Histórico de atualizações
  • Acordo sim, mas só depois do referendo

    Há dois pontos chave que ficam das palavras de Alexis Tsipras: o governo grego ainda quer chegar a um acordo com a Europa, mas não através das propostas dos credores. É por isso que apela ao voto contra o resgate financeiro no referendo do próximo domingo, para dar a Atenas margem de manobra nas próximas negociações com Bruxelas.

    “A democracia é o principal valor nesta terra. Já havia democracia neste país antes da União Europeia, zona euro e euro. Não vamos enterrar a democracia no seu local de nascimento porque algumas pessoas decidem que não podem dar extensão aos gregos para que decidam o seu futuro”, declarou o primeiro-ministro.

    O liveblog do Observador termina hoje por aqui, retomamos a ligação amanhã com novas notícias e os próximos desenvolvimentos.

    Obrigada por acompanhar-nos desse lado.

  • Obama e Hollande discutem a crise grega

    As últimas notícias juntaram ainda os presidentes americano e francês, que estão de acordo sobre a urgência de retomar a discussão sobre a Grécia. Recorde-se que o Francois Hollande abandonou a reunião do Eurogrupo, na passada sexta-feira, depois das notícias do atentado terrorista na fábrica “Air Products“, em França.

  • Tspiras apela ao "Não" no Twitter

    Apanhou os credores desprevenidos ao anunciar o referendo do próximo dia 5, mas Tsipras também lançou o país na incerteza política e na agitação económica. Depois de tomadas as medidas que evitam a ruína (ainda maior) do sistema financeiro grego, o primeiro-ministro escreve no Twitter: “O referendo reforçará a nossa posição negocial”. Seja qual for o meio – redes sociais ou canal público de televisão – o primeiro apela constantemente à votação massiva: “Quanto mais alta a participação e o número de pessoas a votar “Não”, mais forte será a nossa posição”.

    Terminada a entrevista na ERT TV, o responsável grego agarra-se à sua conta no Twitter para carregar no assunto que já tinha puxado na televisão: “As instituições não estão interessadas em encontrar uma base comum, mas em impor medidas extremas”.

    Recorde-se que nem Angela Merkel, nem Francois Hollande, líderes das duas maiores economias do euro, mostraram qualquer sinal de concessão. Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deu a sua opinião: “Se votarem “não” vai ser um desastre (…) Todo o planeta vai achar que os gregos querem distanciar-se da Europa”. Por outro lado, Wolfgang Schaeuble, ministro das Finanças alemão, disse em entrevista à ARD TV: “Não é possível destruir a Europa. A Europa está estável e vai permanecer unida”

  • Depois da imposição do controlo de capitais na Grécia, Alexis Tsipras desafia os credores afirmando que os líderes europeus não se atreveriam a empurrar o país para fora do euro.

    Durante a tarde de hoje, horas antes da entrevista do primeiro-ministro ao canal público grego, cerca de 12 mil pessoas juntaram-se na Praça Syntagma numa manifestação pelo “Não” ao referendo do próximo domingo. Munidos de cartazes e faixas onde se lia “Oxi” (palavra grega para “não”) ou “As nossas vidas não pertencem aos credores”, os gregos voltam às ruas de Atenas enquanto enfrentam a dura realidade de ver o seu dinheiro preso nos bancos. Tsipras, que passou pelos manifestantes quando ia a caminho da entrevista, disse que se o país saísse do euro o custo seria “enorme” e que não é este o desfecho que os credores pretendem.

  • Benoît Coeuré, francês da direção do BCE, assumiu em entrevista ao Les Echos que a saída da Grécia do Euro “já não pode ser excluída”. É a primeira vez que um elemento da direção do Banco Central Europeu assume de forma clara o cenário de exclusão dos gregos.

  • Visivelmente cansado, o primeiro-ministro diz que o Eurogrupo “não tratou a Grécia com respeito”, mas que a ideia do referendo é prolongar as negociações. E mais, não só as quer retomar, como avança que “o governo grego está na mesa de negociações, de onde nunca saiu” disse Tsipras em entrevista a ERT, estação de televisão pública que retomou a emissão este mês.

    O primeiro-ministro helénico sublinha que o governo tentou tudo o que estava ao seu alcance para chegar a um acordo e fala das consequências e impacto de uma eventual saída da moeda europeia: “O custo de tirar o país da zona euro é enorme”. Reforça ainda, confiante, que a “Grécia não vai sair do euro porque o custo é demasiado grande.”

    Na entrevista, que começou pelas cerca das 22h15, hora grega, Alexis Tsipras deixa claro que o “Eurogrupo não tratou a Grécia com respeito” e sublinha que uma eventual saída do euro não significa um abandono da democracia.

  • “A Grécia vai implementar a decisão que ganhar pelos votos”, diz o primeiro-ministro helénico, referindo que os “credores não querem o referendo grego”. Alexis Tsipras já tinha dito que o objetivo do referendo era prolongar as negociações e acrescenta que, no final, a estratégia vai proporcionar ao governo grego “uma posição de negociação forte”.

  • "Credores não querem a Grécia fora do euro", diz Tsipras

    O primeiro-ministro grego acredita que “os credores não querem a Grécia fora do euro”, mas mesmo assim não facilitaram o entendimento: “Ofereceram um acordo que não é solução”. Alexis Tsipras fala ainda do berço do país: “A Grécia não abandona a democracia porque o programa termina”.

  • "Queremos retomar as negociações", diz Tsipras

    Em entrevista à televisão pública ERT, que retomou a emissão a 11 deste mês, Alexis Tsipras diz, que o “Eurogrupo não tratou a Grécia com respeito” e volta a referir que “querem retomar as negociações”.

    Reforçando que o governo grego tentou tudo o que estava ao seu alcance para chegar a um acordo com os credores, Tsipras sublinha que recebeu um ultimato e que o objetivo do referendo é chegar a mais negociações.

    O primeiro-ministro fala sobre o impacto e consequências de um eventual Grexit: “O custo da tirar o país da zona euro é enorme”. E acrescenta: “a Grécia não vai sair do euro porque o custo é demasiado grande”

  • Grécia não vai pagar ao FMI

    A Grécia não vai pagar ao Fundo Monetário Internacional o reembolso de 1,6 mil milhões de euros que era suposto ser liquidado nesta terça-feira, 30 de junho. A informação está a ser avançada pelo Wall Street Journal, que cita uma fonte oficial do governo grego.

  • António Costa pede respeito pelo referendo

    António Costa pronunciou-se também já sobre o referendo na Grécia. O secretário-geral do PS, apelou ao fim do confronto entre Governo grego e parceiros europeus e ao respeito pelo referendo de domingo, defendendo que, independentemente do resultado, deve ficar salvaguardada a integridade da zona euro, num resumo da agência Lusa.

    As posições de António Costa constam de uma declaração publicada na edição digital do jornal oficial do PS, www.accaosocialista.pt, ao longo do qual insiste na importância de uma “negociação construtiva” e volta a criticar o Governo Português, considerando que demonstrou “imprudência” ao demonstrar uma alegada ausência de empenhamento na obtenção de um acordo entre as instituições internacionais e o Governo do Syriza, diz ainda a Lusa.

    “Não é a primeira vez que um Estado-membro recorre ao referendo para decidir questões com a União Europeia – e devemos respeitar essa decisão, como sempre respeitámos nos outros Estados-membros. É o povo grego que deve decidir e compete-nos a nós respeitar esse debate que nesta fase lhe pertence, nunca esquecendo, porém, que não há divergências políticas que possam ignorar a solidariedade devida ao povo grego”.

    Para o secretário-geral do PS é “decisivo que, qualquer que seja o resultado do referendo, com este ou outro plano, seja garantida a integridade da zona euro, o financiamento das economias e uma política económica que permita o crescimento, a convergência e a criação de emprego”.

    “A Grécia é o trágico exemplo do insucesso da austeridade. Na zona euro nenhum país sofreu tanta austeridade e nenhum está em pior situação”, sustenta o líder do PS, numa crítica à linha económico-financeira seguida na zona euro desde 2010.

    António Costa aproveita também para traçar uma linha de demarcação face à atitude que diz estar a ser seguida pelo executivo PSD/CDS.

    “O interesse nacional, o interesse das famílias e das empresas portuguesas, é fortalecer a zona euro e a capacidade de intervenção do BCE (Banco Central Europeu), como sempre defendeu o PS, contra a posição do Governo. É urgente substituir o confronto entre posições radicais por uma negociação construtiva. A intranquilidade que estamos a viver demonstra a imprudência de quem, como o governo português, não se empenhou num acordo e o erro estratégico de quem pensa ser possível virar a página da austeridade numa posição unilateral de confronto”.

  • Sobre a queda das bolsas, que estão prestes a encerrar na Europa, o comentário de Eduardo Silva, gestor da corretora XTB Portugal.

    “Apesar das fortes quedas nos índices europeus, a sensação é de que existe alguma contenção e de que estes movimentos poderão escalar de uma forma dramática, perante um cenário de rutura total”.

    Neste cenário de “risk-off” (fuga aos ativos vistos como mais arriscados), “o PSI20 é um dos índices mais visados e os preços das obrigações dos países periféricos seguem a oscilar em alta, diz o especialista.

    Eduardo Silva nota que “com os últimos desenvolvimentos existe muita incerteza, o que parecia um cenário de afastamento definitivo, rapidamente evoluiu para indefinição em que nenhum cenário parece definitivo”.

    “Assim, o referendo é agora o alvo da atenção dos investidores. Um sim significa que o governo deverá demitir-se para manter a credibilidade política, já que um governo mais moderado poderá aceitar o acordo”.

    “Se, por outro lado, ganhar o não, poderemos assistir a uma saída da UE e do euro”, atira o especialista da XTB Portugal. “Os índices irão cair ainda muito mais do que vimos hoje, enquanto os juros vão realmente sentir a pressão”.

  • Alexis Tsipras será hoje entrevistado às 22h00 na televisão estatal grega, a ERT (20h00 hora de Lisboa). A confirmação foi dada no twitter na conta oficial do primeiro-ministro grego.

  • Jean-Claude Juncker pediu o ‘sim’ no referendo e ao Governo grego para dizer a verdade ao povo grego. O discurso onde o presidente da Comissão Europeia tentou explicar as propostas de Bruxelas e o que se passou durante as negociações pode ser lido na íntegra aqui.

    O vídeo do discurso poder ser encontrado aqui e o das respostas aos jornalistas aqui.

  • Reuters: Grécia pediu 6 mil milhões ao BCE. Banco central recusou

    O governo grego pediu um aumento de seis mil milhões de euros na liquidez de emergência do BCE, um pedido a que Frankfurt não acedeu. A notícia está a ser avançada pela Reuters.

    Atenas pedia ao BCE que subisse o limite para 95 mil milhões de euros, face aos atuais 89 mil milhões, para fazer face ao aumento da fuga de depósitos nos últimos dias. Face à recusa do BCE deste aumento, que seria o maior de sempre, a opção foi anunciar o fecho dos bancos até 7 de julho.

  • Merkel não quer "influenciar" referendo que, admite, "tem a ver com o euro"

    Depois de Jean-Claude Juncker ter instado os gregos a votar “sim” no referendo, Angela Merkel diz que “ninguém quer influenciar” o sentido do voto dos gregos, mas é responsabilidade dos líderes “explicar as consequências” de cada um dos cenários.

    Em curtas declarações aos jornalistas em Berlim, Angela Merkel afirmou que “temos de ter cuidado com a mensagem que passamos”. Mas reconheceu que “este referendo tem alguma coisa a ver com o futuro do euro“. “É claro que sim”, atirou a chanceler alemã.

    Angela Merkel repetiu os comentários feitos minutos antes num evento do partido CDU dizendo que as instituições fizeram uma “oferta generosa” a Atenas, mas que “não houve vontade de chegar a compromisso por parte do governo grego”. De qualquer forma, a Alemanha está pronta para voltar à mesa das negociações a qualquer momento, garantiu Merkel.

  • A (longa) pergunta que vai a referendo. Hipótese "não" surge em primeiro

    A pergunta no referendo grego, traduzida para inglês.

    Em português, podemos tentar traduzir da seguinte forma: “Deve o plano do acordo ser aceite, aquele que foi proposto pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional na reunião do Eurogrupo de 25 de junho de 2016 e que está dividido em duas partes, que constituem a sua proposta unificada? O primeiro documento tem o título “Reformas para a Conclusão do Programa Atual e Além” e o segundo “Análise Preliminar de Sustentabilidade da Dívida”.

    Não aceitar/Não

    Aceitar/Sim”

    Esta será, segundo informação que está a ser divulgada, a longa questão à qual os cidadãos gregos serão convidados a responder. Ao contrário do que é comum nestas situações, o “não” aparece em cima.

  • PS critica governo de Passos Coelho e, também, o Syriza

    O PS criticou hoje o Governo português por alegada falta de empenhamento num acordo entre a Grécia e os restantes Estados-membros da zona euro e o executivo do Syriza por optar por uma estratégia de “confrontação”.

    Marcos Perestrello, líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, falava em conferência de imprensa, depois de interrogado sobre a ausência de acordo entre o Governo grego e os credores, representados pelas instituições da ‘troika‘ (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia).

    “O PS acompanha a evolução da situação da Grécia e da Europa com elevada preocupação, já que a falta de acordo é uma péssima notícia para a Europa e para Portugal”, declarou o vice-presidente da bancada socialista.

    Na perspetiva do dirigente socialista, o Governo português “errou ao não se empenhar na obtenção desse acordo, mas também consideramos que o Governo grego do Syriza errou ao assumir uma opção estratégica de confrontação com as instituições europeias”.

    Mais do que as consequências do referendo convocado pelo Governo do Syriza sobre o acordo que é proposto pelos credores à Grécia, Marcos Perestrello preferiu salientar que “um não acordo é muito prejudicial para a Europa e para Portugal”.

    “Deve haver um esfoço de todas as partes envolvidas na obtenção de um acordo”, frisou, antes de criticar também “o excesso de austeridade” a que a Grécia foi sujeita desde 2010.

  • Paulo Portas diz, "com todo o respeito", que Portugal não é a Grécia

    O vice-primeiro-ministro Paulo Portas voltou a frisar hoje que Portugal está muito longe da situação da Grécia, enumerando uma série de objetivos cumpridos pelo país, não só na altura da assistência financeira mas também no ‘pós-troika’.

    Paulo Portas, que falava na conferência “Caixa 2020 – Serviços, Comércio e Restauração”, no Estoril, afirmou que Portugal conseguiu fechar o programa com a ‘troika‘ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) “no primeiro momento possível, teve a liberdade de não escolher um programa cautelar, não pediu mais tempo e não pediu mais dinheiro”.

    O vice-primeiro-ministro adiantou que o país “terá pela primeira vez um défice abaixo dos 3% [do PIB]“, ficando “livre de sanções ou de ameaças”, fazendo “um reembolso antecipado do empréstimo do FMI” e estando “num ciclo de crescimento económico”.

    “Com todo o respeito, não há qualquer comparação entre a situação de Portugal e da Grécia”, observou Paulo Portas no dia em que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, se afirmou “entristecido com o espetáculo que a Europa deu no passado sábado”, considerando que a rutura das negociações sobre a Grécia no Eurogrupo constitui um rude golpe na consciência europeia.

  • Cavaco Silva pede entendimento mas lembra que "até Portugal" emprestou dinheiro à Grécia

    “Gostaria que houvesse um entendimento” entre a Grécia e os credores, afirmou esta segunda-feira o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, em Paços de Ferreira. E acredita que esse entendimento chegará? “Acreditar é uma coisa diferente”, respondeu Cavaco Silva, em resposta a uma questão de um jornalista.

    O Presidente da República notou que os contribuintes europeus já emprestaram “muito mais do que 200 mil milhões de euros” à Grécia – “Até Portugal emprestou bastante à Grécia”, considerou o Presidente da República. “O que me chega de informação do Eurogrupo é que a proposta apresentada tem em boa linha de conta as pretensões da Grécia mas sem esquecer que a união monetária nunca poderá funcionar se não forem respeitadas as regras que constam dos Tratados”, defendeu o responsável.

    Cavaco Silva acrescentou que “o euro não irá fracassar”, mesmo que a Grécia saia. “A zona do euro são 19 países. Eu espero que a Grécia não saia, mas a zona euro são 19 países, há mais 18 países e existem países que querem entrar no euro”, notou.

    “Penso que a zona euro irá sobreviver com a mesma força que teve no passado. Quanto a isso eu não tenho dúvidas, mas é bom não especular” sobre uma saída da Grécia da zona euro, concluiu.

1 de 3