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iStockphoto/dolgachov

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Há uma geração que não desliga. iAgora?

TIC, FOMO, mukbang e phubbing. A tecnologia não pára de evoluir e, com ela, o nosso comportamento, em particular o dos mais novos. Pegando em dois novos livros, falámos com psicólogas sobre o tema.

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O smartphone como extensão do corpo de um adolescente e, por vezes, de uma criança. Como um terceiro braço que nos permite estar em permanente contacto uns com os outros, publicar fotografias e partilhar estados emocionais. A ideia não é nova. Todos nós já comentámos com amigos ou familiares que o filho não larga o telemóvel por nada. Não desfazendo as vantagens associadas às novas tecnologias, esse é um dos problemas a apontar. Um problema cada vez mais real e, por vezes, banalizado.

“#Geraçãocordão – A geração que não desliga!” e iAgora? Liberte os seus Filhos da Dependência dos Ecrãs” são dois novos livros, escritos por duas psicólogas, que abordam a problemática do uso, por vezes excessivo, de smartphones e tablets por parte de crianças e adolescentes. Ambas as obras, assinadas por Ivone Patrão e Rosário Carmona e Costa, respetivamente, refletem sobre as vantagens e os perigos das TIC — Tecnologias da Informação e Comunicação, e sobre a sua influência em diversos aspetos da vida dos mais novos — desde as relações sociais e familiares às novas formas de estudo.

Segundo um estudo do ISPA — Instituto Universitário orientado pela psicóloga e terapeuta familiar Ivone Patrão, 25 por cento dos adolescentes portugueses são viciados em tecnologia — o estudo, que ainda está a ser finalizado, teve como amostra três mil adolescentes. No seu livro, Patrão defende que estamos perante uma geração cordão, que não desliga, e que vê na tecnologia uma extensão de si própria. Nas primeiras páginas da obra que chegou às livrarias portuguesas no final de março, lê-se ainda que esta geração tem de estar sempre onlineum fenómeno que pode ser apelidado de FOMO (“fear of missing out”, em inglês).

“Entram em pânico se ficam sem bateria no smartphone. Esquecer-se deste apêndice é impensável. Passou a ser um substituto da memória: está tudo lá registado. Para os jovens, deixou de existir time out. Se puderem, nunca param de estar online.”
#GeraçãoCordão, pág. 4.

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"Aquilo que deveria ser um espaço de aprendizagem mútua entre pais e filhos cessa de existir quando todos são absorvidos pelos ecrãs. Assim, a partilha de conhecimento e até de acontecimentos acaba por cair para segundo plano."
Rosário Carmona e Costa, psicóloga clínica

A influência das novas tecnologias na família

Ivone Patrão diz que o seu livro surge numa altura em que a tecnologia e a internet entraram em casa há mais de uma década. Mas enquanto gerações anteriores foram crescendo a par e passo com a dita tecnologia, as crianças e adolescentes de hoje em dia não conhecem uma realidade que não a do online. “A tecnologia entrou em casa de toda a gente cheia de vantagens, com pouco espaço para se pensar nos riscos. É preciso que pais e educadores comecem a falar desde cedo sobre isso.”

[As TIC] trazem, porém, algumas desvantagens, como o crescente evitamento da comunicação cara a cara, um desencontro de expetativas de disponibilidade — esta sensação e ilusão de que o outro está e deve estar sempre disponível e contactável — e a invasão destas vias de comunicação e do espaço familiar pelo exterior”,
iAgora?, pág. 31

De acordo com o que a autora escreve no livro “iAgora?”, as designadas TIC — Tecnologias de Informação e Comunicação são capazes de estimular mudanças na estrutura de uma família. Além de provocarem o alargamento da rede social da família, os limites entre esta e o exterior alteram-se, com os momentos em que a família está, de facto, sozinha a serem cada vez mais raros. A comunicação entre os membros também se transforma, com muitas destas ferramentas a serem auxiliares de gestão no dia a dia, ao mesmo tempo que são uma entrave tendo em conta a comunicação cara a cara.

Na prática, as novas tecnologias conseguem corromper as dinâmicas familiares e afastar as famílias. Aquilo que deveria ser um espaço de aprendizagem mútua entre pais e filhos cessa de existir quando todos são absorvidos pelos ecrãs. Assim, a partilha de conhecimento e até de acontecimentos acaba por cair para segundo plano, diz ao Observador a psicóloga clínica Rosário Carmona e Costa.

© Getty Images/iStockphoto

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Há que salientar as diferenças entre utilização excessiva e utilização desadequada, tal como refere Carmona e Costa. “Se o meu filho vir dez minutos de televisão por dia não é excessivo, mas se nesses dez minutos estivermos à mesa já é diferente. Aí já não me vai contar nada, já não vai partilhar como é que foi o seu dia. É importante que os pais percebam esta distinção. A longo prazo pode ser tão problemático como o consumo excessivo.” Nesse sentido, é importante que os pais aprendam a introduzir as novas tecnologias de forma equilibrada. Isso implica, por exemplo, explicarem pontualmente aos filhos como foi a sua experiência na infância, sem qualquer tipo de dispositivos eletrónicos como os que existem atualmente. Aliás, o não recuar à infância dos pais é considerado, no livro “iAgora?”, um dos erros que as famílias cometem na era das TIC. Outro aspeto a que a família pode estar alheia é o facto de esta utilização exagerada contribuir para a inibição da imaginação e da criatividade por parte das crianças, sendo que há outros erros que poderão estar a ser cometidos:

  • o não planear o tipo de atividades ou programas que a criança pode fazer/ver, bem como a sua durabilidade;
  • perante o incumprimento das regras em torno da utilização das TIC, não aplicar as devidas consequências;
  • não estimular a capacidade que a criança tem de brincar livremente, sem estruturas lúdicas pré-definidas, que são fundamentais para o seu bom desenvolvimento;
  • não permitir que os mais novos se aborreçam porque, tal como escreve Rosário Carmona e Costa, “é importante que a criança tenha momentos de ‘nada para fazer’, de encontro consigo própria, de diálogo interno, de imaginação para dar a volta à situação”.

Este verão deixe os seus filhos aborrecerem-se

Citando a psicóloga clínica Catherine Steiner-Adair, Rosário Carmona e Costa enuncia no livro sete pontos fundamentais de uma família mais equilibrada quanto ao uso das TIC:

  1. a família sustentável reconhece a presença considerada invasiva das novas tecnologias e encontra uma forma comum de lidar com ela;
  2. ela encoraja a brincadeira e promove atividades em conjunto;
  3. cultiva os laços e as relações;
  4. reconhece a originalidade de cada um e promove a autonomia;
  5. desenvolve mecanismos saudáveis de discussão e desacordo;
  6. partilha valores e conhecimentos de gerações passadas e preocupa-se face ao futuro;
  7. promove experiências offline.

“iAgora” foi publicado pela Esfera dos Livros e custa 14,90€.

“Não se pode introduzir um ecrã novo sem um conjunto de regras associadas”, diz Rosário ao Observador. “É preciso seguir a lógica de que aquilo é um privilégio e não um direito, que a criança só tem aquilo se…” A psicóloga clínica deixa ainda outra ideia no ar que passa por não ter a televisão ligada a emitir ruído de fundo quando ninguém está, de facto, a ver tv. Isto porque o ruído inibe a comunicação entre a família. O que mais dizer? Que os pais têm de ser modelos da boa utilização dessas mesmas tecnologias. Outras soluções passam por retirar as televisões e os computadores dos quartos e não permitir ecrãs durante as refeições.

Preto no branco, é preciso introduzir as tecnologias de acordo com a idade e as necessidades de cada família. A velha máxima de “cada caso é caso” tem especial aplicação neste contexto.

"Já não temos meninos que se portam bem à mesa para ir ver os bonecos mas sim meninos que veem bonecos para se portar bem à mesa."
Rosário Carmona e Castro

Qual o impacto do uso excessivo de ecrãs?

“De uma forma direta, o excesso de ecrãs pode afetar os mais novos do ponto de vista físico, uma vez que promove uma vida mais sedentária, mas o grande impacto acontece ao nível do desenvolvimento”, esclarece Rosário Carmona e Costa, que assegura que o problema não é o que as crianças fazem quando estão voltadas para o ecrã, mas antes o que não fazem. “Assim a criança não vai aprender a lidar com a frustração e, nesta fase, é preciso que eles percebam que as suas ações têm consequências.”

O impacto comportamental deste uso excessivo no desenvolvimento das crianças é visível em várias etapas: da dificuldade que elas possam apresentar ao nível da autorregulação à pouca tolerância à frustração. Neste contexto, os mais novos podem não saber esperar pela recompensa. Escreve Rosário Carmona e Costa que, hoje em dia, “vemos meninos e meninas que, em vez de comerem a sopa para irem ver televisão ou jogar no tempo que sobra, estão já a receber a recompensa como forma de os pais conseguirem terminar a tarefa”. Ou seja, “já não temos meninos que se portam bem à mesa para ir ver os bonecos mas sim meninos que veem bonecos para se portar bem à mesa”.

Os principais sintomas da SEE

Mostrar Esconder
  • Depressão
  • Flutuações de humor
  • Irritabilidade
  • Agressão
  • Pouca energia
  • Desatenção
  • Baixo autocontrolo
  • Sono pouco reparador
  • Baixa tolerância à frustração
  • Pensamento desorganizado
  • Diminuição da empatia
  • Desconfiança
  • Contacto visual comprometido

Fone: livro "iAgora?"

SEE, de Síndrome de Ecrãs Eletrónicos, é um termo recente para uma tendência também ela recente. A síndrome tem por base um conjunto de comportamentos que podem ser associados ao uso excessivo de ecrãs. Falamos de crianças/adolescentes mais irritáveis, zangados, com alterações de sono e dificuldade em cumprir regras. Nestas situações, e caso os pais detetem o problema de forma precoce, a psicóloga Rosário Carmona e Costa propõe a introdução de novas regras, a criação de atividades alternativas e a promoção de novas competências. “No caso de os pais não se sentirem suficientemente confiantes para abraçar, sem orientação, o desafio, podem e devem procurar ajuda profissional. (…) Mas a verdade é que, neste caso específico, é nos pais que reside a grande responsabilidade terapêutica.”

Rosário Carmona e Costa traz para a conversa um tópico um pouco mais sensível, ao contar que ao consultório chegam muitos pais com filhos que sofrem de depressão ou de ansiedade e que, nestas circunstâncias, responsabilizam o uso excessivo de ecrãs. A pisicóloga clínica reforça que, muitas vezes, os ecrãs funcionam como um escape para um adolescente deprimido e que a culpa não é propriamente da tecnologia. “Os pais acabam por achar que o problema é dos computadores. Eles têm de estar atentos aos sinais. Há miúdos com perturbações de ansiedade que acabam por se socorrer no mundo virtual”, diz em conversa com o Observador. Situação idêntica acontece em relação ao défice de atenção.

Dito isto, a mesma autora escreve no seu livro que “do ponto de vista psicopatológico e das perturbações de desenvolvimento, a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, a depressão e a ansiedade estão associadas a um maior risco de uso excessivo de internet”. É importante salientar que quando os miúdos são mais pequenos, não é a propriamente a internet que os seduz, mas sim as aplicações. A internet só começa a ser um problema/desafio na (pré)adolescência.

© Getty Images/iStockphoto

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“Partilho, logo existo.” Redes e relações sociais

Não há timidez que resista a um contacto online, tão longe do presencial. Em muitos casos, a internet consegue ser uma boa mediadora. O problema existe quando se passa de uma socialização mista — que compreende o mundo real e o digital — e se vive exclusivamente num registo on. “E assim não concretizam uma das tarefas da adolescência que lhes trará competências essenciais para ingressar no mercado de trabalho. Perdem a oportunidade de ser espontâneos, de experimentarem estratégias diferentes para a resolução de conflitos e de lidarem com a frustração”, lê-se na obra de Ivone Patrão. É como se deixassem de viver em direto.

Como são, como pensam que são vistos, como querem ser vistos e como são realmente vistos, em conjunto, faz disparar o gatilho para fazer mais um post.” “Geração Cordão”, pág. 7

Neste contexto, as redes sociais — por vezes a anos-luz da realidade — permitem a criação de várias identidades digitais e até de diferentes histórias de vida — e nem é preciso criar múltiplas contas e perfis de Facebook para isso. Segundo Patrão, há adolescentes que vão até onde a imaginação lhes permite, apesar de correrem o risco de perderem a noção de quem realmente são. “Assumir uma identidade presencial e digital coerente é um desafio”, escreve a autora.

Já Rosário Carmona e Costa alerta para o facto de as redes sociais estarem não só a mudar o que fazemos, mas também quem somos, apesar de aparentemente oferecem-nos três vantagens: o facto de podermos direcionar a nossa atenção para onde quisermos, sermos sempre ouvidos e nunca ficarmos sozinhos. “Usamos a tecnologia para nos definir, compartilhando pensamentos e sentimentos à medida que eles acontecem, e chegamos a criar experiências para termos o que partilhar, como se acreditássemos que estar sempre ligados nos fará sentir menos sós”, escreve a psicóloga clínica, citando a apresentação “The Innovation of Loneliness” de Shimi Cohen.

Isto para não falar dos riscos que os jovens podem enfrentar tendo em conta a utilização das redes sociais, riscos esses apontados por Rosário Carmona e Costa:

  • podem revelar informação sobre si próprios — o que pode ajudar estranhos a determinar a sua localização, além da informação divulgada poder ser usada posteriormente como arma de manipulação;
  • podem tornar-se vítimas de predadores e agressores (o chamado cyberbulling);
  • podem ficar expostos a conteúdo inapropriado;
  • e podem ter contactos inapropriados com adultos.

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Novos palavrões para novos comportamentos

Um grupo de adolescentes está junto ao portão da escola, em roda. São claramente um grupo, mas nem por isso comunicam entre si. Falam, ao invés, via smartphone com outras pessoas e, também, uns com os outros. Fica em falta o contacto visual. Outro exemplo? Está numa esplanada a beber café com um amigo, irmão ou primo mas, volta e meia, conversa com outra pessoa através de um chat. Troca mais palavras escritas do que ditas. A isto chama-se phubbing. A palavra de sotaque e composição inglesa é só mais um termo a juntar-se ao sexting, cyberbullying, ciberstalking, grooming, selfies, likes, youtubers, bloggers e mukbang.

A prática do phubbing faz parte de um leque maior de hábitos que, na prática, inibem algumas competências sociais e relacionais. Um exemplo claro de como os comportamentos e hábitos têm vindo a mudar, apontado por Ivone Patrão, é o facto de as pessoas já não perguntarem “desculpe, pode tirar-nos uma foto?”. A pergunta caiu em desuso e foi derrotada pela famosa selfie e até pelo selfie stick, uma realidade que, mais uma vez, veio roubar-nos da oportunidade de meter conversa com um estranho.

Diz-me que selfie tiras, dir-te-ei quem és

“Mais recentemente apercebemo-nos do fenómeno mukbang,com a sua origem na Coreia do Sul. Consiste na visualização de vídeos desconhecidos a comer. Estranho ou não, será uma forma de seguir a dieta de alguém, a forma como come, e até de partilhar o tempo de refeição”, escreve Ivone Patrão. “Não podemos só viver à base de uma socialização virtual”, diz ainda a psicóloga e terapeuta familiar, apelando ao conceito de socialização mista, que compreende o mundo real e aquele inserido num ecrã. “A longo prazo, estamos a dar um tiro no pé no que às competências exigidas no mercado de trabalho diz respeito.” Se a inteligência emocional fica por desenvolver, como serão os médicos, advogados e carpinteiros do futuro?

“#GeraçãoCordão” foi publicado pela Pactor e custa 14,95€.

A tecnologia no estudo e nas escolas

Há muitos jovens que acabam por dar a justificação de que não precisam de saber isto ou aquilo, porque basta ir a um motor de pesquisa que a informação está lá, à distância de um clique e legível em qualquer ecrã. A farpa é lançada por Ivone Patrão que, sem hesitar, afirma que a forma de estudar de hoje em dia é bem diferente daquela protagonizada por gerações anteriores. Já não basta ficar-se pelo manual de estudo e pelos apontamentos tirados em aula, porque no Google está toda a história e/ou ciência. “A preocupação é diferente”, esclarece a psicóloga e terapeuta familiar.

Não é por isso, no entanto, que as novas tecnologias deixam de ser importantes. Bem integradas na comunidade escolar, são fundamentais para realizar pesquisas. Mas, diz Patrão, é preciso tempo para se digerir a informação que é cada vez mais rápida. E é também preciso contacto com o mundo real: “Imaginemos que uma turma faz um trabalho sobre segurança rodoviária. É preciso ir à rua e experimentar. O que é que acontece se ficarmos só pela internet, sem que haja transposição para o mundo real?” A pergunta tem razão de ser, dado que a premissa de que está tudo online é uma falsa segurança. Falando em analogias estudantis, a internet e os seus motores de pesquisa podem funcionar como uma calculadora — há contas que nunca vamos saber fazer (ou até utilizar) e, de qualquer maneira, as respostas estão ali, basta inserir as equações.

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