O Banco de Portugal voltou a afirmar, nesta quinta-feira, que o Banco Espírito Santo (BES) está sólido, no dia em que os receios em torno da situação no Grupo Espírito Santo (GES) se adensaram e contribuíram para penalizar os mercados europeus. A Lusa questionou hoje o supervisor bancário sobre o que se está a passar no grupo que integra o BES e as repercussões no banco. Em resposta, fonte oficial disse que o Banco de Portugal “reafirma a informação” já prestada em comunicado a 3 de julho.

“A situação de solvabilidade do BES é sólida, tendo sido significativamente reforçada com o recente aumento de capital”, disse a entidade liderada por Carlos Costa, acrescentando que tem vindo a “adotar um conjunto de ações de supervisão, traduzidas em determinações específicas dirigidas à ESFG [Espírito Santo Financial Group] e ao BES, para evitar riscos de contágio ao banco resultantes do ramo não-financeiro do GES”.

Os receios em torno da situação do GES adensaram-se nos últimos dias e penalizaram hoje a bolsa portuguesa, que caiu mais de 4%, e também as praças europeias, sobretudo dos países periféricos, que também fecharam em terreno negativo.

Os títulos do BES foram hoje suspensos ao final da manhã pelo regulador do mercado, a CMVM, depois do ESFG (maior acionista do BES com 25%) ter pedido ao início da manhã a suspensão da negociação de ações e obrigações em Lisboa e no Luxemburgo. As dúvidas sobre a situação da Espírito Santo International e o impacto em todo o GES chegaram à imprensa internacional, com o caso em destaque em jornais como o Financial Times e o Wall Street Journal.

Nos últimos dias, foi conhecido que o Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, estava em incumprimento no reembolso a alguns clientes que tinham aplicações em dívida da Espírito Santo International (ESI). Nesta empresa de topo do GES, que controla o ESFG (que, por sua vez, controla a área financeira, em que se inclui o banco BES e a seguradora Tranquilidade), uma auditoria detetou este ano que não foram registados 1,2 mil milhões de euros de dívidas nas contas de 2012. Além disso, a ‘holding’ tem capitais próprios negativos de 2,5 mil milhões de euros, ou seja, está em falência técnica.

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