“Ser a mudança que queres ver no mundo” não passa apenas por por em prática os ensinamentos de Gandhi ou das bem aventuranças. Há um direito do cidadão exercer a autoridade de expressar a sua opinião, que é também a responsabilidade de agir voluntariamente em ordem ao bem comum. Há quem chame à zona de conforto o lugar da omissão, que se traduz na opção de assistir à vida de braços cruzados, com a passividade apaixonada de um treinador de pantufas, cujo impacto terá pouca ou nenhuma interferência na situação que o detem. E se pudesse fazer parte da mudança, faria? Esta história é feita de ação e vontade. E merece ser contada.

Um movimento cívico, fundado sem filiação ideológica, tem-se empenhado para seduzir a Tesla a investir em Portugal. Contribuir ativamente para esta decisão responde à promessa de fazer a diferença junto da empresa norte americana. Rui Miguel Coelho, Diretor da PersonalBrands Portugal e que é igualmente promotor do grupo Tesla e Professor Universitário, acredita que “temos a oportunidade de mostrar que um grupo de cidadãos, empenhados e bem articulados na sua vontade, pode fazer a diferença na capacidade de mobilizar as grandes empresas e os grandes investimentos a percebem o dinamismo genuíno que temos como nação, bem como o espírito empreendedor que nos caracteriza há séculos e que é fundamental na atracção deste tipo de investimento para o nosso país”. Com o objetivo de alcançar em breve 100 mil aderentes, este empreendedor e o trabalho que promove no grupo visa “ criar um movimento que nos faça a todos acreditar que não há sonhos impossíveis e que, como Marcas Pessoais de valor que somos, os portugueses não devem estar à espera que as coisas simplesmente aconteçam… temos que lutar aberta e activamente por um futuro melhor e mostrar, neste caso à Tesla e ao Elon Musk, que a sociedade portuguesa tem muito para oferecer ao mundo” – e a outros potenciais investidores que coloquem Portugal na sua mira.

Classificado em 46.º lugar no Global Competitiveness Report 2016 do World Economic Forum, são várias as razões apontadas sobre as vantagens competitivas de ter a Tesla em Portugal. Da empregabilidade, à instalação de infraestruturas tecnológicas inovadoras, passando pelo capital de conhecimento e talento acumulado no âmbito das energias renováveis, a economia portuguesa agradece. Todavia, a mobilização da esfera pública corrobora a ideia de que as pessoas aderem a causas em que genuinamente acreditam, mostram-se participantes na promoção do país, à margem do trabalho desenvolvido pelo forum diplomático e governamental.

Na era do “always on”, é indiscutível a repercussão exponencial que as redes sociais emprestam a estas dinâmicas de grupo. Mas não basta fazer uso de uma alavanca digital e esperar que funcione por magia. Tal como o improviso, o sucesso tem de ser trabalhado. A lógica multiplicadora de seguidores e perscritores depende do argumentário que os leva a “comprar” a ideia e o sentimento de pertença e de utilidade da sua colaboração na estratégia de influência positiva na decisão. O Facebook confirma a regra neste projeto. “Bring Tesla Giga Factory to Portugal” contou com um trabalho a jusante de definição clara da mensagem e do público a atingir, determinante na consecução dos objetivos para os quais foi concebido. Aqui creio que reside o cerne deste e de qualquer plano de comunicação que se queira implementar.

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A missão clara, objetiva e transparente de lobby com a qual o público facilmente se identificou ditou as regras do jogo. “Bring Tesla Giga Factory to Portugal” é já per si um case study. Os promotores souberam cativar a atenção, manter o interesse da audiência e levá-la a entusiasmar-se com a visão do grupo, desenvolver momentos complementares de aglutinação das vontades e mobilizar mais indivíduos. Na base, residem valores como a responsabilidade, a confiança, a determinação, a resiliência e a o desejo de trazer novos mundos a casa.
Será uma atualização do espírito “engagé” iluminista, com uma conotação mais ética do que política, mais civicamente responsável do que politicamente comprometida, mais influente do que passiva.

O arrojo do movimento também passou pelo facto dos promotores pensarem que podem fazer alguma coisa e dar o passo seguinte de passar por motu próprio de uma declaração de intenções à ação convicta. “Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce” lê-se em Pessoa e no caso Tesla. A dinâmica da rede social tem sido acompanhada por eventos de debate e de esclarecimento, envolvendo agentes empresariais e da área de formação universitária e de executivos. O próximo será a 21 de fevereiro de 2017.

Se a Tesla anuirá? Bem, essas serão as cenas do próximo capítulo.

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