Para já Angela Merkel não quer mais sanções contra a Rússia, mas não exclui esse cenário se Putin não se esforçar por manter a paz na região. A chanceler, que esteve este sábado em Kiev, prefere insistir nos esforços diplomáticos com a Rússia, propondo a criação de um “grupo de contacto” onde terão assento as autoridades ucranianas, as autoridades russas, representantes das várias regiões ucranianas e observadores internacionais.

Markel apelou ao cessar-fogo e acordou ainda com o Presidente  Petro Poroshenko e com o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk, um empréstimo de 500 milhões de euros para a reconstrução de infra-estruturas e 25 milhões para apoio aos refugiados.  Para haver paz, Merkel disse ser necessário que os dois lados colaborem.

“Não se pode atingir a paz sozinho. Espero que as conversações com a Rússia tenham sucesso”, disse Merkel.

Para a chanceler é essencial que os rebeldes deixem de receber armas de Moscovoe que a fronteira seja apaziguada. “Os planos estão na mesa, agora é preciso que as ações se concretizem” afirmou Merkel ainda em Kiev, numa mensagem clara para o encontro de terça-feira que vai juntar Poroshenko e Putin em Minsk, na Bielorrússia. O encontro vai ser acompanhado por diplomatas da União Europeia.

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Sobre as sanções europeias à Rússia, Merkel diz que isso não está em causa, mas que essa hipótese “não pode ficar de fora”, especialmente se não houver um cessar-fogo de parte a parte. Merkel ficou pouco tempo na capital ucraniana, mas reuniu-se com as principais autoridades, incluindo vários presidentes da câmara de várias cidades, incluindo autarcas da região de Donetsk, que é dominada por rebeldes pró-russos. Nesta ocasião, a chanceler deve estender mais uma vez a solidariedade à Ucrânia e preparar um possível cessar-fogo.

Esta é apenas a segunda vez que a líder germânica visita a capital nos seus nove anos como chanceler. A Alemanha em vindo a liderar as negociações entre a Ucrânia e a Rússia nos últimos meses. Esta é uma visita com um simbolismo especial já que este domingo, a Ucrânia celebra os 23 anos da sua independência da União Soviética.

Os camiões da discórdia

Cerca de 220 camiões russos, alegadamente com ajuda humanitário atravessaram ontem a fronteira com a Ucrânia e entraram sem autorização no país. Observador da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa deram o alerta e este sábado relataram que os camiões estavam a retirar. Segundo o correspondente da agência noticiosa russa Interfax, os veículos estavam já no posto fronteiriço de Donetsk.

As autoridades ucranianas não revistaram por completo a carga dos veículos, que chegaram à cidade de Lugansk, controlada por separatistas pró-russos e cercada pelas tropas da Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, tinha explicado que a decisão de enviar ajuda se devia às reticências do governo de Kiev de entregar assistência à população do leste do país.