Não importa se você é homem ou mulher, se chora muito ou pouco, se constrange-se ou não por isso. Qualquer hora na sua vida você vai chorar. Pode ser pela eleição de Donald Trump, pelo tumor do seu pai, por ser mandado embora do emprego ou por chutar a quina da mesa. Uma hora dói e a gente se rende.

E chorar é importante. É a forma de colocar para fora o que não coube do lado de dentro. Choro não tem gênero, embora nosso mundo machista ainda obrigue muitos homens a negarem suas vulnerabilidades ou a vivê-las atrás de uma porta fechada. Choro não tem hora nem previsibilidade. Ele simplesmente vem.

Chorar sozinho costuma ser bom. A gente pode deixar a lágrima escorrer até molhar o pescoço, pode soluçar à vontade, pode assoar o nariz de forma barulhenta. Mas na hora do choro e de outras dores é muito bom saber que estar sozinho é apenas uma opção.

Quando nos envolvemos afetivamente com alguém, analisamos muitos requisitos que julgamos importantes: altura, peso, cor dos cabelos, cargo que ocupa, formação, bairro onde mora, vida pregressa. Mas fazemos a grande bobagem de não atentar para coisas que, no fundo, são até mais relevantes.

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É indispensável saber que temos ao nosso lado alguém que nos ofereça ombros e abraços permanentes. Precisamos dessa certeza num relacionamento. Muito mais importantes do que olhos azuis e um salário razoável, é ter alguém com quem se possa contar, sobretudo em momentos duros.

O choro de alguém querido é incômodo e por isso costumamos fazer de tudo para que ele pare, quando, na verdade, o que precisamos fazer é acolher as lágrimas do outro e não estancá-las. Nós precisamos parar de barrar os sentimentos alheios. Evitar o contato com eles não impede que eles existam.

Apaixone-se por alguém que entenda seu choro ao invés de julgá-lo. Que respeite seu tempo e que simplesmente esteja ali. Alguém que ouça, que abra os braços e não busque soluções imediatas. Apaixone-se por alguém que segure suas mãos, dê um beijo na sua testa e diga tranquilamente “vai ficar tudo bem”.