Nos últimos dias, muito se tem falado do futuro da nossa energia passar por projetos de investimento para produção de hidrogénio, por este ser o elemento mais comum do universo. Parece que me cabe então, a mim, a tarefa de informar que é irrelevante se vamos apostar no hidrogénio, no manganês, no lantânio, ou em qualquer outro elemento da tabela periódica. Desde que à frente da secretaria de Estado da Energia tenhamos João Galamba, a fonte de energia que escolhermos é irrelevante. Com Galamba, poderemos sempre contar com o elemento mais abundante do universo, que é a inesgotável prosápia, a renovável jactância, a eterna bazófia do secretário de Estado. No fundo, poderemos sempre contar com o reconhecido Galambogénio.

Ainda que a minha confiança nos méritos do Galambogénio seja inabalável, reconheço que Portugal é das regiões europeias em que mais sentido faz investir em projectos com hidrogénio. É que o nosso país tem afinidades incríveis com este gás. Para começar, o hidrogénio é um gás que se evapora num instante, quase tão depressa como se evaporarão os 7 mil milhões de euros que o Governo pretende investir em projectos para a sua produção. Além disso, o hidrogénio é uma substância difícil de manter no estado líquido, quando, em Portugal, o Estado nunca tem qualquer espécie de liquidez. Eu avisei que eram incríveis, as semelhanças.

O que já todos percebemos é que, à semelhança de outras estupendas apostas em energias renováveis, como a eólica, também agora, com o hidrogénio, em menos de um fósforo, o que não faltará por aí são testas de ferro a tomarem flúor para ferrarem bem o dente nestes típicos negócios de ouro, que tresandam a enxofre e cujas rendas garantidas pagaremos em futuras contas da electricidade. Ficando os rentistas a rir como se tivessem ingerido hélio. E quem levantar cabelo contra estas clássicas práticas apanha chumbo, pois quem se mete com o Partido Socialista leva. E acho que não consigo introduzir mais nomes de elementos químicos neste parágrafo. Quer dizer, conseguir, consigo, mas tenho de usar de alguma liberdade poética. Para dizer, por exemplo, que os líderes deste país não cessam de nos tratar como se cada um de nós fosse um estrôncio, pois estes projectos megalómanos do PS são um verdadeiro escândio. E é melhor não insistir mais.

A propósito de mania das grandezas, na Rússia, Vladimir Putin acaba de anunciar a primeira vacina para a Covid-19, chamada Sputnik V. Mau nome, porque cientistas de todo o mundo garantem que não foram ainda feitos todos os testes necessários à vacina. Ou seja, o programa Sputnik original, que culminaria com o envio do primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, ainda teve direito a testes prévios com animais, nomeadamente a famosa cadela Laika. Já esta nova vacina Sputnik, aparentemente, nem pelo lombo de um ratinho de laboratório passou. Toca mas é de inocular russos, que o senhor Putin não quer ficar atrás dos seus ilustre antepassados políticos. Se, nos anos 60 do século XX, estes últimos permitiram aos cosmonautas experimentar a ausência de gravidade, agora é a vez de Putin fazer potenciais experiências repletas de gravidade.

Já nos Estados Unidos, o Presidente Trump está a contas com uma polémica envolvendo a aplicação de telemóvel chinesa, TikTok. O Presidente acusa a aplicação de ceder dados dos utilizadores norte-americanos ao governo chinês e ameaça bani-la dos EUA, havendo quem garanta que isso abriria um precedente perigoso em termos de liberdade de expressão. A verdade é que as eleições nos EUA são daqui a pouco menos de 3 meses e este é mais um problema para Trump. Ainda assim, eu, se fosse norte-americano, entre um Presidente Trump com problemas com o TikTok e um candidato, Joe Biden, com problemas com o Tico e o Teco, optaria, sem hesitação, pelo primeiro.

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