Ronald Read faleceu em 2014, aos 92 anos. Era empregado numa estação de serviço em Vermont, nos Estados Unidos, os amigos e família gabavam a sua habilidade para rachar lenha e, de resto, todos se lembram dele como um homem humilde. Vivia de forma modesta, de tal forma que, em certa ocasião, quando se preparava para pagar o pequeno-almoço numa cafetaria local, descobriu que alguém já tinha suportado a despesa, convencido de que Read não teria meios para o fazer.
Até aqui, a história parece corresponder ao banal destino de milhares de outras pessoas. Mas Ronald Read tinha, afinal, um segredo na vida que só foi desvendado após a sua morte, a 2 de junho do ano pasado. Em vida, Read acumulou um fortuna avaliada em oito milhões de dólares [5,8 milhões de euros] e tanto a família como os amigos acreditam que o conseguiu fazer investindo as suas poupanças através dos ensinamentos que foi colhendo através da leitura diária do Wall Street Journal.
Só na semana passada a população de Brattleboro, onde Read vivia, soube do “pequeno segredo”, conta a CNBC. E isto apenas sucedeu porque o hospital e a biblioteca daquela terra norte-americana receberam umas inesperadas doações no valor de 4,8 milhões de dólares e 1,2 milhões de dólares, respetivamente, legadas por Ronald Read. Maior foi a surpresa pelo facto de todos os que o conheciam o qualificarem como uma pessoa “frugal e extremamente reservada”.
O discreto milionário, prossegue a CNBC, foi a primeira pessoa na sua família a completar o ensino secundário, vestia vulgares camisas de flanela e passava os tempos livres a recolher ramos de árvores caídos que usava para colocar a arder na lareira de casa. Tinha um Toyota Yaris comprado em segunda mão e costumava estacioná-lo longe de locais onde fosse necessário pagar, com o objetivo de poupar dinheiro.