O ministro da Economia, António Pires de Lima, disse esta sexta que o Governo “provavelmente” não recorreria à requisição civil na TAP se não estivesse em causa a época do Natal.

“A nossa atitude muito provavelmente seria diferente se não estivesse em causa o Natal e aquilo que representa para as famílias de todos os portugueses”, afirmou o ministro, em declarações aos jornalistas à margem do lançamento dos programas operacionais do novo ciclo de fundos comunitários.

“O meu desejo é que esta requisição não fosse necessária (…) nós marcámos esta requisição civil por estarmos no período que estamos. É Natal. E ninguém compreenderia que o Governo não tomasse a atitude que tomou estando em causa as reuniões familiares”, reforçou.

O ministro garantiu que “a requisição não é contra ninguém” e destacou: “É a favor do interesse nacional, é a favor da comunidade emigrante, das pessoas que vivem nos Açores e na Madeira que precisam da TAP para se poderem reunir com as famílias nesta altura do ano. É também a favor do turismo, que precisa desta semana para acabar bem o ano de 2014”.

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Pires de Lima disse, por outro lado, que os sindicatos ainda vão a tempo de incluir algumas das suas preocupações no caderno de encargos da privatização da TAP.

“Gostaria que os sindicatos aproveitassem a oportunidade que o ministério da Economia lhes dá, que eu lhes dou pessoalmente de poderem influenciar o caderno de encargos da privatização da TAP que há-de ser apresentado em Conselho de Ministros ao longo do mês de janeiro. Ainda vamos a tempo de incluir nesse caderno de encargos algumas das preocupações que os sindicatos me manifestaram na reunião que tivemos na semana passada”, apelou.

Sobre os potenciais candidatos à privatização da transportadora aérea nacional, Pires de Lima escusou-se a “abrir o jogo” por ainda não existirem propostas firmes, apesar de reafirmar que há “manifestações de interesse” de mais de três interessados.

O governante sublinhou que “respeita as pessoas que estão contra” a privatização da TAP, mas atacou a “hipocrisia política” do PS.

“Eu respeito a opinião do Bloco de Esquerda, eu respeito a opinião do Partido Comunista, já tenho muito mais dificuldade em respeitar a opinião de partidos políticos, como o Partido Socialista que tiveram responsabilidades políticas, que lançaram o processo de privatização (…) que aprovaram requisições civis no passado e que agora exibem esta falta de sentido de estado com posições de hipocrisia política que acho que nenhum português entende”, criticou.