Há treinadores que defendem a ideia de que a atividade sexual antes de um jogo é prejudicial ao desempenho do atleta no dia da competição. Há outros que acreditam que o sexo pode aumentar os níveis de testosterona e otimizar a vitalidade e agressividade dos jogadores. A verdade é que não há estudos científicos que provem nenhuma das teorias. Entretanto, neste Mundial de futebol os defensores do voto de castidade parecem ter perdido nesta discussão.

Segundo um levantamento feito pelo jornal digital Quartz, todas as equipas que proibiram expressamente o sexo durante o Mundial, como a Rússia, Bósnia-Herzegovina, Chile e México, já foram eliminadas da competição, enquanto a maioria das que permitem ou que não têm uma política clara sobre o assunto continuam no Mundial, casos da Argentina, Brasil, França, Alemanha e Colômbia.

Sobre a proibição do sexo, o técnico bósnio, Safet Susic, afirmou antes do Mundial que exigiria “disciplina militar” e que “os seus jogadores poderiam encontrar ‘outras soluções’, porque ir ao Mundial não era uma viagem de férias”. O treinador da Rússia, Fabio Capello, proibiu a presença de namoradas e esposas nos centros de estágio durante os três jogos iniciais da competição. Rússia e Bósnia-Herzegovina foram eliminados na fase de grupos e o Chile e México abandonaram a competição nos oitavos de final.

Para os jogadores do Brasil, França e Costa Rica, classificados para os quartos de final, o sexo não foi proibido, apesar de seus treinadores concordarem que deve haver preocupação com a frequência e o momento. Jorge Luis Pinto, treinador da Costa Rica, admitiu que o sexo pode funcionar como um “relax psicológico”, caso não seja exagerado. “O sexo está permitido, desde que seja uma relação normal, não só no ato mas também na forma, e que não esteja acompanhado de álcool e festa”, afirmou. Sobre “relações normais”, o treinador brasileiro Luiz Filipe Scolari já havia dito em relação a permitir relações sexuais durante a competição que “ [… ]Se for sexo normal, sim. Normalmente, o sexo normal é feito de forma equilibrada, mas tem algumas formas, alguns jeitos e outras pessoas que fazem malabarismo. Isso aí não.”

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Entre as equipas que abertamente não impõem limitações às relações sexuais dos seus jogadores, Alemanha e Holanda seguem na competição. Nos dois casos, os jogadores podem receber visitas de suas namoradas e esposas, mas não na noite anterior aos jogos. De facto, Louis van Gaal, treinador holandês, revelou que é a favor da prática sexual durante o Mundial porque pensa nos seus jogadores “como um todo” e permitiu visitas conjugais antes do jogo contra a Espanha na fase de grupos. “O cérebro e a psique desempenham um papel importante para o jogador e a psique é influenciada pelo ambiente. Por isso, dei autorização para que as esposas pudessem visitar o hotel para que os jogadores pudessem ser felizes. Mas isso não significa que esta foi a razão da nossa vitória”, afirmou.

Argentina, Bélgica e Colômbia não têm uma política clara sobre o assunto ou não comentaram publicamente sua posição em relação ao tema. Segundo o levantamento da Quartz, as regras de categorização utilizadas também se aplicam a jogadores homossexuais e seus parceiros.

Controvérsias à parte, não se sabe até que ponto o sexo pode influenciar o desempenho dos atletas, mas os resultados neste Mundial são curiosos.

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