A criação de um voo de avião direto entre Portugal e Cuba é “essencial” e tem “todas” as possibilidades para ser um sucesso, afirmou hoje à Lusa a embaixadora da ilha em Portugal. “Os números estão a pedir a gritos esse voo direto”, considerou Johana Ruth de la Torre, durante uma visita à Câmara de Comércio Portugal – Cuba, no Porto.

Segundo a diplomata, apesar de o ano ainda não ter terminado, as indicações é que o número de turistas portugueses atinja os 15 mil, mais 5.600 do que em 2013. “O melhor ano foi o de 2003, em que viajaram até Cuba mais de 20 mil portugueses, mas o país ainda não estava em crise”, frisou. Em termos globais, a ilha cubana recebe anualmente mais de três milhões de turistas estrangeiros.

Johana Ruth de la Torre salientou que o turismo internacional está a aumentar em Cuba, não havendo “anos negativos” no setor. Além da questão turística, a diplomata defendeu que a existência de um voo direto funcionaria como um atrativo para o aumento do investimento de empresários portugueses na ilha liderada por Raúl Castro. “A relação entre os dois países é boa, mas tem de ser aprimorada em termos económicos”, entendeu.

Na sua opinião, Portugal está a perder oportunidades de negócios, aproveitados por países com posições “mais agressivas”. Johana Ruth de la Torre lembrou que Cuba tem uma nova Lei – 118 – que prevê um conjunto de incentivos ao investimento estrangeiro, assim como a zona especial de Mariel, a 47 quilómetros de Havana (capital), com condições específicas para a fixação de indústrias.

Esta semana, os Estados Unidos e Cuba restabeleceram as relações diplomáticas, congeladas desde 1961.

 

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