Histórico de atualizações
  • Terminado o discurso – curto – Cavaco Silva começa a entregar as condecorações. Teixeira dos Santos é o primeiro a recebê-la – e é aplaudido pelo público. 

    O segundo é Mariano Gago, a título póstumo. Recebe a sua mulher, de novo com muitos aplausos da plateia.

    A cerimónia encaminha-se para o fim. Dentro em breve o Observador deixar-lhe-á as notas mais relevantes do discurso do Presidente, num texto de análise mais detalhado.

    Sessão encerrada em Lamego, com o hino a ouvir-se de novo.

  • Cavaco: "Foi possível evitar uma espiral recessiva"

    Cavaco Silva vira a página.

    Foi um dos mais exigentes períodos da nossa democracia recente, diz o Presidente. Lembra os dois pedidos de ajuda externa anteriores.

    “Agora, a crise económica e social surgiu num tempo em que as expectativas de bem-estar são muito mais elevadas do que há 30 anos. Após uma década a reduzir o crescimento, Portugal chegou a uma situação que qualifiquei como “quase explosiva”. Sem o apoio externo o país teria entrado em situação de rutura. Não é por acaso que outros países pediram – e nem todos conseguiram ultrapassar dificuldades. “Fomos obrigados a grandes sacrifícios. Foi preciso alertar para a existência de limites para os sacrifícios. Houve riscos de uma espiral recessiva – felizmente foi possível evitá-la. Temos um longo caminho a percorrer, mas existem razões fundadas para ter mais otimismo”.

    E continua:

    “Digo claramente: não contem comigo para semear desânimo ou pessimismo. Deixo isso aos profetas do miserabilismo. Se assegurarmos estabilidade política e governabilidade, se definirmos uma linha de sustentabilidade das contas, de competitividade, de integração social, podemos festejar este dia com confiança no futuro”. 

    E é assim que o Presidente termina o seu discurso do 10 de junho, onde deixou o seu caderno de encargos para o futuro – mas onde deixou também a sua visão do Estado do país – muito menos pessimista do que a oposição o tem traçado.

  • Cavaco fixa quatro objetivos para o próximo Governo

    Começa a falar o Presidente da República. 

    “Portugal viveu tempos de abundância, que alternaram com períodos de escassez e convulsões. Nas alturas mais difíceis não nos deixámos abater pelo desânimo e pelo pessimismo. Alguns têm tendência para não acreditar no futuro. Há quem faça da crítica inconsequente um modo de vida”, uma crítica sem alternativas, diz o Presidente. A história do país não se fez assim, diz Cavaco Silva.

    “Portugal viveu recentemente tempos muito difíceis. A crise deixou sequelas muito profundas. Com esforço e sacrifício de todos ultrapassamos a situação de quase bancarrota. Nos últimos tempos tem havido recuperação gradual da economia e criação de emprego. Portugal tem motivos de esperança. Se para além da estabilidade forem asseguradas políticas económicas poderemos olhar o futuro com confiança, independentemente de quem governa.

    Os quatro objetivos para o próximo Governo: “Equilíbrio das contas do Estado; o controlo das contas externas; a competitividade da economia face ao exterior; e um nível de carga fiscal em linha com os nossos competidores”. Presidente dá testemunho positivo que tem ouvido fora do país.

    Agora, o PR anota a evolução recente: os agentes económicos deram o melhor, diz. E fala dos parceiros sociais como agentes disponíveis para os consensos e para melhorar o país. 

    Estes são os sinais positivos sublinhados pelo Presidente: Aumentou o número de jovens empreendedores – fermento de uma atividade económica mais dinâmica, que sabe que a economia não pode viver de subsídios, diz o PR. Dois exemplos: na agricultura e na produção académica do país.

    “O futuro passa pela articulação entre a educação, a qualificação e a atividade das empresas”.

    Outro reconhecimento: “A ação desenvolvida pelos autarcas“. O pode local dispõe hoje de uma nova geração de autarcas, que possuem uma perspetiva mais abrangente dos desafios que emergem no quadro da UE. São dinâmicos, motivados e empenhados, diz o Presidente. Cabe-lhes agora o bom aproveitamento dos novos fundos europeus, anota. Depois do apoio que deram aos mais atingidos pela crise, a par das instituições de solidariedade e alguns agentes económicos.

    Mais um elogio: os que na diáspora contribuem para promover a imagem do país. “Somos vistos como um destino atrativo. E como um destino em que se pode confiar. Elogiados pelas reformas, pelo caminho de crescimento, pelo cumprimento das regras de disciplina orçamental. As taxas de juro desceram muito significativamente. Portugal é visto como destino atrativo para investimento”, diz o Presidente.

  • Elvira Fortunato: "Não podemos deixar que os jovens deixem Portugal"

    Começou a falar Elvira Fortunato, a convidada de Cavaco Silva para a organização deste 10 de Junho. E começa por D. Miguel, bispo de Lamego há 374 anos, enviado ao Vaticano para pedir a independência de Portugal face a Espanha – que só viria ser declarada a 1 de dezembro de 1640.

    Falando em “grandes homens”, Elvira Fortunato elogia Mariano Gago, falecido há dois meses, por ter apostado na Ciência. “Criou o que de melhor há em Portugal na Ciência”, diz a investigadora (ouvem-se palmas em Lamego). 

    Depois segue outras áreas que diz serem um exemplo. A formação de jovens recursos humanos é um exemplo, “muitos dos quais estão a ser esquecidos”. “Não podemos deixar que jovens deixem Portugal. Podem fazê-lo por opção, não por obrigação”, diz, numa crítica dirigida ao Governo.

    Outro ponto sensível no discurso: “A universidade está envelhecida, avisa Elvira Fortunato. “Peço a quem de direito que não vacile nesta opção de futuro: os jovens.”

    Uma citação de Fernando Pessoa, para fechar o discurso: “Para ser grande, sê inteiro. Sê todo em cada coisa. Põe quem tu és em cada coisa”.

     

     

  • Toca o hino, em Lamego.

  • Ontem, o Presidente desafiou já os portugueses a “erguer a cabeça e a “seguir em frente” (clique aqui) e elogiou a fibra e a garra do povo português (aqui).

    Hoje será também dia de condecorações, uma das quais a Teixeira dos Santos, o ex-ministro das Finanças que espoletou o pedido de ajuda externa, forçando a intervenção externa in extremis contra o desejo de José Sócrates.

    A primeira intervenção será de Elvira Fortunato, a cientista portuguesa que já foi premiada fora de portas.

  • O discurso final

    Bom dia! Bem vindo ao liveblog do Observador que acompanhará o discurso de Cavaco Silva no 10 de junho. Será o último discurso oficial do Presidente, em cerimónias deste género, antes das legislativas. O Presidente dedicou as comemorações deste ano aos mais jovens, sendo ainda incerto se irá fazer uma intervenção mais virada para o momento político. 

    Ontem, a Liliana Valente recuperou aqui os mais importantes avisos que os presidentes fizeram em vésperas de legislativas (basta clicar aqui), lembrando alguns momentos decisivos da nossa vida política. Esta manhã, Cavaco Silva falou já das Forças Armadas – pedindo ao Governo que implemente a reforma que já colocou no papel.

     

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