O Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS, ou ISIL) está a conquistar cada vez mais terreno na Síria e a resposta de Bashar Al-Assad está a ser posta em causa pelos seus próprios apoiantes e militantes sírios, afirma o New York Times. Pedem que o presidente sírio inicie uma batalha direta contra o grupo terrorista.

Nas últimas semanas, o ISIS tem atacado em força as tropas sírias e já conquistou três bases militares no nordeste do país, bem como novo território. No entanto, o combate ao Estado Islâmico não tem sido a prioridade do Governo de Assad. Os críticos acusavam-no de ter ajudado o ISIS numa fase inicial, já que estes combatiam os rebeldes sírios (que queriam derrubar Assad do Governo), em cidades como Ar-Raqqa, Idlib e Aleppo.

Agora, as críticas chegam dos próprios apoiantes do regime sírio, diz o New York Times, que cita vários habitantes da capital da Síria, Damasco. Temem que os terroristas islâmicos cheguem até à capital. Nas últimas semanas, a Força Aérea síria atacou o ISIS nas cidades tomadas pelo grupo, mas o exército sírio luta em duas frentes: contra os rebeldes anti-Governo e contra um ISIS cuja força surpreendeu o mundo desde que em junho tomaram de assalto várias cidades iraquianas.

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O ISIS não pode ser derrubado se os EUA ou os seus aliados ocidentais não agirem também na Síria, onde há uma maior concentração de militantes sunitas extremistas, afirmou na quinta-feira à noite o chefe de Estado-Maior das forças americanas, admitindo desta forma a possibilidade de a intervenção militar ser alargada àquele país.

Segundo o ministro da Defesa, o Estado Islâmico é já considerado o grupo terrorista mais perigoso de todos os tempos por ser “mais sofisticado e financiado do que qualquer outro grupo que já tenhamos visto”. “Eles são mais do que um grupo terrorista, vão para lá de tudo o que já vimos, porque juntam ideologia com uma estratégia sofisticada e proezas tácticas e militares”, disse, sublinhando “o dinheiro, a tecnologia e os recursos” de que dispõem.

No entanto, esta sexta-feira o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Philip Hammond, descartou qualquer possibilidade de aliança com o regime sírio de Bashar al Assad para combater os jihadistas do Estado Islâmico na Síria. De acordo com a agência EFE, para o chefe da diplomacia britânica, que apoiou a oposição do regime no conflito sírio, não seria “prático, sensível e nem útil” apoiar Assad agora para fazer frente aos extremistas.

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