Dezenas de crianças entre os cinco e os seis anos estiveram esta quarta-feira a pedir documentos e a fiscalizar as condições de segurança de vários veículos que entravam no parque de estacionamento do Mar Shopping, em Matosinhos.

A iniciativa, feita numa operação conjunta entre a PSP, GNR, Proteção Civil, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Cruz Vermelha Portuguesa e a Associação Conduz Mais, pretendeu sensibilizar, ainda que indiretamente, os pais das respetivas crianças para os cuidados a ter com os filhos nas viagens do período de férias de verão.

“As crianças são o melhor meio para mandarmos esta mensagem aos pais”, disse à Lusa Henrique Rodrigues, técnico superior da Polícia Municipal de Matosinhos, para quem as idades entre os quatro e seis anos são “as ideais, porque se habituarmos as crianças a andar nas cadeirinhas adequadas nas viagens, serão elas a reclamar aos pais se não estiverem no sítio certo”.

“Os pais ouvem sempre mais as crianças do que as forças da autoridade”, frisou o técnico da Polícia Municipal.

Para Pedro Magalhães, condutor de 54 anos, ser abordado por três miúdos de cinco anos que lhe pediam os documentos não o preocupou “absolutamente nada, a partir do momento em que sejam seguidos pela polícia”, de modo a que sejam ensinados sobre o “caminho que devem seguir na vida”.

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“Mais tarde, vão, com certeza, ser abordados pela polícia”, considerou Maria do Carmo Malheiro, pouco após ser também fiscalizada por petizes e entendendo que “assim ficam a saber que devem ter sempre tudo em ordem com os documentos”.

Enquanto a esposa procurava o registo de propriedade e os papéis do seguro automóvel, Arménio Dias louvava a iniciativa pelo “sentido de responsabilidade” que incutia às crianças, até para “ficarem a saber um bocado da vida e do futuro que podem ter” e, ao fim e ao cabo, “para começarem a abrir os olhos”.

Tanto Pedro e Beatriz como Diogo, Henrique e Lucas, todos com cinco anos de idade, aprenderam sobretudo que querem ser polícias quando forem grandes, porque “podem fazer entrevistas” aos condutores e “pedir documentos para ver se está tudo bem”.

Prometeram avisar os pais que “devem ter o telemóvel ligado ao rádio” e que “nunca devem esquecer o cinto de segurança”.

Estas operações stop assistidas por crianças culminaram com exercícios de reanimação e de suporte básico de vida conduzidos por enfermeiros do INEM, em que todas as crianças, vestidas a preceito com pequenos uniformes de polícia municipal, puderam aprender vários métodos de assistência em caso de acidentes domésticos ou rodoviários.