A escola portuguesa que está a ser idealizada para o Brasil pelo Ministério da Educação seguirá o currículo nacional, mas com uma parte flexível para a introdução do conteúdo do sistema educativo brasileiro.

“Essa é uma inovação sobre o que é feito nas outras escolas portuguesas. No final, o aluno poderá ter acesso ao ensino superior tanto no Brasil como em Portugal”, afirmou à Lusa o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida.

O secretário chegou na última quinta-feira ao Brasil, onde discutiu sobre a criação da escola portuguesa com o ministro brasileiro da Educação, Henrique Paim, e com o secretário de Estado da Educação de São Paulo, Herman Voorwald, além de ter encontrado com membros da comunidade.

Casanova de Almeida afirmou que as autoridades brasileiras se mostraram recetivas à criação da instituição de ensino, que será sediada no município de São Paulo. “As escolas do Estado português são um símbolo da promoção e da divulgação da língua, que têm de passar pela cidade com o maior número de falantes de português no mundo”, realçou.

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A busca pelo local ideal, que poderá ser num prédio de uma escola desativada, está a ser feita pela secretaria da Educação do Estado de São Paulo, segundo Casanova de Almeida. Já o estudo da adequação dos currículos e dos calendários letivos está a ser feito por técnicos dos dois países.

O secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar afirmou que o processo para a instalação da escola em São Paulo será feito de forma “célere”, mas não divulgou o prazo esperado para a sua abertura.

Portugal possui atualmente uma rede de escolas públicas no estrangeiro, em Macau, Timor, Angola e Moçambique. As instituições ministram o currículo português, seguem o modelo de gestão instituído pelo país, e são dotadas de autonomia financeira.

“São mais do que escolas. São projetos educativos, associados à rede nacional de bibliotecas escolares, e têm acoplado um centro de formação de professores”, afirmou Casanova de Almeida.

O secretário acrescentou que o projeto já foi apresentado a membros da comunidade portuguesa em São Paulo e que este é um bom momento para fazê-lo devido à “importância crescente da língua portuguesa no mundo”.