O diretor adjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a segurança sanitária, Keiji Fukuda, admitiu hoje que “não será fácil” parar a epidemia de Ébola, estimando que a tarefa durará “vários meses de trabalho feroz”. “O ritmo e a amplitude da aceleração do Ébola são algo nunca visto. É uma situação sem precedentes”, disse Keiji Fukuda durante uma conferência de imprensa com o coordenador da ONU para o surto de Ébola, David Nabarro, realizada nas instalações da Missão das Nações Unidas na Libéria (Minul), na capital do país, Monrovia.

O responsável da OMS reconheceu ter sido surpreendido pela propagação do vírus. “Nunca tínhamos visto um surto de Ébola que atingisse as cidades e as zonas rurais tão rapidamente e com uma tão grande amplitude geográfica”, acrescentou. “A situação não vai ser invertida do dia para a noite, isto não vai ser fácil. Esperam-nos muitos meses de trabalho feroz, muitos meses para nos debatermos com a epidemia”, preveniu o responsável da OMS.

A OMS divulgou hoje, em Genebra, um balanço do número de mortos por Ébola até 20 de agosto — 1427. Destes, 624 morreram na Libéria, 406 na Guiné-Conacri, 392 na Serra Leoa e cinco na Nigéria. Segundo o mesmo balanço, o total de casos — confirmados, prováveis ou suspeitos — desde aquela data cifra-se em 2.615.

“O principal objetivo da nossa vinda à Libéria é verificar a epidemia de Ébola através dos olhos das pessoas, das entidades de saúde, dos serviços governamentais da Libéria, com vista a fazermos um balanço dos problemas que enfrentam na luta contra a doença assim como os desafios”, disse David Nabarro. Chegado na quinta-feira a Monrovia, David Nabarro está a visitar, juntamente com Keiji Fukuda, países afetados pela epidemia. Freetown, Conacri e Abuja serão outros locais que visitarão.

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