O jornal britânico Guardian teve acesso ao rascunho do relatório da cimeira europeia sobre a crise do mar Mediterrâneo e os números que lá estão não são animadores: no seu conjunto, os países da União Europeia só se comprometem a acolher 5.000 migrantes. Pelo menos 150 mil deverão ser repatriados todos os anos.

Será criado um sistema de repatriamento rápido pelo Frontex, de forma a agilizar a devolução dos imigrantes ilegais aos países de origem – e será neste mecanismo que a UE se vai concentrar. Ao mesmo tempo o rascunho assume a duplicação do fundo financeiro para o Frontex, de forma a melhorar as operações Tritão e Poseidon – que são os sistemas de patrulhamento da costa mediterrânea e de combate aos traficantes de pessoas. E o relatório quererá também dar um sinal sobre os conflitos nos países fronteiros, comprometendo-se a restabelecer a autoridade na Líbia e a tentar uma resolução para o conflito sírio.

Na véspera da cimeira já o diretor da Frontex se tinha mostrado bastante claro sobre o seu mandato: Fabrice Leggeri assumiu que a prioridade da agência não será salvar vidas humanas. E ao mesmo tempo o primeiro ministro italiano Matteo Renzi recordou, num artigo de opinião no New York Times, que “nem todos os passageiros dos barcos dos traficantes são passageiros inocentes”, relacionando a ameaça terrorista com a recente vaga da imigração e voltando a pedir mais meios aos vizinhos para o esforço italiano.

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