1. Livrar-se do que não usa

Encare-o como uma prospeção igual à da corrida do ouro na Califórnia: vai ser preciso peneirar muito, mas a ideia é só ficar com o que vale a pena. Tire tudo do armário e encare cada peça com três perguntas na cabeça: Serve? Está em perfeitas condições? Usou nos últimos dois anos? Se responder que não a alguma coisa, é para descartar. “No armário só devemos ter a roupa que usamos e de que gostamos mesmo”, diz Maria Guedes, consultora de imagem e que durante muito tempo fez este serviço às clientes que queriam ter um novo guarda-roupa. As únicas exceções ao questionário infalível são as peças com uma ligação emocional forte ou que foram um grande investimento. Mas mesmo essas não são para ficar a roubar espaço. “Podem-se guardar em caixas de plástico na arrecadação, por exemplo”, sugere a autora do blogue Stylista.” No armário só pode ficar o que gostamos de ver e o que for fácil de articular com outras peças”, garante a especialista. Isto se quiser prevenir “aquele drama de muitas manhãs: tanta roupa e nada para vestir“.

2. Pendurar as peças como se ainda estivessem na loja

O que é que isto significa? Que se acabaram os exercícios de malabarismo para pôr três pares de calças no mesmo cabide onde estão cinco camisas e um blusão de penas que vai uma vez por ano à Serra da Estrela. “Devemos ter apenas uma coisa por cabide e transformar a apresentação do nosso armário como se fosse uma loja”, diz Maria Guedes. Mas como os guarda-roupas não são feitos de licra e a ideia não é pendurar um varão no teto do corredor mais comprido da casa, a solução para não ter o armário demasiado cheio é renovar. “O ideal é ter sempre só a roupa da estação, o resto guardado, pois só assim vamos usar tudo o que temos. As coisas têm de se ver”, diz Maria Guedes. “O que eu costumo fazer é dar uma reciclada de dois em dois meses. Nesta altura do ano já não uso casacos mais quentes e já vou puxando umas sandálias, uns fatos de banho…” Boas sugestões de arrumação são aproveitar o topo do armário — sobretudo para quem vive em casas com um pé direito alto –, guardar os casacos quentes e grossos nas malas de viagem e aproveitar o espaço debaixo da cama, usando caixas retangulares estreitas.

3. Investir em várias soluções de arrumação

Se os únicos cabides que conhece são os triângulos sobrecarregados que já ganharam uma barriga descaída por causa do excesso de peso, vai gostar de saber que a maior parte das lojas de decoração tem várias soluções adequadas às necessidades de cada um, desde pendurar cintos a lenços e gravatas, passando por cestos de arame para sapatos e divisórias de tecido para gavetas, fáceis de tirar e voltar a pôr.

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4. Fazer às gavetas o mesmo que a uma ampulheta

Isto é: volta e meia, passar o que estava no fundo para cima, e vice-versa. “Temos de ver o máximo possível para nos lembrarmos do que temos”, reforça Maria Guedes. O mesmo vale para os sapatos: escondidos em caixas só vão fazer com que recorra sempre às mesmas solas cansadas. Idealmente, se quiser manter as embalagens originais, deve colar uma fotografia do par em questão na face que ficar virada para fora. Mas como é provável que isso aconteça no mesmo dia em que passar aquele livro de receitas a limpo — ou seja, nunca –, mais vale optar por caixas com um dos lados transparente.

5. Deixar alguns acessórios de fora

Aqui depende do que mais usar. “Eu gosto de ter os lenços e os óculos de sol perto de um espelho de corpo inteiro, para ir pondo e experimentando se fica bem”, diz Maria Guedes. “Certo tipo de peças, se ficarem visíveis, dão um efeito bonito e ao mesmo tempo prático.” Acessórios mais pequenos, como fios e pulseiras, pode pendurar em cabides de parede ou colocar em caixas bonitas, se se lembrar de as abrir. E se não tem paciência para usar brincos pequenos porque acaba por nunca encontrar o par no meio de tudo o resto, temos uma sugestão: prendê-los em botões. Vão ser mais inseparáveis do que pão e ovo estrelado.

6. Organizar tudo por estilos e peças

Não precisa de se armar em American Psycho, mas alguma ordem impõe-se. Seja nos cabides ou gavetas, tente agrupar a roupa de fim de semana de um lado e a do trabalho do outro, se variarem muito, assim como juntar vestidos com vestidos, camisas com camisas, padrões com padrões, básicos e lisos. Isto faz com que seja mais fácil encontrar as peças e ao mesmo tempo provoca um efeito cromático harmonioso.

7. Personalizar o guarda-roupa

Sim, o aspeto conta. Mesmo que não tenha um walk in closet como Carrie Bradshaw na série Sexo e a Cidade, há pequenos truques que não ocupam espaço nenhum e conseguem tornar o guarda-roupa mais apetecível. O primeiro é espalhar cheirinhos pelas gavetas e a zona dos cabides. O segundo é seguir os ensinamentos das avós e das suas cozinhas com as gavetas forradas com papel da Polux, e transformar as faces do roupeiro em telas à sua medida: flores, riscas, bolinhas, é explorar o fantástico mundo do papel autocolante ou de parede e decidir.