A diocese de Tui-Vigo expulsou o fundador da Ordem de San Miguel Arcángel, Miguel Rosendo. O espanhol era o líder de uma comunidade secreta que organizava orgias entre vários membros da congregação. Também se dedicava a prática de rituais satânicos.

O escândalo remonta a abril do ano passado. Rosendo e a comunidade, composta pela sua família, por outras quatro com crianças – algumas recém-nascidas – e mais oito mulheres, viviam numa espécie de bunker, nos arredores de Oia (Pontevedra). A moradia incluía uma piscina de água salgada em frente ao mar, um pequeno parque infantil e vários monumentos de cariz religioso – estátuas de anjos à entrada, uma torre de pedra e uma capela. Nela teriam lugar, alegadamente, encontros sexuais e vários rituais satânicos.

Begoña M., uma das testemunhas escutadas pelo jornal espanhol El Mundo, foi membro da Ordem durante 15 anos, denuncia alguns dos episódios que presenciou. Desde os abusos sexuais até ao terror psicológico perpetuados por Rosendo.

“Miguel montou um Éden com as religiosas (…) Sentava-se com as meninas e acariciava-as muito (…) [Também] nos manipulava a cabeça. Culpava-nos da morte da sua filha, que faleceu aos quatro meses. Dizia que não nos tínhamos esforçado o suficiente”, confessou Begoña.

O escândalo abalou os alicerces da organização. Miguel Rosendo tem, hoje, 54 anos, e terá deixado Vigo para se fixar em Madrid. Alguns membros seguiram-no, mas a maioria abandonou a Ordem que agora está reduzida a 31 pessoas – chegaram a ser 400 – lideradas por um comissário extraordinário que a Igreja nomeou.

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