Quinze minutos para administrar a terapêutica (por exemplo, vacinar) e 30 minutos para dar consulta ou tratar feridas, são alguns dos exemplos do tempo que os enfermeiros precisam para desempenhar algumas das suas funções nas consultas externas das unidades hospitalares. E de acordo com estes tempos médios e o tipo de atividades que se desempenham em determinado posto de trabalho assim se vão determinar as dotações de enfermeiros nos vários serviços, de acordo com o regulamento da Ordem dos Enfermeiros publicado na semana passada em Diário da República e que o Diário de Notícias noticia esta segunda-feira.

No documento são também definidos rácios de pessoal em alguns serviços e horas de trabalho noutros. Quem não cumprir com as regras agora estabelecidas pode vir a responder disciplinar e até mesmo criminalmente. Tanto os enfermeiros chefe de cada instituição como os próprios administradores.

Nos centros de saúde passa a existir uma regra: um “enfermeiro de família” acompanha 1.550 doentes ou 350 família. Um grupo de trabalho composto por elementos da Administração Central do Sistema de Saúde, da Ordem dos Enfermeiros e da Direção-geral de Saúde está a preparar as experiências piloto que deverão arrancar já no próximo mês e se prolongarão por dois anos, detalha o DN.

A falta de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde, com consequente excesso de trabalho para os que estão no ativo, tem sido o mote de muitas greves por parte destes profissionais de saúde. De acordo com Germano Couto, bastonário da Ordem dos Enfermeiros, só em 20 serviços faltam 300 enfermeiros e em oito centros de saúde faltavam 44 profissionais de enfermagem.

Os enfermeiros têm exigido, com base nos dados da OCDE, a contratação de mais 25 mil enfermeiros, um número que o ministro da Saúde descarta. Recentemente, Paulo Macedo referiu que o Governo vai contratar mais 1.700 enfermeiros entre outubro deste ano e outubro de 2015.

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