O ano novo começou e… nada de novo.

Continuo a mesma pessoa, com mais quilos é certo, a precisar essencialmente das mesmas coisas: trocar de carro!

A altura desta minha decisão não poderia ser a pior porque muito se fala que o modo como nos transportamos estará prestes a mudar. Ou seja, compro um carro novo igual ao velho? Ou espero por algo realmente novo?

Estima-se que nos próximos 5 anos, 200 milhões de veículos estarão conectados à rede. De acordo com a Business Insider, e já neste ano novo, prevê-se que 12% desses mesmos carros estarão na rede e em rede. Portanto, o meu futuro carro será mais facilmente assaltado por um hacker que por um larápio qualquer. O meu futuro carro mais facilmente irá parar na berma por falta de rede que por falta de combustível. Mais ainda, o meu futuro carro poderá ser da Apple!

Há novos players a entrar no mercado, como a Apple, a Google, a Uber e a Lyft. Esta última inclusivamente está a desenvolver um projeto em parceria com a General Motors que visa a criação de um self-driving car, como foi anunciado no passado dia 4 de Janeiro. Pelo que li na Wired Magazine é um casamento que tem tudo para dar certo: a Lyft sabe tudo sobre colocar pessoas dentro de carros e a GM anda a brincar com estas tecnologias há mais de uma década.

Entre carros eléctricos, carros que se conduzem sozinhos, com sensores omnipresentes e estando (ou não) ligados à rede, convenhamos que a minha decisão é extremamente difícil.

Tudo está, ou deveria estar, a ser repensado. E com os veículos as próprias cidades. Claro que os engenheiros, os designers e os urbanistas andam a (tentar) melhorar o modo como nos transportamos e onde nos transportamos. A verdade é que sem sucesso. Tentam e tentam, mas talvez estejam centrados nas variáveis erradas. Digo eu. Repare-se que também daqui por 5 anos o mercado da Internet of Things irá crescer para 200 mil milhões de devices, onde se incluem, claro, as ligações aos veículos. Ou seja, o meu futuro carro estará estacionado na minha garagem e na rede. Com esta rapidez na transformação tecnológica coisas como bluetooth, wi-fi ou “carros que estacionam sozinhos” serão o pão nosso de cada dia.

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Tempo. Tudo se resume a tempo. Economia de tempo. Melhor aproveitamento do tempo. E mais tempo é melhor qualidade. E melhor qualidade é maior bem-estar.

Chegar mais depressa por caminhos alternativos fornecidos digitalmente, estacionar onde o carro “adivinhou” existir lugar, desfrutar melhor do tempo que estamos dentro do carro, seja a conduzi-lo ou não.

A verdade é que estou mesmo a necessitar de trocar de carro, e vai ter mesmo que ser agora: não posso pedir aos meus filhos para que não cresçam até sair o último grito da mobilidade automóvel.

Designer e Dean da Escola e Tecnologia, Artes e Comunicação na Universidade Europeia.