A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira dois votos de pesar e condenação pelo abate do avião MH17 no leste da Ucrânia na semana passada. PSD, CDS e PS apresentaram um texto conjunto, de condenação, enquanto o PCP apresentou outro autónomo, mas de conteúdo semelhante. Os dois votos foram aprovados com relativo consenso, apesar das abstenções das bancadas dos partidos da maioria e de sete deputados do PS ao texto subscrito pelo PCP.

Eduardo Ferro Rodrigues, Pedro Delgado Alves, Isabel Moreira, João Galamba e Vieira da Silva foram alguns dos deputados socialistas que se abstiveram do voto de pesar do PCP que, além de apresentar as condolências às famílias das vítimas, pedia o esclarecimento das “circunstâncias em que ocorreu o incidente” e  que fossem “apuradas as responsabilidades”. PSD e CDS também se abstiveram, enquanto Bloco de Esquerda, Verdes e quase toda a bancada do PS votaram ao lado do PCP.

A abstenção da maioria, no entanto, deveu-se ao facto de o PSD e o CDS apresentarem, ao lado do PS, um outro texto semelhante onde se defendia a realização de um inquérito para apurar responsabilidades e “levar os culpados à justiça”.

“O abate do Boeing 777 da Malaysia Airlines e a morte de todos os 298 ocupantes é mais um ato de violência e de horror levado a cabo por grupos extremistas que não respeitam regras nem práticas de conduta que comumente são aceites por todos nós”, diz o texto do voto, que insta a comunidade internacional a “encontrar respostas” para travar a “violência indiscriminada contra inocentes”, que é, dizem, “um dos piores flagelos do mundo atual”.

O PCP absteve-se neste voto de condenação, enquanto o Bloco de Esquerda votou a favor. Os dois votos foram aprovados e a Assembleia da República levantou-se num minuto de silêncio pelas quase 300 vítimas do voo da Malaysia Airlines abatido na zona de conflito ucraniana.

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