Quer poupar nas férias de 2017? Deixe de fora do seu radar a Oceânia e a América Latina e do Norte. São os destinos mais caros neste ano.

O Observador analisou os três elementos que normalmente mais pesam na contabilidade dos veraneantes: as despesas com os bilhetes de avião, a fatura do alojamento e os custos da alimentação. Para calcular os gastos per capita, simulámos viagens entre 27 de junho e 3 de julho para 54 destinos mundiais somando:

  • Os voos mais baratos para a cidade servida pelo aeroporto de cada país com mais tráfego internacional ou para a capital, segundo o Skyscanner.
  • O custo médio de seis noites em cinco hotéis de quatro estrelas na mesma cidade, filtrados pela oferta mais bem classificada e, no máximo, a cinco quilómetros do centro da cidade, de acordo com o comparador Trivago.
  • A despesa com 14 refeições que custem o equivalente a cinco vezes o preço local de um hambúrguer Big Mac da McDonald’s, usando como referência o Índice Big Mac da revista The Economist.

(O Observador não recomenda que os turistas comam unicamente hambúrgueres durante as viagens. Os Big Mac são apenas uma referência para o custo da alimentação em restaurantes locais).

Posto isto, elegemos os cinco destinos mais económicos na Europa e fora do continente. Conheça-os em baixo.

Sem sair da Europa

Os bilhetes de avião são facilmente a maior despesa das férias. Por isso, é mais fácil cortar nos custos do descanso anual se optar por veranear dentro da Europa, para onde os voos são mais curtos e baratos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Istambul, Turquia

Não está completamente dentro da Europa: Istambul está dividida entre o Velho Continente e a Ásia pelo estreito do Bósforo. Porém, um voo para a cidade mais populosa da Turquia – e uma das maiores a nível global – é uma viagem a um outro mundo. Desde os tempos de Bizâncio que Istambul está a acumular património que merece ser conhecido pelos lusos.

Istambul

O horizonte em Istambul inclui três mil mesquitas, incluindo a Mesquita Nova (na fotografia) e as mais conhecidas Mesquita Azul e a Mesquita de Solimão.

Os vários atentados na Turquia (incluindo ao aeroporto de Atatürk em junho passado), que são o reflexo da atividade militar em território sírio, têm pressionado o turismo em Istambul. Essa pressão conduziu à baixa de preços dos hotéis, que, entre os 54 destinos analisados, apenas são batidos pela oferta em Bogotá, na Colômbia. No entanto, os voos para a Turquia são muito mais baratos: cerca de 170 euros num percurso de ida e volta.

Varsóvia, Polónia

Varsóvia, a décima cidade mais populosa da União Europeia, é o íman polaco para atrair viajantes. A capital foi destruída na Segunda Guerra Mundial, mas o ritmo de recuperação foi acelerado. Varsóvia pode ser um trampolim para conhecer Cracóvia, a 300 quilómetros, e o litoral de Gdansk, 40 quilómetros mais longe.

Coluna de Sigismundo e Castelo Real de Varsóvia.

A Coluna de Sigismundo, em frente ao Castelo Real de Varsóvia, é um dos principais pontos turísticos da capital polaca.

Ao contrário do ano passado, quando Varsóvia se destacava por ter os hotéis de quatro estrelas mais baratos, a capital polaca não surpreende em nenhum dos vetores analisados pelo Observador. No entanto, os preços dos voos, do alojamento e das refeições abaixo da média combinam para colocar a cidade na lista dos destinos mais económicos para 2017.

Kiev, Ucrânia

A capital ucraniana pode ser vista como um destino aventureiro, em particular devido às tensões entre a nação e a Rússia. No entanto, a secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros apenas desaconselha os viajantes nacionais a evitarem as deslocações às regiões no leste e no sul da Ucrânia. Kiev posiciona-se a norte, a cerca de 100 quilómetros da Bielorrússia.

Mosteiro de Kiev-Petchersk

O Mosteiro de Kiev-Petchersk é o local mais visitado pelos turistas em Kiev.

O preço da alimentação é o que mais surpreende em Kiev. Um Big Mac custa 39 grívnias ucranianas, cerca de 1,38 euros, valor apenas batido pelos McDonald’s do Cairo. Todavia, não é só o baixo custo das refeições locais que o devem estimular a fazer uma visita à capital ucraniana (embora a ementa seja atrativa, incluindo o frango à Kiev): por ser uma das mais antigas cidades da Europa de Leste, é rica em património cultural e arquitetónico, com destaque para a Catedral de Santa Sofia e o Mosteiro de Kiev-Petchersk.

Budapeste, Hungria

Em 2011, o número anual de turistas na Hungria ultrapassou a população residente, mas o fluxo não abrandou: desde então o volume de visitantes aumentou 40%, segundo a Organização Mundial de Tursimo. Budapeste, a capital húngara, é a principal razão para as viagens turísticas para o país.

Castelo de Buda.

Cruzeiro no Danúbio sob o Castelo de Buda. Fotografia: Cristian Bortes.

Desde a cozinha, que se expande muito além do gulache, à arquitetura, em particular Art Nouveau, passando pelos vários estilos de banhos públicos, como turcos e modernos, há muito para ver e viver em Budapeste. O Palácio Real e as pontes sobre o Danúbio são as atrações favoritas dos turistas.

Moscovo, Rússia

A recuperação do preço do barril de petróleo, a principal exportação russa, está a ajudar a economia a recuperar. No entanto, o efeito para os turistas é negativo: além de o rublo russo subir, gera inflação local (7,2% em 2016, segundo o Fundo Monetário Internacional), encarecendo a vida aos visitantes. Mesmo assim, enquanto o rublo e a inflação não escalarem mais, Moscovo é um dos destinos económicos de 2017.

Catedral de São Basílio

A entrada na Catedral de São Basílico, na Praça Vermelha, custa cerca de 5,50 euros.

Os voos são o único elemento menos barato no planeamento de uma viajem à Rússia. A Lufthansa e a Swiss garantem o transporte até e desde o aeroporto moscovita de Domodedovo a partir de Lisboa no início do verão de 2016 por menos de 250 euros.

Salte para fora da Europa

O euro está ligeiramente mais forte do que há um ano face às principais divisas, o que ajuda na contabilidade das férias fora da zona da moeda única. O Observador encontrou as cinco opções que menos castigam a sua carteira.

Joanesburgo, África do Sul

Está mais barato visitar a África do Sul. Há um ano, os bilhetes de ida e volta para Joanesburgo, como uma escala obrigatória numa capital europeia, custavam mais de 600 euros. Agora é possível fazer a mesma compra por pouco mais de 400 euros. A esta baixa de preços juntam-se as despesas reduzidas em alimentação e em alojamento em Joanesburgo, apesar da subida do rand sul-africano face ao euro.

É pouco provável que os gastos de uma família que visite a África do Sul se resumam ao transporte, à comida e à dormida. A nação é conhecida pela sua oferta na área da Natureza.

Kruger National Park

A visita ao Kruger National Park custa cerca de 21 euros por dia para cada adulto, mas as despesas sobem se quiser pernoitar na reserva.

Para quem quer poupar, a apenas uma hora de Joanesburgo é possível conhecer o Lion and Safari Park, onde uma visita guiada de três horas – que inclui leões, mabecos, chitas, zebras e girafas – custa cerca de 52 euros por adulto. Todavia, a pérola da África do Sul é o Kruger National Park. É, no entanto, necessário voar de Joanesburgo para um aeroporto mais próximo (como o de Nelspruit) ou conduzir durante mais de quatro horas para lá chegar.

Pequim, China

Umas férias na capital chinesa – ou na segunda cidade do Império do Meio, Xangai – podem ficar mais baratas do que uma visita a uma capital europeia próxima, como Roma ou Viena. Pequim combina preços baixos de hotéis com refeições económicas. Esta realidade compensa o gasto com voos, que facilmente ultrapassam os 400 euros por pessoa nas passagens de ida e volta com uma escala na Europa.

Grande Muralha da China

A entrada na Grande Muralha da China custa cerca de oito euros para um adulto.

A Grande Muralha da China, a Cidade Proibida e o Templo do Céu – dentro ou próximos da capital chinesa – são as referências da cultura e do turismo chinês, mas há outros menos conhecidos que merecem a visita, como o Templo de Verão, bem como experiência únicas, como uma ida ao teatro tradicional e uma prova do verdadeiro pato à Pequim.

Bombaim, Índia

Apesar de os guias turísticos dizerem que julho não é o mês ideal para visitar Bombaim, na Índia, é nessa altura do ano que os bilhetes de avião são mais caros. A época das monções começa em junho, por isso é de esperar chuva todos os dias se visitar a cidade indiana durante o verão português. Se optar por outros meses do ano, consegue reduzir o preço das passagens de ida e volta a partir de Lisboa ou do Porto para menos de 450 euros por pessoa.

Portal da Índia

O Portal da Índia é um dos monumentos mais visitados de Bombaim.

O custo dos voos é compensado pelas baixas despesas com refeições e alojamentos. A maior cidade indiana tem muito para visitar – desde o bairro de Kala Ghoda rico em museus às praias de Girgaon –, mas também pode ser um trampolim para explorar a nação.

Manila, Filipinas

A Guerra Filipina Contra as Drogas, a campanha oficial liderada pelo presidente, Rodrigo Duterte, pode ser a principal razão para os preços dos hotéis em Manila estarem entre os mais baixos do mundo. A campanha já conduziu à morte de mais de três mil alegados traficantes, uma grande parte por vigilantes incentivados pelo presidente filipino. A Secretaria de Estado das Comunidades Portugueses indica que as condições segurança nas Filipinas são “instáveis”. É mais um destino para aventureiros que queiram aproveitar as baixas de preços.

Chinatown em Manila.

A chinatown de Binondo, uma região da cidade de Manila, é a mais antiga do mundo. Foi criada em 1594.

É possível reservar um quarto duplo no clássico The Manila Hotel, que, além de ter sido a residência oficial do general norte-americano Douglas MacArthur durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu personalidades desde Ernest Hemingway até Michael Jackson, por 120 euros por dia. É um hotel de cinco estrelas, provavelmente o mais luxuoso da cidade.

Cairo, Egito

As refeições no Cairo estão entre as mais económicas para os turistas. Aliás, entre os 54 destinos analisados pelo Observador, é o local mais barato para comer. Um Big Mac custa 23 libras egípcias, cerca de 1,21 euros. Não se restrinja aos restaurantes McDonald’s: vale a pena experimentar o centenário kushari – um prato tradicional composto por arroz, massa, grão, tomate, cebola e lentilhas – e arriscar na cozinha egípcia mais moderna.

A Grande Esfinge de Gizé.

A Grande Esfinge protege a entrada do Planalto de Gizé.

Quem visita o Cairo é obrigado a visitar algumas pirâmides, a Grande Esfinge de Gizé e o Museu Egípcio, que alberga o tesouro do faraó Tutancámon. Mesmo isso é barato: a entrada no museu ou o acesso ao Planalto de Gizé (que inclui várias pirâmides e túmulos) custa, no máximo, cerca de três euros por pessoa.