Ferro Rodrigues, o recém-eleito líder parlamentar do Partido Socialista, deixa cair o pano sobre a campanha eleitoral que se aproxima em 2015. Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, afirmou que a defesa do Estado Social dificulta a baixa de impostos.

“Tudo isto deve ser feito numa base de custos-benefícios para a população em geral e para a igualdade de oportunidades e para a capacidade de os portugueses terem o Estado que querem”, explicou, num excerto da entrevista que será divulgada este domingo.

“Não se pode, evidentemente, ao mesmo tempo, defender o progresso do Serviço Nacional de Saúde, defender o progresso da escola pública, defender o progresso na capacidade da proteção social e depois ter promessas desbragadas em matéria de diminuição dos impostos”, defendeu.

Já numa outra entrevista, mas ao jornal Expresso, Ferro é claro sobre o voto do partido no Orçamento de 2015: “Não se esperando que faça uma rutura com a política económica e financeira que levou ao desastre do país, dificilmente não será um voto contra”. E é muito crítico do poder de Bruxelas face aos orçamentos nacionais: “Para uma reconciliação entre o eleitorado e os seus representantes é necessário devolver autonomia às instituições portuguesas”.

Na sexta-feira, o candidato do PS a primeiro-ministro António Costa não quis comprometer-se com um acordo sobre uma eventual reforma do IRS, afirmando que “antes de dar novos passos é necessário consolidar” os já dados, numa referência ao entendimento alcançado sobre a reforma do IRC, celebrado no ano passado.

Entretanto, a coligação acordou já em descer a sobretaxa do IRS e tenta agora acordar novos cortes na despesa. Reposição dos salários e pensões custa mil milhões, mais 2,5 para atingir a meta. O Conselho de Ministros reúne-se hoje de forma extraordinária para discutir o Orçamento do Estado para 2015, o quarto e último deste Governo de maioria PSD/CDS-PP.

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