“Muitas vezes, os turistas nem sabem da classificação. Apenas na visita guiada é que se informam e muitos ficam surpresos”, aclarou o vice-reitor para o turismo da Universidade de Coimbra (UC), Luís Menezes.

O aumento de 78 mil visitantes em 2013 para 95 mil em 2014, entre janeiro e maio, no roteiro turístico da UC, “pode estar associado à classificação, mas deve-se sobretudo ao aumento global do turismo nacional, que estará dentro dessas percentagens”, avançou.

O vice-reitor salientou que a universidade está a tentar virar-se “para o turista que pernoita”, oferecendo “produtos de final de dia e produtos noturnos”, quer com visitas a diferentes espaços da UC e da cidade, quer com “espetáculos e animação cultural à noite”.

“Há hoje uma perceção na cidade de que há um aumento significativo de turistas”, disse à agência Lusa Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, considerando que, para além do aumento do fluxo turístico a nível nacional, este incremento de visitantes “também será por força da mediatização da classificação”.

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“Precisamos que outros equipamentos possam fazer parte da rede de oferta turística”, apostando-se “no turismo de saúde”, em aspetos “culturais e de animação” e numa perspetiva mais alargada que ligue Coimbra ao “Lorvão, Buçaco ou a Conímbriga”, constatou.

O presidente da Turismo do Centro frisou que espaços como o Museu Nacional Machado de Castro ou o Centro de Congressos (que ainda não está terminado) “são importantes para captar turistas por mais de uma noite”.

Concordando com a ideia de que Coimbra é vista “como ponto de passagem”, Ana Alcoforado, diretora do Museu Nacional Machado de Castro (MNMC) realçou a importância de se “apostar em infraestruturas”, nomeadamente no estacionamento que de momento “obriga os autocarros a terem um tempo limite na zona da Universidade de Coimbra”.

Para além de a cidade apostar no “turismo de qualidade”, com visitantes que passem mais “tempo em Coimbra”, tem de se pensar “no turismo de massas”, estando o próprio museu a desenvolver “estratégias de visitas mais curtas”, avançou, destacando também o trabalho feito em torno “de um bilhete conjunto” entre diferentes entidades do concelho, que ainda não está criado.

O MNMC registou 21 mil visitas entre janeiro e maio de 2014, esperando ultrapassar os 58 mil visitantes registados em 2013.

Contudo, “a classificação coincidiu com a reabertura” do museu, não sendo possível “criar uma relação entre o aumento e a classificação”, explanou Ana Alcoforado.

A Sé Velha, segundo o padre João Evangelista, também tem registado um aumento, sendo também visível um crescimento do número de visitantes no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, que registou 40 mil em 2013 e 37 mil em 2012 e que espera este ano ultrapassar o registo.

O Museu Municipal de Coimbra contabilizou 23 mil visitantes em 2013 face aos 19 mil em 2012 e conta com 10 mil visitantes até maio de 2014.

Já o Museu da Ciência observou uma diminuição de 2012 para 2013, devido a um menor “poder de compra” por parte dos visitantes portugueses, aclarou o diretor Paulo Gama Mota, informando que o público estrangeiro representa 6 a 8% dos visitantes.