Quando uma mulher grávida está por perto, ninguém quer saber da meteorologia. Em vez de se comentar o estado do tempo, as conversas de circunstância andam à volta de bebés: quando nascem, a mãe tem tido enjoos, é menino ou menina? Todas essas perguntas foram colocadas a Milena Melo, 35 anos e atualmente à espera do segundo filho. Alguns comentários é que variavam: “Quando dizia que estava grávida de um rapaz, diziam-me ‘que bom, vai poder ir com o pai à bola’. Agora quando digo que estou grávida de uma menina, dizem-me ‘que bom, vais poder vestir-lhe coisas tão giras’.”

Grávida de um segundo rapaz, a amiga Lara Oliveira, de 36 anos, sabe bem do que fala a jornalista. “É muito mais complicado vestir um rapaz do que uma rapariga. Dois terços das lojas estão ocupados por coisas de meninas e é muito difícil fugir da bonecada e do azul-bebé, porque há pouca variedade. Às vezes é um desespero.”

O grito de “basta” saiu em forma de festejo: Yay, nome da marca que as duas mães lançaram há duas semanas e que vende acessórios para rapazes dos zero aos 12 anos.

“Uma parte da maternidade que é muito recompensadora é poder enfeitar os nossos filhos, e nós queremos ajudar as mães a vesti-los porque estas peças podem dar um ar diferente a roupas simples como calças de ganga e uma t-shirt branca”, diz Milena. “Estas peças” são lenços, pulseiras, suspensórios, gorros, sapatos, chapéus, bonés, laços, correntes, porta-chaves e até bandanas para os recém-nascidos usarem ao pescoço, dentro de quatro tendências atuais: a ganga, o étnico, o estilo náutico e o militar.

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“Nas meninas vê-se muito o mini me, aquele visual atualizado a condizer com as mães, mas nos rapazes não”, diz Milena, adiantando que já era hora de isso mudar, uma vez que “os homens também se preocupam com a moda, embora seja algo recente”.

Para já, a única peça de vestuário da Yay são as t-shirts lisas com bolsos personalizados em napa ou tecidos estampados. “Queríamos ter preços competitivos e se fôssemos pelo vestuário precisávamos de um investimento maior e era muito complicado competir com lojas como a Primark e a Zara”, diz Lara, que trabalha também como jurista. “Os acessórios permitem ter preços atrativos e são também uma resposta a necessidades que sentimos ou falhas que identificámos no mercado.”

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Sem formação técnica em moda mas com formação prática na maternidade, as duas amigas escolhem os tecidos e transformam-nos em acessórios recorrendo a costureiras. Foi assim que também conseguiram recriar uma peça que Milena descobriu no estrangeiro: os “xixi-capuzes”, proteções para aquele momento em que os miúdos trocam a fralda e resolvem armar-se em repuxos para cima dos pais.

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Parece o chapéu de um gnomo mas é um “escudo protetor para a troca de fralda forrado com tecido turco absorvente”.

Com padrões como bolas e tecidos como ganga, até esses escudos têm pinta. Tudo para as futuras mães poderem dizer: “é um menino, e Yay, vou poder vestir-lhe coisas tão giras”.

Nome: Yay
Data: 2015
Ponto de venda: Loja online
Preços: 2,50€ a 20€

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