“Eu sei quem matou Jim Morrison” é a chamada de capa da Mojo de agosto. A afirmação foi feita por Marianne Faithfull à revista britânica numa entrevista destinada a promover o novo álbum da cantora britânica, Give my love to London. “Ele foi ver o Jim Morrison e matou-o. Quer dizer, tenho a certeza que foi um acidente”, contou Marianne Faithfull à Mojo.

No verão de 1971, Marianne foi ter com o namorado, Jean, a Paris. O francês era conhecido por fornecer heroína a várias celebridades e contou a Marianne que tinha de ir até ao número 17 da rua Beautreillis, morada de Jim Morrison e da namorada, Pamela Courson, em Paris. Antecipando problemas, Marianne Faithfull disse que tomou alguns barbitúricos e ali ficou.

“A dose era demasiado forte? Sim. E ele morreu. E eu não sabia nada sobre isso. De qualquer forma, todos os que estavam ligados à morte do pobre coitado estão agora mortos. Exceto eu”.

A associação entre Jean de Breteuil e a morte de Jim Morrison não é de agora. E como as autoridades não acharam necessária uma autópsia ao corpo do vocalista dos Doors, encontrado morto na banheira da sua casa, a 3 de julho de 1971, as teorias da conspiração foram-se multiplicando até aos dias de hoje. À época, os médicos atribuíram a morte a falha cardíaca, agravada pelo excesso de consumo de álcool. A tese de que o músico e poeta morreu de overdose de heroína nunca foi confirmada oficialmente.

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43 anos depois, outras tantas versões

Não é a primeira vez que Marianne Faithfull, também ex-namorada de Mick Jagger e outrora dependente de heroína, fala sobre a morte de Jim Morrison. Na sua autobiografia já tinha escrito que, após a overdose de Jim Morrison, o namorado chegou a casa transtornado e acordou-a em pânico.

No entanto, a versão de Marianne esbarra com a de Sam Bernett, jornalista do New York Times nos anos 60, que publicou em 2007 o livro The End: Jim Morrison. É lá que surge onde surge outra teoria: a de que Jim Morrison morreu no Rock’n’Roll Circus, clube noturno em Paris. “Breteuil era o dealer da Pam [Pamela Courson], e vendeu-lhe a heroína naquela noite”, disse Sam Bennett, à época responsável pelo clube, que conta ainda que Morrison morreu de overdose na casa de banho e só depois foi transportado para casa por dois dealers.

Mais: Sam Bernett afirma que Marianne Faithfull também estava no clube, e não a dormir, e que lhe foi pedido segredo. “A Marianne nunca mais mencionou o Jim. Até hoje não conta o que aconteceu no clube”.

Singer-songwriter Marianne Faithfull poses next to   as she opens the Innocence And Experience exhibition at Tate Liverpool on April 20, 2012 in Liverpool, England. Marianne Faithfull is the latest co-curator in the acclaimed DLA Piper Series at Tate Liverpool where she worked with the curatorial team l to select works from the Tate Collection for a new display.

Marianne Faithfull tem hoje 67 anos. Foto: Christopher Furlong / Getty Images

Em mais de quatro décadas surgiram também teorias menos prováveis. A mais popular é a de que a morte de Jim Morrison foi encenada pelo próprio músico, cansado da fama. E que Jim ainda anda por aí, feliz da vida.

Outra sugere que Patricia Kennealy, que ‘casou’ com Jim Morrison em junho de 1970 numa cerimónia pagã, matou Jim Morrison com… bruxaria. É a própria que recupera essa teoria no livro Strange Days: My Life With and Without Jim Morrison.

Numa entrevista, Patricia responsabiliza Pamela Courson pela morte de Jim. “Sim, acredito piamente que ela o matou, e nunca nada me irá convencer do contrário. Talvez não tenha sido premeditado — os drogados não pensam assim tão à frente — mas numa tentativa de o prender a ele, ou de o controlar, ou castigá-lo por deixá-la, já que ela sabia que ele ia fazer isso”.