O secretário-geral do PS, António Costa, admite acabar com os exames nacionais para os alunos mais novos. Embora o programa eleitoral não seja claro sobre isto, esta segunda-feira no Fórum da TSF Costa declarou que “não é uma boa solução a antecipação de exames para idades tão precoces” e que “as retenções têm um custo enorme”.

“Tal como um raio x não cura um doente também um exame não faz a aprendizagem dos alunos”, disse.

Os exames nacionais no fim de cada ciclo escolar (4º, 6º e 9º anos) foram introduzidos por este Governo em 2012. No projeto de programa eleitoral, o PS defendeu que se deve “melhorar a avaliação externa [exames nacionais] das aprendizagens, designadamente a realizada através de provas nacionais no fim de cada ciclo, aprofundando a sua articulação com a avaliação interna [testes]”.

Respondendo a perguntas dos ouvintes, o líder do PS admitiu ainda que não vai cometer “erros” do passado. “O PS aprendeu com os erros da coligação do PSD-CDS e com os seus próprios erros. As condições de hoje são completamente diferentes das de há dez anos”, explicou, admitindo que o seu programa eleitoral “não assenta nas políticas tradicionais do PS”, como o investimento público.

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Costa rejeitou ainda a ideia de que algumas promessas do PS sejam despesistas, como a criação de mais Unidades de Saúde Familiares. “Esse investimento gera poupanças maiores, nomeadamente, nos custos hospitalares”, explicou.

Sobre a reposição dos quatro feriados que acabaram com este Governo, Costa garantiu que serão repostos – apesar de o programa eleitoral ser omisso nesta matéria. E prometeu mesmo tudo fazer para que o próximo 1 de dezembro volte a ser comemorado como dia feriado, se for eleito primeiro-ministro. “Portugal é o único país que não comemora a sua data fundadora”, explicou.

A redução da TSU também motivou questões. O secretário-geral socialista garantiu que não tenciona “descapitalizar a Segurança Social” e que “não vamos ter mais défice ou mais impostos”. O dinheiro que se perderá através da redução da TSU, será compensado por mais contribuições de mais empregos que serão criados, explicou. “E isto não é um ato de fé. Não inventámos, pedimos a economistas um estudo sério”, disse.

Sobre a revisão de escalões de IRS, Costa adiantou que só poderá concretizar a futura definição quando tiver acesso aos dados da máquina fiscal e que, por isso, não está em condições de propor pormenores definitivos que “ajudem a descomprimir a classe média”.

O líder do PS respondeu ainda às críticas de Portas e Passos, dizendo que não lhes reconhece “autoridade para dar lições”. “Eu também herdei uma dívida muito grande e, em vez de chorar, fiz o que compete a um político, reduzi a dívida em 40%”, disse, referindo-se ao seu anterior cargo de presidente da Câmara de Lisboa.