Perante uma catástrofe natural os animais tentam fugir para locais onde estejam em segurança, mas na cidade de Gaza, mesmo perante a ameaça iminente das bombas que se aproximavam, os animais do zoo al-Bisan não tiveram para onde fugir engrossando o número de vítimas inocentes do conflito israelo-palestiniano – pelo menos oito primatas e uma avestruz para somar às mais de duas mil mortes humanas -, noticiava este sábado a agência noticiosa AFP.

Os leões e os mabecos estão confinados a espaços demasiado pequenos – uma área de nove metros quadrados para sete mabecos – porque as instalações principais ficaram destruídas pelos bombardeamentos. Nas instalações convivem animais mortos e sobreviventes, com detritos espalhados um pouco por toda a parte. O zoo, construído pelo Hamas em 2008, estava integrado numa vila turística, um espaço luxuriante decorado com palmeiras.

O cenário desolador encontrado este fim-de-semana pelos fotógrafos pode ter resultado de um bombardeamento em julho, mas os israelitas ainda estão a analisar estas acusações. O diretor do zoo defende que ainda que houvessem armas palestinianas na área não foram lançados rockets a partir do zoo.

O cenário idílico que antes se apresentava não era absolutamente digno de mérito. Os animais chegaram a Gaza através de um túnel que ligava a cidade ao Egipto – um tráfico ilegal de animais e de armas que terminou quando Mohamed Morsi, o ex-presidente egípcio e aliado do Hamas, foi deposto e o túnel foi destruído.

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