Depois das cheias de Lisboa (que segundo o ex. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e candidato a Primeiro Ministro António Costa não têm solução), há que somar a proibição de circulação de veículos na Baixa de Lisboa, o perdão “fiscal” ao Sport Lisboa e Benfica e agora (parece que de vez!) a taxa turística para Lisboa. Tudo bem somado, para quem está bem atento, mostra bem os ziguezagues e a falta de coerência, da governação socialista de Lisboa. Ziguezagues e falta de coerência, por um lado, por demonstrarem grande insensibilidade para com vários problemas e legitimas expectativas de Lisboa. E por outro lado, por manifesta desarticulação com o pouco que os socialistas vão propondo para o resto do país.

Ou seja, em Lisboa, resignam-se com a ausência de capacidade para resolver problemas crónicos (as cheias por exemplo), agigantam-se contra alguns dos mais fracos (automobilistas com carros mais usados), cedem aos mais poderosos para eleitoralismo (o perdão fiscal ao poderoso Benfica) e avançam e recuam na taxa turística, antes para obter mais receita municipal significativa, agora recuando para agradar eleitoral e incoerentemente aos operadores turísticos.

É caso para dizer que temos um PS para Lisboa e outro PS para o país. O PS de Lisboa atabalhoado, dividido autarquicamente através dos seus representantes nos órgãos do município, sem um programa coerente de médio e longo prazo para a cidade capital de Portugal. O PS do país, que no pouco que nos vai propondo, é o contrário de muito do que faz em Lisboa – é contra perdões fiscais aos poderosos, é contra fundamentalismos e exageros ambientais, é contra mais taxas e impostos aos portugueses (antes pelo contrário diz que se ganhar as legislativas vai acabar com muitas taxas e impostos) e é muito critico, chovendo ou fazendo sol, com chuva ou calor, com tudo aquilo que o faça perder votos.

É pena que assim seja. Porque Lisboa e Portugal merecem melhor. Melhor porque para ganhar eleições não vale tudo. E esta “história” da taxa turística de Lisboa negociada ainda pelo executivo socialista liderado por António Costa, é bem elucidativa da falta de transparência de uma tomada de decisão grave demais para Lisboa. Como diz e bem o nosso povo, gato escondido com o rabo de fora, nunca fica bem mesmo que se vá embora, após uma decisão destas.

A taxa de António Costa não é precisa. Lisboa, os seus cidadãos, as suas empresas e os seus turistas não precisam dela para nada. Era isto que desde o inicio os socialistas deveriam ter percebido. Para agora não terem de incoerentemente se aliarem a uma empresa privada que tanto quiseram que continuasse pública, já que foram ruidosamente contra a sua privatização. Empresa esta que é propriedade de estrangeiros e capitalistas. De facto, a transparência é mesmo difícil de se protagonizar. Não é mesmo nada amiga dos socialistas. Como se percebe e se constata, este PS que se tentou nos últimos meses vender como novo continua igual ao PS antigo. O que conta é caçar votos em nome da ideia gasta de que o que importa é ganhar eleições.

* Vereadora substituta do PSD

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