Autarcas das maiores cidades da Grécia pediram uma audiência urgente com o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, em troca pelo seu apoio à medida de Atenas que obriga ao depósito das reservas detidas pelo poder local junto do banco central do país. As duas associações que representam autarcas de diversos partidos políticos gregos afirmaram que entregariam todo o dinheiro, mas na condição de o líder do Executivo lhes explicar qual é a “verdadeira” situação da economia, refere a Bloomberg.

“Se o país está em risco de bancarrota, daremos tudo o que temos”, declarou a União Central de Municípios no seu site da Internet nesta quarta-feira. “Eles [o Governo] só precisam de nos dizer” o que se passa e “contribuiremos para o esforço nacional”, acrescentou a organização. Diversos representantes do poder local da Grécia protestaram esta semana pelo facto de a decisão do Governo ter sido assumida em decreto sem que tenha havido uma consulta prévia aos visados ou, sequer, uma votação no Parlamento.

Outra organização, a União Central dos Governos Regionais, afirmou que, a “avaliar pela gravidade do problema, os representantes do poder local exigem um encontro imediato” com o primeiro-ministro. “Até que seja realizada uma reunião, as reservas de liquidez não serão transferidas”, acrescentou esta entidade também através do seu website.

Hoje, em declarações à estação de televisão Mega, o vice-ministro das Finanças grego, Dimitris Mardas, reconheceu que há um problema de tesouraria no país e que a execução do decreto governamental era necessária, já que faltavam 400 milhões de euros nos cofres do Estado central para honrar compromissos que vencem no final de abril, com salários e pensões. Mais tarde, Mardas recuou ao afirmar que os fundos de pensões tinham coberto voluntariamente aquelas necessidades financeiras. De qualquer forma, os autarcas não ficaram descansados. Aquela “confissão pública” de que não existe dinheiro suficiente é “alarmante para o futuro do país”, afirmou a União Central de Municípios.

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