O negócio estava de costas voltadas para o sucesso há alguns anos e o mesmo se pode dizer dos números gordos, ausentes das contas bancárias. Agora, escreve a Quartz, o império em ruínas foi (finalmente) devorado. A empresa de lifestyle da Martha Stewart foi vendida por 353 milhões de dólares (cerca de 310 milhões de euros), um valor que fica muito aquém dos quase 2.000 milhões que a Living Omnimedia chegou a valer em 1999, ano em que foi criada.

O acordo em questão, e que está a dominar muitos meios internacionais, foi feito com o grupo Sequential Brands (o mesmo que comprou a marca de moda da cantora Jessica Simpson) e dita o fim da independência da firma de Stewart.

O que foi feito, então, da guru norte-americana nas lides da vida doméstica? A mesma pergunta é feita pelo espanhol El País, num artigo publicado esta quarta-feira, e que dá conta do declínio da dona de casa milionária, ela que em tempos teve lugar cativo no exclusivo clube das grandes fortunas dos Estados Unidos da América — fora os programas de cozinha, as revistas de jardinagem e os produtos para o lar que lhe deram (ou emprestaram) o título de multimilionária.

Mas nos últimos anos nem tudo correu bem: a Martha Stewart Living Omnimedia não registava lucros desde 2003 (à exceção de 2007), conta a Forbes, e a última vez que a empresária apareceu nas invejáveis listas da respetiva publicação foi em 2005. No mesmo ano, Stewart cumpriu uma pena de prisão de cinco meses por obstrução à justiça. Já em liberdade, a sua imagem manteve-se aparentemente intacta, mas o mesmo não aconteceu com o império que começou o processo de desmoronamento. 

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A crise económica também fez das suas e impactou a venda dos produtos da guru. Além disso, as revistas deixaram de ser procuradas nos quiosques — o que fez com que os anunciantes se retirassem em debandada — e o programa de televisão que chegava a milhões de lares deixou de ser produzido há três anos.

https://twitter.com/AOL_Lifestyle/status/609608652639440896

A mudança de paradigma também encontra razão de ser nos desejos dos consumidores: para muitos seguidores no início do século XXI, escreve a Forbes, Stewart foi “uma guia para um lifestyle contemporâneo”. No entanto, “o consumidor do milénio não a acha assim tão interessante”.

Apesar disso, a marca homónima continua a ser bastante conhecida em solo norte-americano muito por causa dos mais de 8 mil artigos à venda em lojas como Michaels, Home Depot e Staples, esclarece o El País.