O advogado e antigo Bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice, considera “um absurdo” manter preso o ex-primeiro-ministro socialista, José Sócrates. Júdice, que falava no programa “A Propósito” da SIC Notícias, no sábado à noite, desconstruiu ainda uma das justificações para ter sido aplicada a medida de prisão preventiva a Sócrates, no âmbito da “Operação Marquês”.

“É absurdo mantê-lo preso. A prisão preventiva não pode ser um instrumento para fazer as pessoas cantarem, não pode ser um instrumento para humilhar, não pode ser um instrumento para que ele comece a cumprir uma pena”, defendeu o advogado, acrescentando que “a prisão preventiva deve ser limitada em casos muito excecionais”. José Miguel Júdice não crê que este seja um desses casos.

“Ele [Sócrates] andar pela rua podia influenciar as testemunhas, mas ele não pode mandar influenciar as testemunhas designadamente pelo seu advogado? Não estou a dizer que o fizesse, Santo Deus. Mas não podia? Não pode através de um amigo?”, questionou, rematando que se está a começar a voltar a abusar da prisão preventiva, depois de uma década de melhorias.

José Sócrates foi detido à chegada ao Aeroporto da Portela a 21 de novembro de 2014 e no dia 24 foi decidida a medida de coação. Já na madrugada do dia 25, faz este domingo dois meses, foi em prisão preventiva para a prisão de Évora. O ex-primeiro-ministro, José Sócrates está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, no âmbito da “Operação Marquês”.

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