22 de Fevereiro de 2008

Banco da Grécia diz que o país tem de apertar o cinto e fazer reformas estruturais de forma transversal na economia. Os avisos não são ouvidos pelo Governo grego, que é assolado por acusações de corrupção. A Grécia era considerada o país mais corrupto da zona euro.

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15 de setembro de 2008

Banco de investimento norte-americano Lehman Brothers apresenta falência, levando ao pânico nos mercados. A administração norte-americana traçava o seu limite e não resgatava o banco depois de os líderes dos principais bancos, o secretário de Estado do Tesouro e o governador da Reserva Federal não terem conseguido encontrar um comprador para o banco de investimento.
O inglês Barclays tentou comprar o banco, mas as autoridades britânicas não deram autorização. Alistair Darling, ministro das Finanças do Reino Unido, disse ao secretário de Estado do Tesouro dos EUA, Hank Paulson, que o Reino Unido não iria “importar o cancro” dos EUA.

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3 de outubro de 2008

A Grécia torna-se o segundo país do euro a garantir todos os depósitos dos bancos, depois da Irlanda. Uma decisão que se viria a revelar ruinosa, tanto para a Irlanda como para a Grécia.
A decisão obrigou, ainda, os restantes países da zona euro a aumentarem a garantia mínima dos depósitos, que era de 25 mil euros e passou para 100 mil euros. A decisão da Irlanda caiu mal em Berlim…

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14 de janeiro de 2009

A agência de rating norte-americana Standard & Poor’s corta a notação de crédito da Grécia de A para A-. A justificação: a deterioração das contas públicas numa altura em que a economia mundial estava a abrandar. Era o primeiro de muitos cortes no rating da Grécia.
A Standard & Poor’s foi a agência que mais vezes cortou o rating da Grécia (oito vezes) e fez baixar o rating em 14 níveis.

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10 de março de 2009

Yannis Papathanasiou (na foto à direita) tinha assumido a pasta das Finanças há apenas dois meses quando o Conselho Europeu exige à Grécia que aperte o cinto. Era necessária mais consolidação orçamental, reformas estruturais e medidas para melhorar a sustentabilidade das finanças públicas no longo prazo. Um aviso que já vinha a ser feito pelo banco central, mas que não estava a ser levado a sério.

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4 de outubro de 2009

George Papandreou conduz os socialistas do Pasok à vitória nas eleições gregas, batendo a Nova Democracia pela maior margem desde 1981, com promessas de que iria aumentar a despesa e os salários na Grécia.

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18 de outubro de 2009

Acabado de chegar ao Governo, Papandreou encontra um buraco negro nas contas públicas. O agora primeiro-ministro admite que o défice vai ser o dobro do previsto pelo anterior Governo, 12% do PIB em vez de 6%, mas a história ainda estava longe do fim. As bolsas caem a pique.

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19 de outubro de 2009

Depois de meses de desconfiança e avisos, a Comissão Europeia anuncia que o lançamento de uma investigação formal às estatísticas gregas.
“The game is over”, diz Jean-Claude Juncker (na fotografia à direita), na altura presidente do Eurogrupo, algo como ‘acabou-se a brincadeira’.

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5 de novembro de 2009

George Papandreou apresenta-se no Parlamento para dar a conhecer o primeiro orçamento. As promessas eleitorais não podiam ser mais contrariadas: Não há aumentos de despesa e salários como tinha prometido, mas sim austeridade. O plano era o de cortar o défice para 9,4% do PIB em 2010.

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8 de de dezembro de 2009

Agência de rating Fitch corta o rating da Grécia de A- para BBB+. É a primeira vez, em pelo menos 10 anos, que a Grécia tem um rating abaixo de A e o nível mais baixo para um país da zona euro. A justificação dada foi o crescente receio em torno da sustentabilidade das finanças públicas gregas. A Fitch viria a cortar o rating da Grécia em sete ocasiões, a nota desceu 13 níveis, numa escala com apenas 20 notas.

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15 de dezembro de 2009

O ceticismo dos analistas sobre os planos do Governo grego para cortar o défice orçamental revela o nervosismo que há no mercado. Os mercados caem novamente a pique. Os sindicatos na Grécia anunciam uma greve geral de 24 horas.

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13 de janeiro de 2010

A Comissão Europeia condena a falsificação nas estatísticas das contas públicas gregas e a pressão política que colocou obstáculos na elaboração das estatísticas. O relatório é devastador para a Grécia. Bruxelas diz que os números que vinham a ser dados pela Grécia eram tão pouco fiáveis que o défice e a dívida pública podiam ainda ser maiores do que aquilo que o Governo tinha anunciado, quando disse que o défice seria mais do dobro do previsto.
Na altura, as estimativas eram as de que o défice de 2009 ficasse em 12,5% do PIB, muito longe dos 3,7% previstos em abril. O défice de 2008 foi revisto de 5% para 7,7%.

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21 de janeiro de 2010

O primeiro-ministro diz que a Grécia não vai precisar de um resgate, uma frase que seria o prenúncio do fim e repetida vezes sem conta em todos os países que viriam a pedir um resgate. Os juros sobre a dívida grega a 10 anos já atingiam o seu máximo de sempre, 6,248%.

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29 de janeiro de 2010

O comissário europeu responsável pela concorrência, Joaquin Almunia, diz no Fórum de Davos, na Suíça, perante os homens mais ricos do mundo, que não há um plano B para a Grécia. “A Grécia não vai entrar em incumprimento. Na zona euro, não existe default”. Os mercados não deram muita credibilidade a esta garantia.

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15 de fevereiro de 2010

“Basicamente, estamos a tentar mudar o rumo do Titanic. As pessoas pensam que estamos metidos numa grande alhada. E estamos”, afirmava o ministro das Finanças da Grécia, pouco antes de o país chocar contra o iceberg em que se tinha tornado a sua dívida pública.

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3 de março de 2010

O governo grego dá a conhecer um novo pacote de austeridade: mais 4,8 mil milhões de euros em cortes. Os salários dos funcionários públicos levam cortes, as pensões são congeladas, o IVA grego sobe mais dois pontos percentuais, os impostos sobre o tabaco e o álcool também aumentam.

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11 de março de 2010

Ficou como uma das grandes imagens de marca da Grécia durante o período de crise. Neste dia, cerca de 50 mil pessoas saíram às ruas de Atenas para protestar contra os cortes que o Governo estava a impor. A greve geral faz com que os aviões não saiam do chão e que as viagens de comboio fiquem suspensas.

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22 de março de 2010

O gabinete de estatísticas das comunidades europeias, o Eurostat, continua à luta com as estatísticas gregras. O défice público de 2009 é revisto em alta mais uma vez, agora para 13,6% do PIB.
No mesmo dia, o Banco central lança novo aviso: a Grécia precisa de um plano credível e profundo de consolidação orçamental e um plano abrangente de reformas estruturais.

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23 de abril de 2010

Depois de intensas negociações, o primeiro-ministro diz publicamente que a Grécia vai avançar para o pedido de resgate à Europa e ao FMI. “Sabemos o caminho para Ithaca e já navegámos estas águas”, dizia Papandreou, em referência ao regresso do herói da mitologia grega Ulisses à sua ilha natal, chamando ao resgate a “nova Odisseia da Grécia”. Os juros da dívida a dez anos sobem para 8,65%, mas os da dívida dois anos já superam os 10%.

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2 de maio de 2010

Os responsáveis da zona euro e do FMI (na altura liderado por Dominique Strauss-Kahn, na foto à esquerda) chegam a acordo sobre o apoio a dar à Grécia. O empréstimo seria de 110 mil milhões de euros e, em troca, o Governo de Papandreou aplicaria cortes que chegariam a 30 mil milhões de euros em três anos. É o primeiro resgate na zona euro.

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4 e 5 de maio de 2010

Greve de 48 horas da Função Pública na Grécia leva a conflitos violentos nas ruas. Os manifestantes incendeiam um banco com recurso a cocktails molotov e acabam por provocar a morte a três pessoas presas dentro do edifício. Apesar dos protestos, George Papandreou garante que a austeridade vai para a frente. A alternativa, diz ao Parlamento, “é a falência do país”.

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10 de maio de 2010

O Banco Central Europeu toma uma decisão inédita e anuncia que vai começar a comprar dívida pública dos países do euro. As operações serão feitas no mercado secundário e incidirão, numa primeira fase, sobre os países sob resgate.

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12 de agosto de 2010

A recessão na Grécia é cada vez mais profunda e pior do que se esperava. No segundo trimestre de 2010, a economia tinha caído 3,5% face ao mesmo período do ano anterior. A taxa de desemprego subia para 12,5%. As pessoas sentiam cada vez mais dificuldades.

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18 de outubro de 2010

Merkozy. Angela Merkel e Nicolas Sarkozy encontram-se em Deuville. É discutida pela primeira vez a possibilidade de os credores privados sofrerem perdas nos resgates de países. A reação dos investidores, como seria de esperar, é a pior.

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21 de novembro de 2010

A Irlanda pede ajuda oficialmente. As negociações levam a um acordo a 7 de dezembro. O resgate seria de 85 mil milhões de euros.

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6 de abril de 2011

Depois de quase ano e meio a ser apontado com a nova Grécia, Portugal pede ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional e à União Europeia. Sócrates resistiu até ao fim a pedir ajuda, mas declarações de Fernando Teixeira dos Santos ao Jornal de Negócios, na sequência de uma emissão de dívida em que os juros dispararam, não deixaram mais margem de manobra ao primeiro-ministro.

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15 de abril de 2011

O primeiro-ministro da Grécia anuncia que o Governo vai avançar com mais medidas de austeridade que representavam poupanças de 76 mil milhões de euros (mais tarde subiriam para 78 mil milhões) até 2015. Só em privatizações, a Grécia queria 50 mil milhões de euros. O défice seria de 1% do PIB em 2015 se o plano corresse como o esperado.

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23 de abril de 2011

A Comissão Europeia diz que o défice grego em 2009 seria, outra vez, pior do que o esperado: 13,6%. A previsão anterior era de 12,7%. Começa a segunda vaga da crise grega.

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6 de maio de 2011

Os ministros das Finanças da Alemanha, França, Espanha e Itália reúnem-se de forma inesperada no Luxemburgo, o que leva a rumores de que a Grécia estará prestes a sair do euro.
Jean-Claude Trichet abandona a reunião a meio, recusando-se a participar em qualquer reunião que discuta a reestruturação da dívida grega.
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, diz que foi discutida a possibilidade de dar mais dinheiro à Grécia.

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11 de maio de 2011

Centenas de milhares de funcionários públicos abandonam os seus postos de trabalho para mais um protesto histórico contra a austeridade. Trabalhadores das docas, professores, médicos e enfermeiros. Os serviços públicos da Grécia ficam completamente paralisados.

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24 de maio de 2011

A Grécia anuncia mais seis mil milhões de euros em cortes em 2011 e a conversa em torno da reestruturação começa a ficar cada vez mais ruidosa. O governador do Banco central de França diz que se isso acontecesse, seria “uma história de terror”.

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13 de junho de 2011

A Standard & Poor’s corta o rating da Grécia em três níveis para CCC. Apenas um nível acima da Moody’s, que já tinha cortado no início do mês (também cortaria o rating da Grécia em sete ocasiões, baixando-o em 16 níveis). A Grécia passa a ter o pior rating do mundo.

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16 de junho de 2011

Olli Rehn diz que a Comissão Europeia e o FMI chegaram a acordo para evitar um incumprimento na Grécia, transferindo mais uma tranche do empréstimo, mas deixa o aviso a Atenas: ou dão aval a mais uma ronda de austeridade ou o acordo cai.

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29 de junho de 2011

O Parlamento aprova o segundo programa de resgate depois de dois dias de protestos violentos em que cerca de 300 manfestantes e polícias ficaram feridos. Cortes estimados em 28,4 mil milhões de euros.

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21 de julho de 2011

Os líderes da zona euro chegam a acordo para um novo resgate à Grécia. Atenas vai receber mais 109 mil milhões de euros. Credores privados chegam a acordo para a primeira reestruturação: Perdem 21% do valor atualizado da dívida grega que têm em carteira, cerca de 50 mil milhões de euros de alívio nos compromissos assumidos pela Grécia. Para além do acordo, os líderes europeus comprometem-se a ajudar a Grécia até o país conseguir regressar ao mercado.

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2 de setembro de 2011

A troika suspende a missão em Atenas depois de encontrarem atrasos consideráveis nas reformas acordadas e na redução do défice, e não chegam a acordo com o Governo sobre o caminho a seguir. Poul Thomsen (na foto), que chegou a ser chefe de missão do FMI para o resgate a Portugal, acabaria por abandonar o programa português para se dedicar em exclusivo ao programa grego.

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2 de outubro de 2011

A proposta de Orçamento para o ano seguinte assume que a Grécia vai falhar a meta do défice de 2011, estabelecida poucos meses antes. Meta para 2012 também não será atingida. A nova meta será de 8,5%. O Governo culpa a recessão mais profunda do que o esperado.

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18 de outubro de 2011

Confrontos entre grupos adversários de manifestantes, e mais tarde com a polícia, lixo a arder, pedras atiradas, ataques com tacos de baseball e a intervenção violenta da polícia com gás lacrimogéneo, num dos maiores protestos em Atenas das últimas décadas. Estiveram cerca de 50 mil pessoas na Praça Syntagma, para dois dias de greve geral. Os protestos arrastaram-se a dia 20. Um homem morreu.

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20 de outubro de 2011

Novo pacote de austeridade aprovado no Parlamento grego depois de protestos violentos em Atenas. Um deputado é expulso do partido da maioria por chumbar a austeridade. Entre as medidas impopulares estava o despedimento de 30 mil funcionários públicos e o aumento de impostos. A troika diz que a nova tranche deve ser desembolsada o mais rapidamente possível, mas também admite que mesmo um segundo resgate pode não chegar para salvar o país da bancarrota.

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26 e 27 de outubro de 2011

14ª cimeira dos líderes europeus em 21 meses. Ao fim de mais de 10 horas de reunião, chefes de Governo chegam a acordo para dar mais capacidade ao fundo de resgate do euro que passa a ter um bilião de euros à disposição. Os credores da Grécia vão também ser forçados a assumir mais perdas, agora de 50% (as perdas vão subir mais tarde para os 70%), os bancos europeus vão ser obrigados a aumentar o seu capital em 106 mil milhões de euros e o empréstimo à Grécia é aumentado para 130 mil milhões de euros.

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31 de outubro de 2011

Georges Papandreou marca um referendo ao acordo com a troika (alcançado apenas alguns dias antes), sem consultar os parceiros europeus. Em resposta, Merkel e Sarkozy avisam Atenas que não recebem mais um cêntimo sem o Parlamento grego aprovar os compromissos com a zona euro.

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1 de novembro de 2011

Os receios de chumbo no referendo levam ao pânico nos mercados em todo o mundo. Juros da dívida grega a dois anos sobem para os 84,7%. Mario Draghi é novo presidente do BCE.

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2 de novembro de 2011

Os líderes europeus suspendem os desembolsos do empréstimo e dizem à Grécia que tem de decidir se quer permanecer no euro ou não. Até lá, não recebem mais ajuda dos parceiros europeus. Merkel e Sarkozy estão, mais uma vez, na linha da frente da pressão a Atenas.

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3 de novembro de 2011

Depois de se encontrar com Angela Merkel e Nicolas Sarkozy em Cannes, o primeiro-ministro da Grécia recua no referendo à permanência no euro. O apoio dos conservadores aos termos do resgate termina um dia de intensa turbulência política. Os mercados agradecem.

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5 e 6 de novembro de 2011

Os dois maiores partidos da Grécia formam um Governo de unidade nacional, mas este rapidamente colapsa. Georges Papandreou afasta-se da liderança do Governo para conseguir em troca a aprovação do segundo resgate antes das eleições antecipadas. Sem a aprovação no Parlamento, não haveria mais dinheiro da Europa e do FMI.

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11 de novembro de 2011

Lucas Papademos, ex-vice-presidente do BCE, é indigitado primeiro-ministro. Papademos fica com a missão de garantir a estabilidade do país nos meses seguintes e marcar eleições antecipadas. No dia da tomada de posse, garante que vai cumprir o resgate antes de pedir eleições antecipadas. Cinco dias depois, recebe um voto de confiança do Parlamento.

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6 de dezembro de 2011

Os protestos continuam e cada vez mais violentos. À porta do Parlamento, os confrontos provocam vários feridos e 38 pessoas são detidas.

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14 de dezembro de 2011

O Fundo Monetário Internacional volta a criticar o atraso nas reformas que tinham sido acordadas e para aplicar na maioria dos setores da economia grega. A demora, diz Washington, está a atrasar a retoma da economia.

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13 de janeiro de 2012

A Standard & Poor’s retira o máximo à rating à França (AAA). Mais oito países da zona euro levam corte de rating. A culpa, diz a S&P, é da incapacidade dos líderes europeus de resolver a crise. Três dias depois, é a vez de o fundo de resgate europeu perder o rating máximo. No mesmo dia, as conversas entre o Governo grego e os credores atingem um impasse. Sem acordo, a Grécia não recebe mais dinheiro.

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6 de fevereiro de 2012

A Grécia já tinha chegado a um acordo de principio com os credores privados, mas a Alemanha insistia que eram precisos mais cortes e limita as transferências para a Grécia. A chanceler alemã pressionava a Grécia a aceitar os novos termos, mais duros, do novo resgate.

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9 de fevereiro de 2012

Depois de atrasos e reuniões pela noite dentro, os três maiores partidos e a troika chegam a acordo sobre os termos do novo resgate. O salário mínimo é cortado em 22%, as pensões em 15% e mais 15 mil funcionários públicos vão perder o seu emprego. A taxa de desemprego sobe para 21%, um novo recorde. Os protestos voltam às ruas.

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12 de fevereiro de 2012

Parlamento aprova o último pacote de austeridade, a dois meses das eleições. Quarenta deputados dos partidos da coligação são expulsos por não votarem a favor. Nas ruas, os protestos continuam violentos, com jovens de cara tapada a incendiarem dezenas de edifícios e a entrarem em confronto com a polícia.

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9 de março de 2012

Atenas anuncia resultado da reestruturação. Os bancos perdem 75% do valor dos seus empréstimos. Mais de 95% dos credores participam na reestuturação.

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15 de maio de 2012

As negociações para uma coligação na Grécia falham e o país volta a eleições a 17 de junho. Seria o fim de Lucas Papademos à frente do Governo grego.

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9 de junho de 2012

Espanha pede 100 mil milhões de euros à União Europeia para salvar o setor bancário. O otimismo desaparece três dias depois com os custos de financiamento da Espanha a atingirem os mais elevados níveis desde 1999.

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15 de junho de 2012

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, deixa os mercados ainda mais nervosos, sublinhando os riscos de contágio e diz que a França e a Itália podem precisar de um resgate.

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20 de junho de 2012

Antonis Samaras, líder da Nova Democracia, forma governo com o Pasok e é indigitado primeiro-ministro.

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25 de junho de 2012

O Chipre pede ajuda financeira à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional. A crise no seu setor financeiro, que tinha crescido demasiado e muito graças ao dinheiro dos oligarcas russos, estava a arrastar a economia para o abismo.

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26 de julho de 2012

Mario Draghi disse as três palavras que iriam mudar o rumo da crise. “Whatever it takes”. O Banco Central Europeu colocava todo o seu arsenal à disposição para combater a crise e garantia que ia fazer tudo o que fosse preciso para proteger o euro, levando à euforia nas bolsas.

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27 de novembro de 2012

O Eurogrupo estende programa de ajustamento da Grécia por mais dois anos, dando mais tempo para cortar o défice. Países do euro baixam juros do empréstimo e estendem data de pagamento.

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25 de fevereiro de 2013

Banco central da Grécia diz que o risco de colapso foi eliminado e que a provável saída da zona euro foi evitada. A confiança na economia grega está a regressar, ainda que gradualmente.

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15 de março de 2013

A crise no Chipre aperta. O Eurogrupo, com o holandês Jeroen Dijsselbloem à frente após a saída de Jean-Claude Juncker, decide impor um corte em todos os depósitos no Chipre, para aceitar dar um resgate de 10 mil milhões ao país. Os mercados afundam e os líderes europeus são muito contestados. Quatro dias depois, o Parlamento do Chipre rejeitaria os termos do resgate.

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30 de maio de 2013

Comissão Europeia dá mais dois anos a França, Espanha, Eslováquia e Polónia para reduzirem o défice. Portugal, Bélgica e Holanda têm mais um ano para reduzirem os seus défices para menos de 3%.

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11 de junho de 2013

O Governo grego decide fechar, por decreto, a televisão estatal ERT. A decisão cai mal entre a população e dentro da própria coligação. Samaras perde apoio no Parlamento.

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25 de junho de 2013

O novo Governo toma posse só com membros da Nova Democracia e do Pasok. O DIMAR recusa-se a fazer parte da coligação, contra o encerramento da televisão pública.

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10 de novembro de 2013

Parlamento grego rejeita moção de censura apresentada pelo Syriza com uma margem escassa. Alexis Tsipras ganha cada vez mais força.

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30 de março de 2014

O Parlamento grego aprova mais um pacote de austeridade. A lei, com 190 páginas, era obrigatória para que a troika desbloqueasse mais uma tranche do empréstimo e tocava em praticamente tudo, desde nova legislação fiscal às regras para a venda de leite.
A pressão era tão grande para a aprovação da lei que Samaras expulsou do seu partido um dos vice-presidentes por não aprovar apenas um dos artigos. A maioria no Parlamento era reduzida para 152 em 300 deputados.
O Syriza, por sua vez, tentou dar nas vistas propondo uma moção de censura ao ministro das Finanças, Yannis Stournaras, numa tentativa de adiar os trabalhos, mas não avançou porque não tinham passado quatro meses desde a última vez que tinha proposto um voto destes (a Constituição grega exige seis meses).
Antonis Samaras está cada vez mais isolado e o Syriza continua a ganhar força.

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10 de abril de 2014

Após quatro anos de exílio, a Grécia volta a conseguir emitir dívida de longo prazo nos mercados.
O tesouro grego consegue emitir três mil milhões de euros, mais até do que o esperado pelo Governo, em dívida a cinco anos, pagando um juro de 4,75%, com 90% da dívida a ser comprada por investidores internacionais.
“A Grécia deu hoje um passo decisivo para sair da crise. Os mercados internacionais estão agora a expressar a sua confiança na economia grega na forma mais inequívoca possível”, diz o primeiro-ministro grego durante uma declaração às televisões.
A vida política de Antonis Samaras ganha uma nova cor, mas seria sol de pouca dura.

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25 de maio de 2014

O otimismo da emissão de dívida bem sucedida e de uma subida no rating apenas dois dias antes pela Fitch não deu dividendos nas urnas à coligação governamental. Nas eleições europeias que marcaram o crescimento da extrema-direita na Europa, foi a esquerda que ganhou na Grécia.
O Syriza confirmava a força que vinha a ganhar nos últimos meses, em torno do seu carismático líder Alexis Tsipras (que fez campanha também pelo lugar de presidente da Comissão Europeia), e ganhou as eleições com uma margem confortável. A Nova Democracia de Samaras ficou em segundo lugar, quatro pontos abaixo do Syriza.
Samaras respondeu à vitória do Syriza dizendo que “falharam aqueles que tentaram criar condições de instabilidade, incerteza e de incapacidade de governar”, mas até o partido de extrema-direita Aurora Dourada subia nas urnas.

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9 de junho de 2014

O Governo grego tenta responder à pressão da vitória do Syriza, que pede eleições antecipadas, e substitui o seu ministro das Finanças.
Yannis Stournaras abandona o Governo e Gikas Hardouvelis é nomeado para o lugar.
No entanto, Yannis Stouranaras é nomeado governador do banco central da Grécia e a oposição protesta. O Governo de Samaras não fica bem na fotografia.

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8 de dezembro de 2014

O Governo grego anuncia que vai antecipar o voto presidencial no Parlamento. Karolos Papoulias, de 85 anos, só abandonaria o cargo dois meses depois, mas Antonis Samaras decidiu antecipar o voto, justificando a decisão com a necessidade de criar estabilidade política na Grécia.
A estabilidade, segundo Samaras, estaria ameaçada pelas constantes tentativas do Syriza para que fossem marcadas eleições legislativas antecipadas.
Os mercados financeiros entraram em pânico: a Bolsa de Atenas caiu quase 13% no dia seguinte ao anúncio e os juros da dívida grega a 10 anos subiram para 8%.

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29 de dezembro de 2014

O ano termina da pior maneira para Antonis Samaras. A sua tentativa de ver legitimado o Governo, que ainda tinha mandato por mais ano e meio, cai por terra com o nome de Stavros Dimas (um ex-comissário europeu) ter caído por terra na terceira e decisiva votação no Parlamento.
A Constituição obriga a eleições antecipadas caso o Parlamento não aprove o candidato presidencial numa terceira ronda de votações, algo que nunca tinha acontecido. Mas desta vez faltaram 12 votos ao candidato apresentado pela coligação governamental.
Antonis Samaras marca eleições para 25 de janeiro.

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Juros voltam a subir

Foi em setembro de 2009 que os juros da dívida grega a 10 anos começaram a subir de forma consistente. Na altura, os investidores exigiam cerca de 4,4% para deter dívida grega a 10 anos.
Os juros disparam nos tempos que se seguiram, chegando mesmo a ultrapassar 30% em março de 2012, ou seja, a Grécia teria de pagar 30% do que pedia emprestado por cada ano, durante dez anos, o que faria com que se emitisse a essa taxa, acabasse por pagar mais do triplo do dinheiro que pedia emprestado.
A descida que se verificou desde então foi interrompida recentemente com a crise política. No último trimestre de 2014, os juros passaram de pouco menos de 6% para mais de 10%.

5 de janeiro de 2015

Com o Syriza a liderar as sondagens na Grécia, na Alemanha volta a falar-se da saída da Grécia do euro.
Segundo a revista alemã Der Spiegel, o Governo alemão estará aberto à saída de Atenas da comunidade que partilha a moeda única caso o Syriza ganhe as eleições. O discurso anti-austeridade, a promessa de aumento da despesa e do número de funcionários públicos e de uma nova reestruturação da dívida grega não cai bem em Berlim, que começa a passar a mensagem de abertura à saída da Grécia.
A pertença à zona euro começa a parecer tão irrevogável como o pedido de demissão de Paulo Portas em 2013.

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25 de janeiro de 2015

Será Tsipras o novo líder da Grécia? O povo grego vai às urnas decidir o futuro do país e tem o carismático líder do Syriza de um lado, a prometer que aumenta o salário mínimo, contrata milhares de funcionários públicos, aumenta a despesa para criar mais emprego, dá mais dinheiro aos mais carenciados e começa mais uma reestruturação da dívida grega, a terceira em três anos. O Syriza está na frente das sondagens com uma margem cada vez maior.
Do outro, um desgastado Antonis Samaras, que arriscou o seu futuro político numa votação antecipada desnecessária e que falhou a tentativa de sair do programa de resgate mais cedo com um programa cautelar. Representa, para os gregos, a continuação da política de austeridade.

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