As negociações entre as autoridades gregas e os credores internacionais com o objetivo de chegar a um acordo até segunda-feira sobre as medidas a assumir por Atenas estão mergulhadas em dificuldades, de acordo com participantes no processo, citados pela Bloomberg. A lista de reformas prometida pelo Governo de Alexis Tsipras prevê um aumento das receitas fiscais em três mil milhões de euros ainda em 2015, mas a delegação de Atenas apenas apresentou documentos em formato digital através de dispositivos móveis, dizem as mesmas fontes, e escritos somente em grego.

Em vez de uma lista de medidas concretas, a Grécia limitou-se a mostrar um documento “demasiado vago, não credível e não escrutinável”, afirmou um diplomata, que adiantou que a delegação grega fez a respetiva apresentação de forma oral. A lista de reformas, discutida sob a pressão de a Grécia ficar de cofres vazios a 9 de abril próximo quando tem de fazer um reembolso de 460 milhões de euros ao FMI, constitui o requisito para os credores internacionais, integrados, também, pelo Banco Central Europeu e Comissão Europeia, libertarem 7,2 mil milhões de euros de financiamento à Grécia.

Perante o beco sem saída a que as negociações chegaram, as autoridades europeias aguardam, agora, que a Grécia entregue o conjunto de medidas concretas exigidas “no início deste semana”, afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, ao jornal alemão Die Welt, que acrescentou: “a Grécia tem deixado de lado as reformas há anos”. Um fracasso nas negociações pode significar um incumprimento dos compromissos financeiros do estado grego e o abandono da zona euro.

 

 

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