Bruno Antunes Luís nasceu em França. Filho de emigrantes portugueses, tinha curiosidade sobre o país de origem dos pais e no qual ainda mora o resto da família. Aos 27 anos, veio para Lisboa e trouxe a Mougli, startup que lançou no ano passado em Londres para facilitar a forma como as pessoas marcam reuniões, consultas ou combinam encontros.

O empreendedor viu o seu projeto vencer a edição primaveril do Lisbon Challenge na sexta-feira. Os dez finalistas do programa de aceleração de startups da Beta-i, associação para o empreendedorismo, foram revelados no final do segundo dia do Lisbon Investment Summit, um evento organizado pela Beta-i em parceria com a IE Business School, que pretendeu ligar startups a investidores “de topo”.

Com a empresa sediada em Londres, o jovem viu no Lisbon Challenge uma oportunidade para conhecer as origens da família. “Os meus pais saíram de Portugal para ir para França trabalhar e eu quis passar alguns meses cá para perceber porque é que eles tinham saído e ver o que é que podia fazer pelo país”, explicou ao Observador.

Bruno Antunes Luís anda à procura de investidores interessados em apostar na plataforma quer facilitar a forma como se marcam reuniões ou consultas.

Em Portugal, apresentou uma plataforma de consulta online que promete ajudar os profissionais a gerir clientes, equipa e recursos através de um interface. A ideia é que as pessoas acedam ao site, verifiquem as disponibilidades do profissional que querem contactar, que pode ser um advogado, médico ou professor, por exemplo, e agendem uma reunião diretamente com a pessoa. O profissional recebe, depois, uma notificação a alertar para a reunião.

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Escritório em Lisboa para trabalhar no mundo

A startup ainda não recebeu investimento, mas o vencedor do Lisbon Challenge anda à procura de quem queira apostar na Mougli. Ao Observador, contou que existem investidores estrangeiros interessados e que, apesar de ter estado em contacto com investidores portugueses, diz que a “maioria investe em startups nacionais”.

Até agora, a Mougli tem sido suportada com capitais próprios. “Estamos bem, mas o investimento poderia ajudar a que tivessemos um escritório aqui, que é algo que eu gostaria muito que acontecesse”, revela.

Bruno Antunes Luís conta que ficou surpreendido com o facto de ter ganho o Lisbon Challenge e que os próximos objetivos passam por conseguir mais clientes. A maioria são franceses, ingleses, alemães, sul africanos e norte-americanos. Mas, como o negócio está na internet, confessa que gostava de trabalhar a partir de Portugal. “Gostei mesmo da história de Lisboa”, revela.

As dez finalistas do Lisbon Challenge vão poder apresentar as suas startups a investidores em Londres, Boston, São Francisco e Telavive.

As 29 startups que fizeram parte do programa de aceleração promovido pela Beta-i subiram ao palco para apresentarem os projetos, no segundo dia do Lisbon Investment Summit. Destas, dez foram selecionadas para apresentarem os negócios a investidores num roadshow internacional que passa por Londres, Boston, São Francisco e Telavive.

As cinco melhores passam a uma segunda fase de aceleração, que dura seis meses e que abre a porta ao investimento e a alguns serviços gratuitos, como 30 anos de espaço para escritório gratuito, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa.

Além da Mougli, foram distinguidas mais nove startups, a B-Guest, PharmAssistant, Videobserver, Followprice, The Poshpacker, Skilleo, Metrifly, doDOC e Ubaza. Até 20 de julho, estão a decorrer as insrições para mais uma edição do Lisbon Challenge.