Grupo D

Nigéria — Argentina, às 17h
Bósnia — Irão, às 17h

Argentina: dois jogos, duas vitórias, dois golos decisivos de Messi. O último, contra o Irão de Carlos Queiroz, no último suspiro, foi um golaço digno de Campeonato do Mundo. Drama e heroísmo. É assim que Messi vai seguindo as pisadas de Diego Maradona, o génio que virou do avesso o México 86. Claro que os argentinos esperam uma reedição daquele golo contra a Inglaterra, no qual o 10 driblou meia equipa até ao momento em que levou Victor Hugo Morales, um locutor uruguaio, às lágrimas. Que momento épico.

O adversário é a Nigéria, que ainda pode sonhar com a liderança do grupo. E esta é uma questão pertinente: quem terminar em segundo terá de defrontar a belíssima seleção francesa, que tem surpreendido pela frescura física e qualidade nas combinações entre meio-campo e ataque. Os africanos começaram por empatar com o Irão e venceram a competitiva seleção da Bósnia — o único golo da partida foi marcado por Odemwingie. Esta Nigéria parece fugir um pouco à desorganização muito típica das seleções africanas, que preferem olhar para a baliza contrária: Enyeama ainda não sofreu golos. É a única seleção que o pode dizer.

E se lhe dissermos que estas seleções já se encontraram três vezes em Mundiais? É dose. A primeira foi nos Estados Unidos, em 1994, a contar para a fase de grupos. Os africanos até começaram a vencer com um golo de Siasia, mas Claudio Caniggia, um avançado que passou pelo Benfica em 1994/95, entraria em ação e marcaria dois golos a Peter Rufai, o tal guarda-rede que passou pelo Farense (1994-1997). Alguns destes jogadores africanos venceriam os Jogos Olímpicos dois anos depois, em Atlanta.

O segundo episódio da sequela chegou no Mundial da Coreia e Japão, em 2002: Gabriel Batistuta fez o único golo, num jogo que contava para a fase de grupos. Finalmente, também para a fase de grupos e já com Leo Messi, a Argentina bateu a Nigéria por 1-0 há quatro anos, na África do Sul: resolveu Gabriel Heinze, um defesa que passou pelo Sporting em 1998/99.

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Em simultâneo teremos o Bósnia-Irão. Os primeiros estão eliminados e já só podem aproveitar o sol da terra do samba para a fotossíntese. A equipa de Carlos Queiroz, essa, ainda pode sonhar. “Basta” vencer Dzeko e companhia e esperar que a Argentina faça o seu trabalho contra a Nigéria — Irão tem -1 nos golos e a Nigéria +1, pelo que é necessário ser eficaz na hora de defender. E, já agora, na hora de atacar: é que este Irão é a única seleção com zero golos marcados. Ashkan Dejagah, um avançado do Fulham, já esteve muito perto mas continua em branco. Os números até estão do lado dos iranianos: em cinco duelos contra os bósnios, venceram quatro e empataram um. Curiosidade: o guarda-redes titular, Alireza Haghighi, vestiu a camisola do Sporting da Covilhã esta época por empréstimo do Rubin Kazan. E esta, hein?

Grupo E

Equador — França, às 21h
Honduras — Suíça, às 21h

Três pontos. É pouco. O equivalente a uma solitária vitória ou a três empates. Sim, é mesmo pouco. Mas é também o suficiente para uma seleção do Grupo E poder aterrar nos oitavos de final. Embora já estejam apurados, os franceses, renovados e com fome de buts (golos, na versão gaulesa), ainda têm de fazer a sua parte para que tal possa acontecer.

Para isso basta vencerem o Equador, esperar que as Honduras façam o mesmo contra a Suíça e, depois, deixar que a diferença de golos pegue no volante do desempate. Até poderá nem ter o goleador Benzema (três golos nesta Copa). O génio pequenote de Valbuena. Ou o motor de Matuidi a meio campo. Mas nem os suplentes desta França, de adrenalina injetada por Didier Deschamps, deverão facilitar perante a seleção sul-americana, que só a custo venceu as Honduras (2-1) na segunda jornada.

Em 2008, no único confronto entre as seleções, dois golos de Bafétimbi Gomis resolveram a coisa. Os franceses venciam e no banco ainda estava Raymond Domenech, o treinador que, em 2010, não teve mãos nem controlo para segurar tantos egos, discussões e ameaças de greve no Mundial da África do Sul. Resultado: foram eliminados na fase de grupos, com duas derrotas e um empate. Vergonha. Agora, em 2014, nada disso — para já, há duas vitórias, oito golos marcados, dois sofridos e futeboladas de arregalar o olho.

Quem prometia fazer o mesmo eram os suíços. Com Xhaquiri, Xhaka, Rodríguez, Inler ou Drmic, por fim os helvéticos tinham uma colheita com uvas de qualidade. O vinho, porém, tem saído amargo. Na primeira jornada, só o último minuto deu uma vitória (2-1) contra o Equador e, depois, não foram mais do que uma passadeira por onde os gauleses passaram a abrir (derrota por 5-2).

Mesmo com seis golos sofridos, os suíços até ficarão em vantagem caso empatem e o Equador também arranque uma igualdade frente aos gauleses. Empates. Não há nada melhor para falar? Tendo em conta o que se passou em 2010, no único duelo entre Suíça e Honduras, não. Na África do Sul, as duas seleções deram um entediante 0-0 ao Mundial e voltaram ambas para casa.