A Turquia já reagiu oficialmente às declarações do Papa Francisco. Num comunicado divulgado este domingo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros turco considerou as palavras de Francisco “infundadas”, cita a Aljazeera.

Este domingo, durante uma missa que marcou os 100 anos da Primeira Guerra Mundial, o Papa recorreu às palavras de João Paulo II para descrever o assassinato em massa dos arménios do Império Otomano como um “genocídio”.

Na sequência destas palavras, o Governo turco convocou o representante do Vaticano na Turquia, Mehmet Pacaci, para se apresentar no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Ancara, onde deverá prestar explicações. “O nosso embaixador do Vaticano, Mehmet Pacaci, foi chamado à Turquia para consulta”, refere o comunicado.

“É necessário, e é um dever, honrar a sua memória porque, quando a memória desaparece, significa que o mal permite que as feridas permaneçam. Esconder ou negar o mal é permitir que uma ferida permaneça a sangrar”.

As palavras utilizadas por Francisco constam de um documento assinado em conjunto por João Paulo II e pelo patriarca arménio, em 2000. No documento, o antigo Papa referiu-se ao massacre arménio como o “primeiro genocídio do século XX”.

Durante a Primeira Guerra Mundial, milhares de arménios foram deportados e massacrados pelo antigo Império Otomano. De acordo com números divulgados pela Arménia, pelo menos 1,5 milhões de pessoas terão sido perseguidas e mortas. A Turquia, por outro lado, defende que o número não ultrapassa os 500 mil. O massacre foi reconhecido como um genocídio por mais de 20 países, mas nunca pela Turquia.

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