A Presidência da República vai gastar quase o mesmo dinheiro deste ano. No Orçamento que está na Assembleia da República, a equipa de Cavaco Silva propõe um orçamento de 14.780 mil euros, 150 mil euros mais alto que este ano, parte, justificada com a reposição do corte dos funcionários públicos.

De acordo com o Orçamento da Presidência, o Estado vai gastar na representação do Estado mais de 4.822 mil euros, é aqui que estão os gastos com os ex-presidentes da República que custam cerca de um milhão de euros por ano. Além das despesas com gabinetes, pesa nesta rubrica 220 mil euros para o próximo ano pago em subvenções, como o Observador noticiou esta semana.

No Orçamento da Presidência da República, há também um aumento na rubrica de gestão administrativa para 8.764 mil euros. O aumento é justificado pela Presidência com a garantia de “financiamento do aumento da despesa com pessoal”, em cerca de 300 mil euros. Com a decisão do Tribunal Constitucional, que levou a que houvesse uma nova reposição de salários dos funcionários públicos, a Presidência sofre um agravamento na despesa anual, caso não houvesse este agravamento, o orçamento ficaria 1,3% abaixo do deste ano, garante a Presidência.

No total, o Orçamento da Presidência vai ficar 150 mil euros acima do que foi o orçamento deste ano. Nas contas do chefe de Estado, entram ainda as despesas de remodelação e restauro com o futuro gabinete no Convento do Sacramento de Alcântara, que rondam os 475 mil euros (com IVA). Este era o último orçamento em que Cavaco Silva poderia inscrever verbas para as obras no futuro gabinete, uma vez que deverá ocupá-lo, quando sair em Março de 2016, da Presidência da República. O contrato deverá ser assinado em breve, tal como noticiou o Observador.

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Quando deixar a Presidência, Cavaco Silva quer deixar um orçamento inferior ao que recebeu de Jorge Sampaio, em 2006. A secretaria-geral da Presidência faz questão de mostrar no site a evolução das contas nas diferentes rubricas desde os mandatos de Jorge Sampaio.

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No último ano de Jorge Sampaio, o funcionamento da Presidência da República custava 17 milhões de euros. Dez anos depois, ainda será Cavaco Silva a propor um orçamento ao próximo governo para Belém. Depois, passará também a fazer parte da fatura como ex-presidente e terá direito, tal como Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, a um gabinete com secretária e assessor e ainda a um carro com motorista e combustível.