A Sovena, empresa do grupo Nutrinveste, que é um dos líderes mundiais do azeite, está a preparar um projeto industrial em Angola, disse à Lusa o presidente executivo da empresa, António Simões. A Sovena está à espera de autorização das autoridades competentes para “voltar a ter operação industrial em Angola”, adiantou o presidente executivo da empresa, à margem do V Congresso da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares.

Numa primeira fase de desenvolvimento da fábrica, que se destina ao embalamento de óleos, o investimento previsto é de 8 a 10 milhões de euros, mas “será significativamente maior” se se completar todo o projeto. “Nos últimos anos temos andado à procura de consumidores e de matéria-prima e toda a nossa estratégia gira à volta disso. Além de estarmos a consolidar nos mercados onde estamos (Europa, Brasil e Estados Unidos), estamos a apostar seriamente nos mercados da Ásia Pacífico e estamos a pensar reequacionar a nossa presença em Africa, em Angola em particular, passando de mercado de exportação a mercado base”, declarou António Simões.

António Simões teme que “alguns avanços que foram dados nos últimos anos” em matéria de IRC, estejam “ameaçados com um conjunto de impostos e taxas que, na realidade, não vêm facilitar em nada a vida das empresas”.

O gestor sublinhou que “o caminho tem de ser exportar”, seguindo a demografia: “Onde há crescimentos de população e de PIB [Produto Interno Bruto], aí vai haver consumidores com mais dinheiro e vamos tentar vender-lhes os nossos produtos”. Pelo contrário, um mercado com “dez milhões de consumidores, com pouco dinheiro e afogados em impostos tem alguma dificuldade em criar valor acionista”, considerou, numa alusão a Portugal.

Manifestando uma opinião partilhada por outros empresários da indústria alimentar no congresso, António Simões teme que “alguns avanços que foram dados nos últimos anos” em matéria de IRC, estejam “ameaçados com um conjunto de impostos e taxas que, na realidade, não vêm facilitar em nada a vida das empresas”. Para o responsável da Sovena, “a estabilidade, não só política, mas também do enquadramento legal e fiscal, em particular, é determinante para qualquer projeto empresarial e de internacionalização”.

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