“Matar judeus é a veneração que nos aproxima de Allah“. Este anúncio circula em Nova Iorque. Nos autocarros. E por ordem de um juiz. A campanha foi lançada pela “Stop Islamization of America” (SIOA), uma organização norte-americana de extrema-direita. A ordem judicial foi dada esta terça-feira após, inicialmente, a empresa de transportes ter recusado a publicidade, alegando que poderia incitar ao terrorismo e à violência, escreve a agência Reuters.

John Koeltl, o juiz distrital de Manhattan em Nova Iorque, rejeitou as acusações da Autoridade Metropolitana de Transportes de Nova Iorque (MTA). A empresa declarou que o anúncio estava protegido pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos. E, segundo o magistrado, a MTA teria violado o direito de liberdade de expressão da SIOA ao recusar-se a exibir o anúncio.

A SIOA (“Pare a Islamização da América”), também conhecida como “American Freedom Defense Initiative” é uma organização de extrema-direita muitas vezes descrita como islamofóbica.

Segundo a Primeira Emenda: “O congresso não deverá fazer qualquer lei a respeito de um estabelecimento de religião, ou proibir o seu livre exercício; ou restringindo a liberdade de expressão, ou da imprensa; ou o direito das pessoas de se reunirem pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que sejam feitas reparações de queixas”.

O anúncio, que já tinha circulado previamente em Chicago e São Francisco, retrata um homem com uma expressão ameaçadora a utilizar um lenço à volta da cabeça e rosto. No texto lê-se: “Matar judeus é a veneração que nos aproxima de Allah”. A citação atribuída à “Hamas MTV” afirma de seguida: “Esta é a Jihad dele. Qual é a sua?”.

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Koeltl afirmou ser “sensível” às questões de segurança que o anúncio poderia levantar mas também que a MTA estaria a “subestimar a qualidade de tolerância dos nova-iorquinos e a sobrestimar o potencial impacto destes anúncios fugazes“.

O juiz rematou ainda que “acreditar que os nova-iorquinos poderiam ser incitados à violência por anúncios que nada suscitaram nos residentes de Chicago e São Francisco pode manchar a sua credibilidade”.