O PCP quer ouvir os dois representantes do Banco de Portugal no BES e quer que esta audição aconteça ainda antes da de Ricardo Salgado, pedida para dia 3 de dezembro, na próxima semana, mas que cuja data ainda não está confirmada. O partido quer também que a comissão tenha acesso aos relatórios de acompanhamento dessa mesma equipa.

Ao fim da primeira semana de audições na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, o PCP, que propôs a criação desta comissão, aproveitou para fazer um balanço. Para já, diz, a comissão tem dado frutos: “Tem permitido chegar a elementos e informações sobre os quais até à criação desta Comissão nunca tinha sido lançada qualquer luz”, afirmou o deputado comunista Miguel Tiago, ladeado pelo deputado Bruno Dias.

No entanto, para além do balanço, o PCP aproveitou para fazer novos pedidos. Em primeiro lugar, o partido quer ouvir os dois membros do Banco de Portugal que acompanham o BES no banco. Até agora, o Banco de Portugal ainda nem transmitiu, apesar de já ter sido pedido, os nomes desses dois responsáveis.

Para além da audição, o PCP quer também que a comissão tenha acesso ao conjunto de relatórios que foram produzidos por esta equipa.

Em segundo lugar, o PCP requereu a nota distribuída entre os participantes de uma reunião do Comité Nacional para a Estabilidade Financeira de 18 de julho, referente à dívida do BESA ao BES e com questões de liquidez do banco. Fazem parte do CNEF as Finanças, Banco de Portugal, Instituto de Seguros de Portugal (ISP) e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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Por fim, o partido quer que sejam remetidos à comissão todas as auditorias aos exercícios anuais do BES desde o ano 2000 até à mais recente, produzidas pela consultora PricewaterhouseCoopers (PWC).

Portugueses respondem por escrito, estrangeiros ainda não disseram

Os membros da troika que foram contactados pela Comissão ainda não disseram se pretendem responder. No caso dos estrangeiros, a Comissão não pode obrigá-los a marcar presença, ou mesmo a responder.

Neste caso, até agora, os responsáveis estrangeiros (como o chefes de missão da troika) contactados ainda só acusaram a receção do pedido, mas não indicaram sequer se irão responder.

No caso dos portugueses que estão agora no estrangeiro e que foram contactados pela Comissão, irão todos responder por escrito. É o caso de Vítor Constâncio, vice-presidente do Banco Central Europeu, Carlos Moedas, agora comissário europeu, e de Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças que é agora diretor do departamento de assuntos orçamentais do FMI.