A representação, esta quinta-feira, da peça “Cyrano de Bergerac” no Teatro D.Maria II, esgotada para todas as suas sessões e já com uma sessão extra agendada para domingo, ficou marcada por um incidente com um telemóvel que desconcentrou os atores.

A meio da primeira parte, durante uma conversa entre o protagonista Cyrano, interpretado por Diogo Infante, e o jovem amante Cristiano, levado à cena por João Jesus, Infante interrompeu a sua performance para pedir a uma espectadora, sentada na primeira fila, que desligasse o telemóvel.

“A sério? É que me desconcentra mesmo e é também uma falta de respeito para com os atores”, disse o ator para a espectadora.

A espectadora pediu desculpa e a sala aplaudiu a atitude de Diogo Infante, que voltou a pedir a deixa ao colega em palco, e continuou a representar a personagem que está a marcar o seu regresso a uma das salas de teatro mais prestigiadas do país. No final, o público aplaudiu de pé a interpretação, chamando o ator – e todo o elenco – à cena três vezes.

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Ao Observador, Diogo Infante contou que a espectadora estava “há cerca de dez minutos a enviar mensagens” e que o ator já tinha inclusive olhado para ela de forma a que parasse. Ação que surtiu efeito apenas durante alguns minutos, até que a situação se tornou “extremamente desconcentrante” e não houve outra hipótese que não interromper a atuação.

Também o ator Kevin Spacey já se viu confrontado com uma situação semelhante quando em junho de 2014 teve que interromper um monólogo na peça “Clarence Darrow” para pedir a uma espectadora cujo telefone tocava que o atendesse: “Se não o atender, atendo-o eu.”

Diogo Infante acrescentou ao Observador que foi a primeira vez que interrompeu uma atuação, mas que os telefones são um problema frequente:

“Já aconteceu várias vezes telefones tocarem, mas nunca tão perturbador que obrigasse a parar.”