A erupção vulcânica registada domingo na ilha cabo-verdiana do Fogo, que continua ativa, é a 27.ª desde 1500 e a 11.ª no interior da caldeira, segundo uma cronologia difundida hoje pela agência Inforpress.

Segundo registos das erupções, as últimas que ocorreram na caldeira são as de 24 de janeiro de 1785, com várias bocas, seguida pela de 02 de junho de 1799, no cone principal e com várias bocas, que destruiu parte de Relva (concelho de Mosteiros, norte) e está na origem do povoamento da atual Cova Figueira, sul do Fogo.

No século XIX registaram-se as menos espaçadas no tempo e todas em Chã das Caldeiras, a localidade que fica no sopé do cone principal (de 2.829 metros de altitude) – 1816, 09 de abril de 1847, com três crateras nas falhas de cone, 19 de fevereiro de 1852, com quatro crateras e em dezembro de 1857, na base do cone (sul).

No século XX aconteceram apenas duas erupções, também, ambas também em Chã das Caldeiras: a de 12 de junho de 1951, na base do cone dos lados sul e norte, e a de 02 de abril de 1995, na base do cone principal.

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Segundo apurou a Lusa, sobre as anteriores erupções há versões diferentes sobre as datas, havendo unicamente indicações em relação ao número. A primeira conhecida após o início do povoamento português, em 1462, registou-se no século XVI.

O povoamento de Chã das Caldeiras, localidade de cerca de 1.000 habitantes que foram evacuados ao longo de domingo, ocorreu há sensivelmente um século, entre julho e agosto de 1917, já que, antes, era apenas um espaço baldio.

Alguns dados históricos de Chã das Caldeiras indicam que a primeira pessoa a escalar o pico principal foi um espanhol deportado, a 07 de abril de 1826.

Quase um século depois, em 1916, o enxofre de Chã das Caldeiras foi levado à exposição de produtos da província de Cabo Verde e, posteriormente, foi subsidiada a realização de um estudo sobre o valor qualitativo, produtividade do jazigo e condições de exploração dos produtos vulcânicos.

A ilha do Fogo é a quarta maior ilha de Cabo Verde, com uma superfície de 476 quilómetros quadrados, dividida em três concelhos São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina.

Descoberta juntamente com a de Santiago em 1460 pelos navegadores António de Noli, italiano, ao serviço do rei de Portugal, e Diogo Gomes, português, no reinado do Infante D. Henrique, o Fogo é uma ilha circular, localizada no sudoeste do arquipélago.