786kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

i

Getty Images

Getty Images

Há outra direita nos EUA para além da que marchou em Charlottesville. É a direita religiosa: a caixa que a América abriu

Há uma direita que não marchou na Virginia mas que dá polémica nos EUA. Desde que Rod Dreher publicou a Opção Beneditina, tem-se multiplicado a discussão: o que é e como cresceu a direita religiosa?

Pensemos no cosmopolita leitor da “New Yorker”. Já não no simpático gentleman de cartola e bengala que o símbolo da revista caricatura, mas no homem moderno, assoberbado de trabalho entre o frémito das cidades, empregado na ponta de um arranha-céus, mesmo assim insuficiente para lobrigar o fim da sua cidade gigantesca.

Este sofisticado americano, nos cinco minutos da pausa do almoço, abre de fugida a revista e depara-se com uma discussão para lá de escolástica sobre o modo de vida dos monges beneditinos. Que poderá interessar ao sobrestimulado contemporâneo a vida mais ou menos pacata de um grupo de semi-anacoretas rigorosos, mortos e enterrados nas fronteiras do Império Romano? Que poderá interessar ao jovem americano, preocupado com a cultura do seu país, um grupo de mosteiros, insulados por essa Europa fora, sem mais ruído do que as orações constantes de uma pequena comunidade?

Não é apenas um interlúdio beato da “New Yorker”; na “Spectator” encontramos a mesma curiosidade repentina pela regra de S. Bento e na “First Things” há uma secção inteira dedicada à Opção Beneditina. Tudo porque Rod Dreher publicou finalmente o livro que anunciava há uma pouco rigorosa década – The Benedict Option. O debate em torno do livro, mais do que marcado pelo tema, está marcado pela personalidade do autor. Rod Dreher já foi Luterano, já foi Católico e agora é Ortodoxo; a única constante é a forma polémica das suas opiniões fortes, suficientemente fundamentadas para ultrapassarem a discussão corriqueira da política, mas expostas de tal forma que todos as podem perceber. Além do autor, porém, a discussão em torno da Opção Beneditina está marcada pelo aparecimento de um novo fenómeno: a “Religious Right”, o conservadorismo cristão, está na moda.

“The Benedict Option”, de Rod Dreher

Não é a mesma direita que marchou em Charlottesville, na Virginia. Saiu dos círculos mais ou menos alargados das revistas especializadas, dos museus de bizarrias em que a embalsamavam as posições polémicas sobre a Evolução, das comunidades relapsas que teimam em rejeitar a modernidade ou da consciência segredada de políticos mais ou menos importantes. Rod Dreher conseguiu pôr a América a discutir a académica questão dos beneditinos; mas antes dele, vários foram os acontecimentos que contribuíram para diluir a aparentemente inabalável cintura progressista de Nova Iorque, para abrilhantar as pouco atractivas questões morais em que as várias comunidades cristãs chocam com o espírito do século e para dar um novo fôlego à presença da religião no espaço público.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

EUA. Quem são os extremistas que marcharam em Charlottesville

Um conservadorismo mais político que moral

A moda do conservadorismo, em si, não é nova. Não precisamos de atravessar fronteiras para a encontrar no princípio do “Independente” ou na viragem do milénio. Este conservadorismo, porém, sempre foi mais político do que moral. Foi, aliás, mais vezes simpático à custa da moral do que propriamente por causa dela. O que impressionava no mundo de Miguel Esteves Cardoso era a aparente contradição entre um ideário político conservador – no sentido da defesa da propriedade privada ou do patriotismo – e um estilo de vida boémio. Mesmo na direita saída dos blogues, tão atenta à América e à Guerra do Iraque, a moral e os bons costumes são o parente pobre da política.

Ora, o conservadorismo cristão – ou os theocons, como motejam os seus detractores – é outra coisa. Nem tem muito que ver com o conservadorismo típico da América, nem sequer com o tipo de militância religiosa que tantos políticos pais de família sempre souberam pescar dentro das comunidades protestantes mais duras.

O sistema político americano nunca se deu demasiado mal com a religião, entre outras coisas, porque a formação do país e as suas comunidades dominantes nunca tiveram o proselitismo que se encontra com tanta facilidade no Catolicismo europeu.

A religião sempre teve importância na vida política americana; as comunidades religiosas e as Igrejas mais concorridas são sempre aliados de peso de qualquer força política em busca de apoio. Ora, por muito conservadoras que estas comunidades sejam, por muito centradas nos aspectos morais que estejam na altura de escolher governantes, a sua própria dinâmica não favorece o género de militância da nova direita religiosa.

O sistema político americano nunca se deu demasiado mal com a religião, entre outras coisas, porque a formação do país e as suas comunidades dominantes nunca tiveram o proselitismo que se encontra com tanta facilidade no Catolicismo europeu. A quantidade de primeiros colonos a encontrar na América as tréguas a uma guerra religiosa que feria a Europa, aliada ao próprio espírito do Protestantismo, muito mais voltado para a importância da consciência individual do que para uma noção de Igreja no sentido comunitário, sempre facilitaram uma espécie de coexistência pacífica. Desde que não fosse imposta a uma comunidade a adopção de valores que lhe fossem contrários, a regra dos outros pouco lhes interessaria. As ideias pouco arreigadas de proselitismo e de uma moral comum favoreceriam um sistema apostado no equilíbrio entre comunidades, nos jogos de poder com cedências a uma ou outra parte, mais interessados na distribuição de privilégios ou liberdades do que na instalação de uma prática comum.

Rod Dreher

A famosa mescla de comunidades que tanto orgulha a América assentaria, portanto, na ideia de que há certos pontos de vista de que uma comunidade não abdica para si mas também não os exige para os outros e que há, ao mesmo tempo, uma forte corrente neutra em relação a estas práticas que olha para as especificidades culturais com olhos de turista. Isto é, para o sistema funcionar, os pontos de controvérsia têm de ser, pelo menos para uma parte, pouco importantes. Se em causa estivesse uma cultura que achasse por bem matar todas as crianças, a neutralidade dos que estão de fora não funcionaria: haveria um conflito. O que acontece é que os assuntos de divergência têm de ser tais que, para os que não fazem parte da comunidade interessada, não mereçam intervenção.

Este fundo, mais ou menos neutro, civilizado a ponto de não ter nenhuma civilização, que sobrepõe a tolerância de todos a qualquer dos seus valores, constituiria, na imagem generalizada, a população dos grandes centros cosmopolitas. A América temente a Deus estaria no Sul ou no Interior, na população rural e, no máximo, nas bocas de uns quantos políticos que se lembrassem desse eleitorado. A América das grandes urbes, embora ciente quanto baste das suas origens culturais para tolerar estes abencerragens como relíquias históricas, seria a América respeitadora.

Num sentido apesar de tudo complexo, a religião estaria confinada à esfera privada de cada comunidade, enquanto o elo de ligação permaneceria livre em relação a todas e por isso mesmo neutro.

A religião na praça pública

Para perceber que esta é uma das preocupações centrais do novo conservadorismo religioso, basta olhar para o título do livro que tornou famoso um dos vultos principais deste movimento: Richard John Neuhaus, um padre convertido do Luteranismo, escreveu The Naked Public Square precisamente sobre o papel da religião no espaço público. A posição de Neuhaus facilitava-lhe a tarefa: criado numa família Luterana, o seu nunca poderia ser visto como um apelo comunitário; Neuhaus era, nesse sentido, um desenraizado, que não abandonava completamente as suas raízes. Ao notar que, nos aspectos sociais, a posição das diversas Igrejas Cristãs era quase sempre a mesma – a respeito dos temas mais fracturantes, como o aborto, contracepção, eutanásia, etc. – Neuhaus admirava-se da fraqueza dessas posições junto da opinião pública. As Igrejas, que juntas agregavam milhões de fiéis, não representavam uma força proporcional na consciência comum. Daí que reforçasse a necessidade da presença de vozes religiosas no espaço público: como é que uma política pode ser democrática se um aspecto da vida de tantos cidadãos – e logo com a importância da religião – é negligenciado?

“The Naked Public Square”, de Richard John Neuhaus

Neuhaus é, em primeiro lugar, um defensor da importância da religião no espaço público por uma questão de representatividade: se é algo importante para tantos cidadãos, terá de ter presença na sociedade; mas além disso, é defensor da religião no espaço público por uma questão de justiça.

Remeter a Deus o que é de Deus e a César o que é de César não significa erradicar a religião do espaço público e remetê-la à esfera privada; significa, antes de mais, reconhecer que há um papel de Deus e um papel do Estado e que o papel do Estado não está em legislar sobre o que é comum, mas apenas sobre aquilo que lhe compete. O Estado não deve ter poder sobre a moral, não deve ser o Estado a decretá-la. Num país tão fortemente individualista como os Estados Unidos, a importância deste argumento só pode ser dada pelo modo como refreia o Estado: a religião é o que impede o Estado de se intrometer na moral, porque, de outro modo, é o Estado quem a decide.

A "First Things", que depressa se tornou a revista de religião mais influente da América, conseguiu recentrar nas questões morais o voto de muitos eleitores crentes, deu voz a vários académicos fora do recinto da academia e, nunca se escusou às questões fracturantes.

A secularização rápida dos anos sessenta e a importância política das causas fracturantes vêm engrossar a voz de Neuhaus: por um lado, verifica-se que é impossível a existência de um Estado neutro, que se limite a gerir as diferentes morais comunitárias; para se legislar, tem de se legislar de acordo com princípios, que partem de imperativos morais; por outro, torna-se mais fácil a compreensão de que muitas das batalhas das diferentes Igrejas são comuns. Daí que, quando Neuhaus funda a revista “First Things”, precisamente com o objectivo de recolocar a religião no espaço público, o ecumenismo não seja sequer um problema. Não se discutem religiões, mas sim a sociedade de um ponto de vista religioso.

A importância de Neuhaus para a direita cristã dificilmente pode ser exagerada. Em primeiro lugar por, depois de Kennedy nos democratas, depois de Dorothy Day ligada aos movimentos sociais dos trabalhadores, depois da revista “Commonweal” e de toda a vaga de escritores dos anos cinquenta, voltar a colar a imagem dos católicos aos Republicanos. Isto, que por um lado pode ser visto como uma perigosa mistura entre um ideário político e uma fé, tem a vantagem de clarificar os pontos em que as comunidades religiosas estão de facto interessadas. O facto de culturalmente os católicos estarem próximos dos democratas e os protestantes próximos dos republicanos, quando nas questões morais estavam unidos, amalgamava a questão moral e permitia que a discussão política se centrasse em querelas económicas, sem que nenhum partido se sentisse verdadeiramente a representar uma ideia moral. Neuhaus veio, com isso, colocar sobre os republicanos o peso de representarem uma moral de inspiração cristã.

Richard John Neuhaus

Getty Images for Meet the Press

Além disso, Neuhaus, com a “First Things”, foi dos primeiros padres com influência política que se conseguiram libertar da Casa Branca. Neuhaus foi conselheiro oficioso de Bush, tinha influência nas altas hierarquias do Estado mas, como ele, também antes a teve Niebuhr, por exemplo, ou uma multidão de pastores de várias confissões. A influência política era medida mais pela proximidade com os governantes (muitas vezes existente apenas por causa de uma lógica de representatividade de todas as correntes de opinião) do que por uma capacidade para influenciar os eleitores. Neuhaus tinha os dois lados: a “First Things”, que depressa se tornou a revista de religião mais influente da América, conseguiu recentrar nas questões morais o voto de muitos eleitores crentes, deu voz a vários académicos fora do recinto da academia e, com uma veemência mais óbvia pela insistência nos temas do que por um tom histérico, nunca se escusou às questões fracturantes, a que a revista sempre deu um enquadramento histórico ou filosófico que ultrapassa a política.

Influência comparável só, talvez, a de Pat Buchanan, durante muito tempo o batedor do catolicismo entre o Partido Republicano, fundador da “American Conservative” e, também ele, figura eminente dos theocons. Buchanan, mais político do que Neuhaus, sempre teve uma visão peculiar do Partido Republicano. Muito mais patriota do que pela globalização, conservador à antiga, pré-New-Deal, Buchanan tem uma visão do conservadorismo mais próxima daquilo que é a visão da direita tradicional Europeia: se a diferença não está na moral, é muito difícil encontrá-la entre um conservador e um liberal, um democrata e um Republicano.

A “American Conservative” tornou-se interessante e, de algo modo, excitante, precisamente pela sua clareza. Não é preciso entrar em questões bizantinas, ou num debate entre moderados sobre subtilezas programáticas; ao centrar a discussão na moral, a distinção entre liberais e conservadores fica muito mais fácil.

A voz, o calo e a figura

O crescimento da direita Cristã, pelas especificidades da América, foi das comunidades locais para a alta política – mais interessada em representar minorias do que maiorias – e da alta política para a sociedade urbana. As ideias claras, a distinção nítida entre polos políticos e o próprio jogo com a cultura contemporânea, que transforma a antiga ortodoxia na nova heterodoxia, tornam a ideia de uma direita religiosa especialmente apelativa para um público que, há poucas décadas, parecia completamente desinteressado pela religião. E são estes factores, também, que tornam possível o aparecimento de uma figura como Rod Dreher.

Dreher não tem o calo político de Buchanan, mas tem a voz e a figura que o permitem brilhar depois de Neuhaus e Buchanan já lhe terem aplanado o terreno. A bizarria pós-moderna do Homem que já foi Luterano e Católico, que é Ortodoxo mas ama o vetus ordo e todo o cerimonial romano, do Homem que resgata o lado estético e solene do sagrado, quadram com a escrita vigorosa e com as ideias claras do colunista experimentado. Dreher tem a facilidade de raciocínio que permite extrair ideias interessantes de quase todos os acontecimentos, explicar pontos de vista imprevisíveis em poucas frases e perceber as linhas mestras de correntes culturais em pouco tempo. É culto ao modo pragmático americano, mais interessado em servir-se da tradição intelectual para expressar as suas ideias do que em explicá-la. Não escreve propriamente para um público religioso: escreve mais para um público hostil que exorta à conversão.

Pat Buchanan

Getty Images for SiriusXM

E é de todo este cozinhado que sai o seu Benedict Option, há tantos anos anunciado. Como analista arguto que é, Dreher apercebe-se de uma das desvantagens, que foi também um dos seus trunfos, da direita religiosa. O modelo que Neuhaus construiu é um modelo que assenta mais em causas dispersas do que num todo coerente. Para este todo, as diferenças que o ecumenismo polidamente ignora têm a sua importância e as suas implicações. A opção beneditina seria assim, também, uma forma de preservação dessa cultura, da mesma cultura que durante tanto tempo foi responsável pela inépcia pública dos representantes religiosos (por terem as convicções assestadas numa mundividência, não conseguiam secularizar o discurso e torná-lo compreensível para quem vem de fora), da mesma cultura que fundamenta os debates que a direita religiosa trava.

Dreher assume, ao contrário da maior parte dos seus asseclas, que a batalha cultural que a religião trava está perdida. Todas as questões fracturantes serão decididas a desfavor das várias Igrejas, porque há uma tendência secular que já se sobrepôs à tendência religiosa. A proposta de Dreher é, assim, a de, como os beneditinos se recolheram em mosteiros que preservaram a cultura antiga enquanto a barbárie arruinava Roma, também os Cristãos voltarem à regra de S. Bento. A ideia não é a de que os Cristãos abandonem o mundo, mas o raciocínio está próximo: se a regra de S. Bento, o recolhimento e a oração, preservaram e ressuscitaram a Cultura Antiga, também a poderá renovar nos dias de hoje, análogos aos últimos dias do Império Romano.

Dreher quer preservar uma cultura através de um método que não serve para isso. Ao instrumentalizar a contemplação, acaba por desvirtuá-la. A contemplação não serve para preservar a cultura, embora a possa preservar.

Com tudo aquilo que a ideia tem de interessante (já foi, aliás, secundada por R. R. Reno, editor da “First Things”), com todo o encanto Ortodoxo pela via contemplativa, com a idiossincrasia radical monástica a acenar ao bizarro, com a erudição rápida da História do fim do Império, o livro tem também vários problemas.

Em primeiro lugar, confunde, em certa medida, consequências com finalidades. Nunca os Beneditinos pretenderam preservar a Cultura. Por se quererem recolher em contemplação, um aspecto fundamental dessa cultura prevaleceu; a dinâmica, porém, é diferente. Não há nada de censurável em querer preservar uma cultura, nem em descobrir uma regra para o fazer; o que é discutível é que as mesmas ideias tenham as mesmas consequências sociais. Este factor, entre vários outros apontados por Francisco Sassetti da Mota na mais recente “Brotéria2, mina de alguma forma todo o livro. Dreher quer preservar uma cultura através de um método que não serve para isso. Ao instrumentalizar a contemplação, acaba por desvirtuá-la. A contemplação não serve para preservar a cultura, embora a possa preservar.

O método de Dreher, embora sirva outros mais nobres, não serve o seu objectivo. E isto, de alguma maneira, é representativo de toda a direita religiosa americana. A aposta imediata está na contestação a causas esparsas e imediatas; a aposta de longo prazo, porém, não existe. E, enquanto ela não existir, esta direita estará sempre a jogar contra dados viciados. Não se pode querer fazer de certos valores categorias sociais permanentes num regime que soberaniza o efémero individual. Enquanto não perceber isso, esta, por muitas pequenas vitórias que tenha, será sempre uma direita a jogar com as regras contra si.

Carlos Maria Bobone é licenciado em Filosofia. Colabora no site Velho Critério.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos