Os chefes dos serviços de informação estão debaixo de fogo por causa do “varrimento” que os serviços fizeram e que foram detetados pela Polícia Judiciária no âmbito do inquérito ao caso Vistos Gold. Júlio Pereira, secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), foi ouvido esta quarta-feira de manhã no Parlamento, mas para o Bloco de Esquerda é preciso que sejam dados mais esclarecimentos, desta vez de Passos Coelho. Já o PCP insiste na audição de Horácio Pinto, diretor do Serviços de Informações de Segurança (SIS).

Para o Bloco de Esquerda, os “diferentes episódios” que têm envolvido os serviços de informação “são preocupantes e fragilizam o secretário-geral” do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) e por isso “cabe ao primeiro-ministro fundamentar a sua confiança” em Júlio Pereira, disse aos jornalistas Cecília Honório, depois da audição do chefe das secretas no Parlamento.

A deputada não pede para já a demissão do chefe das secretas, mas defende que nada “deve ensombrar o caso vistos Gold” e que por isso Passos Coelho deve prestar explicações “o mais rápido possível”, mas isso não quer dizer que o BE quer que Passos o faça no Parlamento: “O primeiro-ministro deve encontrar a forma que entender para prestar os esclarecimentos”.

Júlio Pereira foi ouvido no Parlamento à porta fechada para explicar a atuação das secretas no âmbito do caso vistos Gold. Isto porque o SIS  – que depende da tutela do SIRP – terá feito um “varrimento eletrónico” para retirar escutas no gabinete de António Figueiredo  do Instituto de Registos e Notariado (IRN) a pedido do diretor do IRN.

Alem de Júlio Pereira, o PCP queria ouvir Horácio Pinto, diretor do SIS Horácio Pinto, que foi um dos funcionários apanhado pela PJ a fazer o varrimento. A audição foi chumbada na semana passada, mas os comunistas insistem no esclarecimento. À saída da audição, o deputado António Filipe que uma “nova decisão” sobre o pedido de audição. “É importante ouvir o diretor do SIS”, reforçou.

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