Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Boa noite. Amanhã voltaremos com a reunião do Ecofin onde para já não se esperam grandes progressos.

  • A marcação de uma cimeira extraordinária para segunda-feira parece ser a derradeira tentativa para evitar o pânico no sistema bancário grego. Responsáveis europeus admitiram no Luxemburgo que “será muito difícil chegar a um acordo” neste encontro dos líderes da zona euro. Ainda que esse cenário se confirmasse seriam necessários vários dias de trabalho para fechar um acordo. No atual ponto de situação será muito difícil operacionalizar um acordo até ao dia 25 de junho, quando Atenas terá de reembolsar 1600 milhões de euros ao FMI.

  • Para contrariar a propaganda e as fugas maliciosas de informação, o ministro grego das Finanças decidiu entretanto colocar no seu site pessoal o documento com as propostas que apresentou na última reunião do eurogrupo, Segundo Varoufakis, não houve comentários a esta propostas da parte dos outros ministros das finanças.

  • Uma fonte oficial da União Europeia admitiu entretanto no Luxemburgo que o BCE manifestou preocupação em relação à fuga de capitais dos bancos gregos na reunião do eurogrupo. Mas a mesma fonte, citada pela Bloomberg, nega que o representante do Banco Central Europeu tenha revelado dúvidas sobre a abertura dos bancos na próxima segunda-feira. O aumento do financiamento de emergência deverá ser discutido esta sexta-feira. Por outro lado, os responsáveis europeus têm a expectativa de que o anúncio de uma cimeira extraordinária dos países do euro, na próxima segunda-feira, possa ajudar a travar a hemorragia financeira do setor bancário grego.

  • No BCE (Banco Central Europeu) cresce o receio de um eventual colapso dos bancos gregos já na próxima segunda-feira. Segundo a Reuters, questionado na reunião do eurogrupo sobre se os bancos gregos iam abrir amanhã, um membro do BCE (Benoit Coeure) terá respondido: “Amanhã sim, mas segunda-feira não sei”. Entre segunda e quarta feira, os gregos retiraram dois mil milhões de euros dos bancos, um valor que é o dobro do financiamento de emergência concedido pelo BCE, ao abrigo da ELA esta semana. Entretanto o banco central grego terá pedido ao BCE um aumento no teto do financiamento via ELA, de acordo com o jornal grego Proto Thema citado pela Bloomberg.

  • O caminho que está ser agora seguido vai no sentido da saída da Grécia do euro, reconheceu o presidente do eurogrupo. Questionado no Luxemburgo sobre a possibilidade de Atenas abandonar a moeda única, Jeroen Dijsselbloem responde: o caminho que seguimos agora vai nessa direção”. O ministro holandês reafirmou que se os gregos avançarem com uma “proposta nova e séria”, isso poderá conduzir a um novo acordo, “mas estamos longe disso”.

  • Acaba a conferência de imprensa de Yanis Varoufakis no Luxemburgo.

  • Yanis Varoufakis diz que o Eurogrupo não fez qualquer comentário às propostas que apresentou. Ainda assim, acredita, a Grécia conseguirá cumprir sua parte.

  • Varoufakis conta uma anedota na conferência de imprensa para explicar a situação: Dois homens estão na praia e um diz para o outro “vou-te dizer como fiquei rico. Incendiei o meu negócio, recebi o seguro e decidi viver disso”. Ao que o outro responde: “aconteceu-me algo semelhante. Uma inundação estragou o meu negócio, recebi o seguro e vivi feliz para sempre”. Ao que o primeiro pergunta: “como é que conseguiste começar a inundação?”.

  • Foi a Grécia que propôs às instituições um corte na despesa militar, diz Varoufakis. Mas esse corte não era suficiente para satisfazer as instituições “nem que acabássemos o Exército grego”, diz o ministro. O governante diz que os credores estão a exigir um pacote de 3,6 mil milhões de euros em cortes e aumento de impostos: 1,8 mil milhões de redução nas pensões, e 1,8 mil milhões de aumento no IVA.

  • Varoufakis nem quer "começar a imaginar" um cenário de saída da Grécia do euro

    “Estamos perigosamente perto de um estado de espírito que aceita um acidente [Grécia]“, diz Yanis Varoufakis, que acrescenta, nem quer sequer “começar a imaginar” uma saída da Grécia do euro.

  • Yanis Varoufakis defende também que é essencial que os 27 mil milhões de euros da dívida grega ao BCE sejam trocados por dívida ao Mecanismo Europeu de Estabilidade, sem transferir mais dinheiro para a Grécia, mas com os meus prazos de pagamento mais extensos que já estão acordados com o MEE (dívida só começa a ser amortizada após 2020), o que permitia também ao BCE comprar dívida grega no seu programa de quantitative easing, ajudando assim a aliviar a pressão sobre os juros gregos.

  • O ministro das Finanças da Grécia diz que apresentou ao Eurogrupo uma proposta para um travão automático ao défice orçamental, que se aplicaria de forma imediata cortes em várias partes do Estado grego, de forma horizontal e sem precisar de ser aprovado pelo Governo, caso o défice orçamental derrape.

  • Johan Van Overtveldt, ministro da Bélgica, não parece concordar com as propostas inovadoras que Varoufakis diz ter apresentado ao Eurogrupo, e diz que o plano de Varoufakis era “muito vago”.

  • “Nós precisamos desesperadamente destas reformas”, admite Yanis Varoufakis, mas logo de seguida diz que o Eurogrupo tem de saber distinguir as reformas necessárias de reformas que tiram apenas aos mais pobres.

  • Edward Scicluna, ministro das Finanças de Malta, diz que não vê um acordo a acontecer até ao final do mês e pede transparência ao Governo grego.

  • O Financial Times já divulgou o editorial da sua edição de amanhã: “The time has come for Tsipras to accept Europe’s deal” (Chegou a altura de Tsipras aceitar a proposta europeia). O seu argumento: “The offer from Greece’s creditors is better than the alternative“.

  • O ministro das Finanças da Grécia diz que a culpa para a interrupção das negociações é dos credores e não da Grécia, ou da falta de apresentação de propostas pelo seu Governo. “A verdadeira razão para a interrupção das negociações é que os negociadores das instituições disseram aos nossos negociadores que não tinham mandato para negociar as propostas” que a Grécia apresentou, como a troca de dívida que considera “essencial”.

    Varoufakis mostra-se muito otimista que os seus colegas: “Explicámos que os dois lados, a Grécia e as instituições, já chegaram muito perto de um acordo em partes muito importantes”.

  • Maria Luís Albuquerque também já fala sobre a Grécia. Em Portugal, diz, tem uma grande tranquilidade porque “tem os cofres cheios” que permitem enfrentar um evento desfavorável nos mercados, ainda que admita que estão cheios de dívida:

    – “Não faz muito sentido falar em ultimatos, o prazo que acordámos em fevereiro está perto do fim”.

    – “O facto é que o tempo escasseia cada vez mais”.

    – “O tom, se o tivesse de o caracterizar, é mais de frustração e de desalento, que de irritação”.

    – “O desembolso depende de haver um acordo que possa ser validado pelas instituições, e que possa posteriormente ser aprovado pelo Eurogrupo”.

    – “Não é possível falar em desembolso, estamos ainda numa fase muito anterior”.

    – “Já não seria possível no dia 30 de junho, se houvesse um acordo, não foi discutido, mas estou convencida que seria possível encontrar uma solução, se houvesse um acordo muito rapidamente”.

  • O ministro das Finanças da Grécia fala numa conferência de imprensa e, mais uma vez, com um entendimento diferente do dos seus parceiros da zona euro. Varoufakis diz que a Grécia fez uma nova proposta, credível, à zona euro e que as duas partes estão suficientemente próximas para conseguir um acordo.

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