola, estudou na Escola Leninista de Moscovo, combateu na Resistência Francesa ao Nazismo e contra o Franquismo e pertenceu ao Comité Central do PCP. Como, apesar de tudo, parte da sua vida – e da sua morte – está envolta em neblina, Carlos Ademar muda-lhe o nome para Miguel Domingues e toma a liberdade da ficção. Na Vertigem da Traição acaba de chegar às livrarias.

O livro foi editado pela Parsifal

Porque quis escrever a história de Manuel Domingues?
Esta é uma história antiga, conheço-a há dezenas de anos. Sempre se falou sobre isso à boca pequena, saiu uma coisa ou outra nos jornais – n’O Jornal um dia aparece uma primeira página com um grande destaque: “Dirigente do PCP assassinado” – e há livros que vão falando desse episódio. A história de vida dele é fabulosa, só por si dava um livro. E temos no Centro de Documentação da PJ o processo-crime da sua morte. Na altura a PJ estava a apanhar bonés, o cadáver nem estava identificado. A partir do momento em que o cadáver é identificado, a PIDE entra em campo por causa das ligações políticas – sabia quem era não o Manuel Domingues mas um tal Luís [o seu pseudónimo]. O tipo foi assassinado, há testemunhas que veem um grupo de quatro homens em várias zonas de Belas e junto ao pinhal. Havia matéria para trabalhar em termos de investigação criminal, podia ter-se feito mais qualquer coisa e não se fez. Parecia haver mais preocupações por parte do investigador em tentar complementar o trabalho da PIDE do que em investigar a morte do Manuel Domingues. E é um período interessante no que respeita à história do país. Este livro nasce para contar não só a história da vida deste homem mas também a história da sua morte. A investigação em si é muito interessante, dá conta do país que nós éramos naquela altura.

Manuel Domingues teve uma vida cheia mas quando morreu já não estava à frente do partido, tendo sido acusado de fornecer dados à PIDE sobre casas clandestinas. Por que era ele uma figura não amada?
Ele está no 18 de janeiro de 1934, vai para a Escola Leninista de Moscovo para receber formação para dirigente do PC, participa na Guerra Civil Espanhola, é preso, fica num campo de concentração, é libertado quando começa a Segunda Guerra Mundial e quando se dá a invasão de França pelos nazis adere à resistência e fica por lá até 1944, quando se junta a um grupo espanhol, integrado na resistência francesa, ligado à direção do PC, que quis derrubar o franquismo. Quando chega a Portugal é imediatamente catapultado para o Comité Central, onde fica de 1945 até 1949, altura em que as coisas se complicam. Ele defende um determinado grupo de camaradas da Marinha Grande, que o Comité Central quis expulsar – e expulsou. E ele ficou isolado. Esta questão dá-se em Abril de 1949. Em Agosto desse ano é despromovido para a central de Lisboa e pouco tempo depois, com alguns problemas de saúde pelo meio, acaba por ser retirado do quadro de funcionários, deixa de pertencer à clandestinidade, deixa de trabalhar para o partido e fica por sua conta e risco. Estamos no princípio de 1951. Ele é morto em maio de 1951, sendo encontrado no pinhal de Belas com quatro projéteis na cabeça. É uma execução.

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Mas estava ou não ao serviço da PIDE?
O processo criminal é muito interessante, porque apresenta elementos que contestam a tese defendida pelo PC ao longo de alguns anos de que ele era um espião. A PIDE não o conhecia. Apenas o seu pseudónimo, que era Luís. Isso está no processo. Foi informação que a PIDE deu à PJ em 1951. O livro é ficcionado, há muitas lacunas de conhecimento – não sabemos o que aconteceu em Espanha, França, até Portugal – mas tudo o que é conhecido está aqui no romance. E só porque não temos todos os elementos que permitiriam contar a história do princípio ao fim é que alterámos os nomes e transformámos o que poderia ser um ensaio histórico num romance histórico. Nomes e locais estão alterados mas quem conhece a história não tem dificuldade em perceber quem é quem. Quem não conhece lê o livro como um romance histórico.

"Na altura a PJ estava a apanhar bonés, o cadáver nem estava identificado. A partir do momento em que o cadáver é identificado, a PIDE entra em campo por causa das ligações políticas."

Assume na capa do livro que este é um romance baseado em factos reais. Numa série como Casos Arquivados seria relativamente simples reabrir o processo a encontrar os responsáveis. Isso é possível?
Passaram-se quase 70 anos. Faltar-nos-á sempre a prova material. Temos os projéteis que foram extraídos do cadáver mas não temos a arma que os disparou. Não há forma de fazer a ligação de uma coisa à outra. Mas além desta informação de que já dei conta, que está no processo da PJ, temos vários documentos do PC que nos ajudam a compreender a situação. Há um documento que cito, a que chamo “Contra os Provocadores” – o nome do documento original é mais extenso, “Lutemos contra os espiões e provocadores”, – criado para justificar a morte do Manuel Domingues. É um documento extenso, aborda uns seis ou oito nomes de pessoas que no ponto de vista do partido se portaram mal, mas metade do documento é dedicado ao Manuel Domingues. Acusam-no de tudo e mais alguma coisa. Não podemos ignorar que o PC na altura estava em frangalhos. Penso que a PIDE nunca esteve tão perto de destruir a estrutura do partido, que em 1951 estava reduzido a alguns fragmentos aqui na zona de Lisboa e no Alentejo, porque quase todas as suas estruturas regionais tinham sido desmanteladas. E quando em 1951 se começa a falar na hipótese de haver uma cisão na Marinha Grande, em parte devido à posição que o Manuel Domingues vem tomando, a questão ganha foros de grande preocupação e é procurada uma solução para resolver o problema. Há uma série de elementos que, cruzados, nos levam a crer que o PC tem alguma dificuldade em se libertar das suspeitas relativas à morte do Manuel Domingues. Há pessoas dentro do partido que o reconhecem e admitem – não a direcção mas militantes.

E há quem o recuse.
Este livro tem dado alguma polémica nas redes sociais, com gente mais ortodoxa a chamar-me nomes, com outra gente de sinal oposto a dizer “matou este e muitos mais”. Há de tudo. E há quem apareça defendendo o partido, fazendo referência aos tempos muito difíceis que o partido viveu naquele tempo, admitindo como possível que militantes, por iniciativa individual ou de grupo, tenham tomado esta decisão – não admitindo, obviamente, que a direcção tenha estado por trás desta morte. E há gente do PC que não admite como hipótese que isto tenha acontecido e acha que isto é uma provocação, que ao avançar-se com uma hipótese como esta alguém está a querer provocar o partido porque o partido neste momento está mais próximo do poder do que alguma vez esteve. Há quem pergunte: porque sai o livro agora e não saiu há não sei quanto tempo?

E por que é que sai agora?
Não fiz contas nenhumas. Quando comecei a escrever este livro, há cerca de três anos, estava longe de pensar que a geringonça se ia formar. Mas é importante que não existam tabus. Vivemos numa sociedade democrática. E numa sociedade livre e democrática não podem existir assuntos ou nomes que não podem ser falados. Foi contra isso que muita gente, e o PC, lutou durante muitas dezenas de anos. Não aceito que existam nomes e factos históricos sobre os quais não se possa falar, nomes apagados da história. Espero que este livro suscite a discussão e que alguém agarre neste tema e o trabalhe de uma forma que eu não pude trabalhar: um ensaio histórico que permita encontrar uma tese que aponte um caminho e ponha as pessoas a conversar. Este homem deixou um filho. O filho tem uma filha. As pessoas gostariam muito de ver o nome do familiar recuperado. Manuel Domingues foi um dos fundadores do PCP na Marinha Grande. Foi um dos organizadores do 18 de janeiro na Marinha Grande. E o nome dele não consta em parte alguma. É contra isto que me bato. E não estou sozinho. Há muita gente a pensar como eu. Gostaria que houvesse muito mais. Mas para isso é preciso que saibam que existiu o Manuel Domingues. Este livro tem essa finalidade: dizer que houve um período negro da nossa história chamado Estado Novo e que houve gente que lutou contra esse período negro com as armas que tinha, admitindo que tenham cometido os seus erros. Porque não se fala sobre esses erros? Os familiares têm direito à recuperação do nome do seu parente.

E a saber o que aconteceu?
Sim, ainda que eu não acredite que se possa provar o que aconteceu porque falta a tal prova material. Aponto caminhos à investigação criminal que não foram seguidos no processo. Com alguma arrogância da minha parte ensino o investigador criminal, digo como é que ele deveria ter feito e não fez. Aquela investigação nasceu torta.

Para além de autor de romances históricos, Carlos Ademar é inspetor da PJ, onde dá aulas de investigação criminal. © José Fiães

Não é a primeira vez que escreve sobre o Estado Novo. Porquê?
É um período que me interessa particularmente. A história do Estado Novo, a Resistência ao Estado Novo, o 25 de Abril. Aliás, a minha dissertação de mestrado é sobre o Vítor Alves, o estado do Estado Novo quando os militares o começam a contestar. Todo o século XX é riquíssimo em acontecimentos e personagens históricas. Tenho um romance que aborda a passagem da I República para a Ditadura Militar, O Homem da Carbonária, depois tenho o Chalet das Cotovias, que se passa em 1935-1936, quando o Estado Novo se começa a cimentar e tudo o que vem da I República da liberalização dos costumes é destruído, tenho este Na Vertigem da Traição e um outro, já mais antigo, A Primavera Adiada, que se passa entre a Primavera Marcelista e o Sonho, que é o 25 de Abril. E este período está longe de estar esgotado, há muito por explorar. É importante que as pessoas conheçam a história da ditadura portuguesa. Vivemos tempos muito complicados – e não falo apenas de Portugal. Temos o Sr. Trump nos EUA, que está para os mexicanos como este senhor candidato à Câmara Municipal de Loures está para os ciganos. É bom que saibamos o que foram aqueles tempos para que façamos de tudo para que a eles não voltemos.

Este caso não foi desvendado. E, como ele, muitos outros. Há mais coisas nos arquivos na PJ a que gostasse de recorrer para novos romances? O que vem aí?
Vêm aí as férias, quero descansar. Este livro deu-me muito trabalho. Retomo o trabalho na segunda quinzena de agosto. Tive convites para trabalhar na História da Investigação Criminal, onde ainda está quase tudo por fazer. Um desses convites já o aceitei, é um projeto do Instituto de História Contemporânea. E depois partirei para uma história ligada à pessoa que mais marcou este país no século XX pelo lado negativo: António de Oliveira Salazar. Mas no arquivo da PJ há coisas magníficas. Encontrei lá o processo do Chalet das Cotovias e do Manuel Domingues. E o que haverá por lá… O que me falta é tempo para pesquisar.

É uma arca do tesouro para um escritor?
É. Há ali muito material para pesquisar, histórias interessantíssimas. Há aí uma história, envolta em nevoeiro, de uma morte que nunca se chegou a perceber bem, de um fulano ligado a uma família de banqueiros. Uma história muito interessante, que também decorre neste período e que está ligada à homossexualidade. Tudo aponta para suicídio, mas eu gostaria de ver o processo. Se houver crime vale a pena avançar para a ficção.

Dá aulas na Escola de Polícia Judiciária. De quê?
De quase tudo o que tenha a ver com investigação criminal, exceto crimes económicos, de que não percebo nada, e droga. De resto, desde metodologias de investigação a teoria de vestígios, gestão do local do crime, medicina legal na perspetiva do investigador, homicídios… Tenho muito que fazer.

"É importante que não existam tabus. Vivemos numa sociedade democrática. E numa sociedade livre e democrática não podem existir assuntos ou nomes que não podem ser falados. Foi contra isso que muita gente lutou durante muitas dezenas de anos."

Ainda trabalha como inspetor?
Sou inspetor mas estou aqui na escola, como professor, há 11 anos. Deixei de trabalhar em processos quando vim para aqui.

Tem saudades?
Tenho. Confesso que sim. São dinâmicas completamente diferentes, é muito mais exigente em termos físicos do que aqui. Aliás, uma das razões que me levou a pensar em sair, e depois a sair mesmo, foi um certo esgotamento. Já lá estava há quase 20 anos e é um trabalho muito exigente, especialmente aqui na zona de Lisboa, uma área vastíssima e com muitas solicitações. É um trabalho que requer um certo refrescamento dos quadros. Vinte anos a trabalhar nos Homicídios é muito tempo. Foi agradável, na altura, sair. Mas pouco tempo depois senti a falta da adrenalina, que deixou de subir. E da alegria que sentíamos, sobretudo em casos mais complicados, quando eram resolvidos. No fim saíamos, íamos beber um copo, brindávamos a essa resolução. São momentos únicos.

Qual a maior dessas alegrias?
Talvez a última grande alegria que tive relacionada com o meu trabalho ali, tenha sido [a resolução do caso] da morte de Irineu Dinis, um guarda da PSP que foi assassinado na Cova da Moura em 2005. Ia num jipe e foi baleado com pistola-metralhadora e caçadeira, uma coisa violentíssima. Foi um caso muito delicado. Um caso na Cova da Moura é sempre difícil de resolver. Este passou-se às cinco da manhã, o que torna as coisas ainda mais complicadas. E era a morte de um PSP, alguém ligado à autoridade. Escrevi um livro na sequência desta morte, O Bairro. Fui buscar mais histórias, inventei outras, mas a principal é mesmo a investigação da morte do PSP. Este caso foi muito exigente. Foram três meses de duro trabalho, de noite e de dia, com uma ótima colaboração entre a PJ e a PSP – pudemos contar com eles desde o princípio, sempre que precisámos de alguma coisa recorríamos ao subcomissário Gil, foi graças a ele e aos seus chefes de grupo que nós, na Gomes Freire, pudemos avançar rapidamente com o caso. E com esta colaboração, ao fim de três meses tínhamos os dois autores do crime presos. Foi um trabalho magnífico que me deu muita alegria. E continua a dar.

E tem casos que o perseguem?
Então não tenho… Não são muitos, felizmente. Fiquei com três processos de homicídio por resolver, quando saí da brigada. E conheço muito melhor as histórias não resolvidas que as resolvidas. Continuam a bailar cá dentro.

"No arquivo da PJ há coisas magníficas. Há ali muito material para pesquisar, histórias interessantíssimas. Há aí uma história, envolta em nevoeiro, de uma morte que nunca se chegou a perceber bem, de um fulano ligado a uma família de banqueiros e que está ligada à homossexualidade."

Fala de casos como o do Estripador?
Sim, esse processo era meu mas a investigação escapou-nos. Enquanto tivemos a investigação fomos trabalhando, fomos fazendo coisas, fomos prendendo tipos que se andavam aí a portar mal com as mulheres. Mas a partir de determinada altura a investigação escapa-nos das mãos. O processo é-me retirado, é junto aos outros dois e são entregues a outro colega. Eram três mulheres, eu tinha um processo e um outro colega tinha dois. O modus operandi era o mesmo, as contas eram fáceis de fazer. Esse foi um daqueles que ficou por resolver. Foi pena. Três mulheres morreram em condições dramáticas. E lembro-me de outra história mais recente, que também não ficou resolvida, e que estou convencido de que se tivéssemos uma base de dados de vestígios biológicos a funcionar em pleno teria ficado. Uma prostituta que foi assassinada no Guincho, em 2004, uma senhora já com alguma idade, que já não tinha praticamente clientes. Encontrámos um preservativo usado, num saco do lixo que ela tinha num cantinho para onde levava os clientes. Muito provavelmente esse preservativo era do autor do crime. E, apesar de termos gasto muito dinheiro do erário público a fazer exames de ADN a muitos homens que fomos encontrando e que podiam ser, eventualmente, os autores do crime, nunca chegámos a identificar o responsável. Estou convencido de que com uma base de dados de vestígios biológicos a funcionar em pleno, como eu entendo que devia funcionar, o teríamos identificado.

Uma base de dados para a população geral?
Sim. Sei que isto é muito polémico, que lida com os direitos, liberdades e garantias [dos cidadãos] que eu respeito sempre. Mas também respeitos os direitos, liberdades e garantias das vítimas e das famílias das vítimas. Acho que tal como deixamos as impressões digitais no Cartão do Cidadão, se também deixássemos uma amostra de ADN na base de dados teria enormes vantagens. Até ao nível de uma situação de catástrofe em massa, como uma queda de avião, na medida em que facilitaria a identificação dos cadáveres. Temos uma base de dados que serve para muito pouco, está a funcionar desde 2010 e não sei quantos casos é que foram possíveis resolver. Parte de uma lei que dá livre arbítrio ao juiz para decidir se o arguido deve ou não deixar a sua amostra biológica para extração de ADN, desde que a pena seja superior a três anos. Acho que pelo menos se deveria alterar isso na lei: não caber ao juiz a decisão, ser automático: a partir do momento em que alguém seja condenado a uma pena superior a três anos alguém vai à cadeia extrair esses vestígios. Independentemente do crime. Há situações que ficariam mais fáceis de resolver se tivéssemos uma base de dados a funcionar em pleno. Deve-se melhorar a lei. Este seria um primeiro passo. Embora eu defenda o rastreio a nível nacional: deixar uma amostra para efeitos de catástrofe e de investigação criminal.

Isso não é ver toda a gente como potencial criminoso?
Então porque lá deixamos as impressões digitais? Do ponto de vista da evolução da criminalidade, ainda que estejamos a ter cada vez menos crimes graves e violentos, a taxa de sucesso [da sua resolução] também tem vindo a decair. É razoável que pensemos em como enfrentar o problema e no que podemos fazer para melhorar os resultados. Estamos a falar de crimes contra as pessoas. Estou convencido de que este caso da senhora da Estrada do Guincho não ficaria por resolver. Mas ficou. E a história continua na minha cabeça a bailar.

Como é que se vive com isso?
Temos que ultrapassar. Temos que nos lembrar das alegrias que tivemos. Dos trabalhos difíceis que conseguimos resolver. É uma satisfação que ajuda a colmatar a infelicidade que os insucessos nos trazem.

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